Maduro, autêntico e livre, assim é o primeiro álbum do IZRRA. ‘Coisas de Amor‘ reflete esse novo momento do cantor e compositor, mais solto e fluído, com canções autorais que retratam sua trajetória e principalmente a sua essência. O projeto fala de amor em todas as suas nuances e da liberdade de ser quem você é.
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Quem ficou curioso, prepare-se pois a novidade chega às plataformas digitais de música acompanhado de um clipe caliente para a faixa ‘Céu Lilás‘, que conta com a participação do ator Ícaro Silva em cenas para lá de picantes para surpreender o público.
É nesse clima, esbanjando calor, sensualidade e swing que IZRRA mostra como aprendeu a ter um olhar mais amoroso sobre as situações e sobre ele mesmo, com suas canções dançantes, com uma pegada diferente dos seus outros trabalhos. Dono de um discurso verdadeiro, ele aborda temas que fazem parte do seu universo como autoestima, homoafetividade preta, descobertas, liberdade, relacionamento e amor. Ao todo são 08 faixas inéditas e mais ‘Vênus’ seu último single que já é um sucesso.
Para marcar essa nova fase da carreira e mostrar sua versatilidade artística, todas as canções ganharam um clipe. Seguindo esse conceito, de mostrar o olhar do IZRRA para a vida, os vídeos foram gravados na Cruzada São Sebastião, conjunto habitacional popular carioca, localizado no bairro mais elitista do Rio de Janeiro, o Leblon. O prédio, símbolo de resistência, é a união de várias histórias e de contraste tão presentes na trajetória do cantor e dos próprios habitantes. Cada apartamento representa as experiências e o ponto de vista do artista para essas situações corriqueiras do cotidiano.
Dirigidos por Léo Ferraz, que abraçou o projeto com uma leitura sensível e atual, o primeiro vídeo que chega ao Youtube é o de ‘Céu Lilás’ que traz IZRRA e Ícaro protagonizando cenas quentes e mostrando muita química em um dos apartamentos da Cruzada. Os takes pegam fogo e se alteram entre eles e um casal de terceira idade namorando e provando que o amor é lindo de todas as formas. O clipe provocativo resume bem o que vem por aí e o amor ressignificado e natural que precisa ser mostrado cada vez mais.
‘O trabalho de direção de arte capturou o cotidiano das pessoas da comunidade. Existe uma tendência de pintar essa realidade com o sofrimento decorrente da limitação econômica, mas, existe muito mais alegria ali do que tristeza. Já na direção de fotografia usamos algumas referências de enquadramento da série ‘Only Murders in the Building’. Os oito clipes foram produzidos em quatro diárias e foi um baita desafio, mas o resultado ficou extraordinário”, comenta Léo Ferraz.
‘Precisamos de músicas que possam curar as pessoas e a nossa vida. Este álbum fala disso de afeto, amor e sonho. Estou muito feliz com o resultado e tenho certeza que vou conseguir tocar as pessoas de uma forma muito especial com esse trabalho. As músicas são muito animadas, libertadoras e de fácil identificação. Ressignificar o amor preto é muito importante, poder dizer isso do meu jeito e da minha forma é incrível. Falar de amor é a gente conseguir conquistar o coração das pessoas e pretendo exatamente isso com minhas canções’, conclui IZRRA.
E as novidades não param por aí, o cantor estreia no Rock in Rio, no dia 08 de setembro, com o novo repertório em um show semeando o amor no Espaço Favela!
Confira a tracklist de ‘Coisas de Amor’:
1- Céu Lilás
2- Vênus
3- Me esqueça devagar
4- Naquele quadro
5- Sabor e Paixão
6- Neon
7- Sinceridade (part. Lukinhas e Pablo Bispo / produção de Ruxell e Pablo Bispo)
8- Não tá tudo bem
9- Todas as canções
CONFIRA A ENTREVISTA COM O IZRRA:
1- Como foi o processo de composição do álbum ‘Coisas de Amor’?
IZRRA: O processo de composição foi algo pensado em coletivo, entre amigos, pessoas que estão ali próximas somando no meu trabalho, e foi algo muito fascinante e importante pra mim, porque uma coisa é você compor uma música e você tentar colocar na letra aquilo que você enxerga, e outra coisa é você ter pessoas compondo junto com você e que te ajudam a enxergar outras coisas da qual se você tentasse compor sozinho você não ia enxergar. Então foi um processo em coletivo muito importante pra mim porque aprendi muito e a galera conseguiu trazer isso pra fora, me conhecendo, conversando comigo, e eu vi que trabalhar em coletivo é muito bom. A gente conseguiu trazer muito a minha realidade de vida, como eu enxergo o mundo, as coisas, como quero falar sobre amor, então também foi muito gratificante porque aprendi muito.
2- Quais são suas expectativas para esse lançamento?
IZRRA: Minhas expectativas são muitas. Quero muito que as pessoas recebam de coração esse álbum feito com muito amor, muito amor mesmo, e que eu consiga entrar aí no viral nas playlists da galera e principalmente no coração delas, e eu quero ver o Brasil aí cantando minhas músicas essa é a maior expectativa.
3- Sobre o clipe de ‘Céu Lilás’, conta um pouco sobre as gravações, as idéias para o clipe e sobre se inspirar na série ‘Only Murders in the Building’.
IZRRA: Sobre a ideia da inspiração na série veio através do diretor, Léo Ferraz, e eu na hora comecei a entender, e ele entendeu como é que eu via as coisas, como eu vejo a minha vida, como eu presto atenção na vida das pessoas que passam pela minha vida. Eu trouxe esse formato pra ele e ele na hora teve essa ideia e casou muito certo, questão de direção de arte, de figurino, são inspirações minha e da minha stylist raiza, a gente vem fazendo um trabalho sempre muito coletivo, sempre todo mundo pensando junto pra que tudo venha a dar certo, e pra mim foi muito gratificante trabalhar com Léo, muito especial. É um diretor muito que tem muito cuidado. Muito carinho pelo que faz, então prezo muito por isso, e vir nessa estética meio clipe meio filme, eu adoro essas coisas diferentes. A estética do afrobeat é muito deste lugar, de me sentir no Rio de Janeiro, esse lugar do afro carioca, é mais a forma que vejo as coisas, a galera me ajudou muito a colocar isso pra fora.
4- Como foi contracenar com o Ícaro? Como surgiu a ideia de convidar ele?
IZRRA: Eu conheci o Ícaro quando ele tava apresentando a peça dele aqui no Rio, a Black Star e eu cantei, fiz uma participação. E eu assistindo ele se apresentando fiquei “caraca mano quero muito chamar um dia esse cara para trabalhar comigo” e a gente foi se aproximando e ficamos muito amigos e foi aí que tive a ideia “cara estou falando de coisa de amor, mas como eu me vejo nesse lugar de amor? Como é que eu quero amar? Como é que eu quero que as pessoas me vejam?” E aí foi aí que eu tive a ideia de trazer ele para dentro do clipe, porque nós somos dois homens pretos, temos vidas, coisas que aconteceram muito parecidas, então ele me inspira muito. Falei “cara, quero trazer ele pra fazer uma participação, um trampo comigo”.E na hora que fiz o convite pra ele, ele aceitou de coração. E aconteceu, a gente gravou, foi muito lindo saber a troca que a gente teve no set, não só eu mas todo mundo que tava envolvido nisso. Então tocar as pessoas estão ali gravando e sabe que elas foram tocadas é muito importante porque você sabe que outras pessoas vão se sentir tocadas quando assistirem também, e é isso que eu quero que os meninos de periferia olhem, a gente como como referência de como é possível sim você ter um príncipe, você ter alguém do seu lado que você ama, que você cuide, que mostra esse lugar de afeto, e o ícaro me mostra muito todas essas qualidades, e é um cara muito especial.Os primeiros contatos que a gente teve, foi esse lugar de afeto, então eu amei e tá lindo.
5- Tem algum single que você considera mais importante nesse projeto ou que você tem mais apego?
IZRRA: Não tenho uma preferida, todas são muito especiais, mas ‘Sabor e Paixão’ e ‘Céu Lilás’ são as que mais me pegam.
6- Foram 8 clipes gravados, como foi esse processo? Conta sobre os desafios.
IZRRA: Doidera com maluquice. Mas foi muito especial, muito bom, porque eu me encontro muito no set de gravação nesses quatro dias, eu aprendi muito, me deu um start, e foi muito prazeroso também por mais que tenha sido um corre, mas a galera, vendo o desempenho da equipe para fazer o trabalho dar certo, ali quatro dias muito intensos de correria, troca de cabelo, trocar de roupa, faz uma trança, então eu me senti no lugar queria estar. Eu gosto muito de mudar, gosto muito de ser autêntico, e aquele momento ali foi o que mais troquei de cabelo na vida, que eu usei mais roupas, então pra mim foi muito gratificante, muito especial e ver o resultado pra mim foi chocante, porque valeu muito a pena viver esses quatro dias de intensidade de doidera.
7- Como foi sua passagem pelo The Voice? Os ensinamentos que você tirou de lá.
IZRRA: O programa me ajudou muito a ser o IZRRA que tá aqui conversando com você, esse lugar de ser autêntico, de ter uma autoestima em dia, que era uma coisa que eu tinha uma dificuldade de enxergar, de sorrir, que eu aprendi a sorrir mais no The Voice. É por isso que eu venho falando sobre afeto, porque pessoas pretas demoram muito a entender esse lugar e depois do The Voice comecei a entender muita coisa. Então o The Voice foi um grande divisor de águas na minha vida. Tenho muita gratidão pelo programa, pela minha jornada, pelas amizades que eu fiz, pela vida do Carlinhos que é um ser de energia, uma divindade que me ajudou muito a me conhecer e sou muito grato a isso.
8- Você é nascido na Baixada Fluminense. Conta um pouco sobre isso, sobre representar a baixada e levar sua música para todo o Brasil.
IZRRA: Pra mim é muito importante conseguir levar minha voz, mostrar para as pessoas da baixada que é possível sim viver seu sonho, é só acreditar, é perseverar, então pra mim tem muita importância porque a baixada também é vista pelos seus pontos positivos, as pessoas conseguem só enxergar os lados negativos que a baixada tem, então poder sair de lá e ser algo positivo na vida da minha família e causar esse impacto na vida das pessoas é muito importante. Não só pra mim, mas de entender que existem muitos artistas e a maioria já estão lapidados, querendo uma oportunidade. Então abraçar essas oportunidades com sua vida, como apareceu na minha vida, e eu tô conseguindo levar minha voz, então eu quero mostrar pras pessoas da baixada que é possível sim viver seus sonhos, é possível sim ser um artista, é possível sim ser um jogador, é possível sim ser uma bailarina, é possível sim ser o que a gente quer. Então a grande importância pra mim é essa, de fazer com que essas meninas e meninos periféricos possam se enxergar em mim, e eu me sinto muito honrado. É uma responsabilidade grande, eu sei que é, mas eu me sinto muito honrado de receber essa responsabilidade e ver a galera cantando minha música em todo Brasil. Mas eu sempre sonhei em fazer música pro meu povo, pra minha galera ali da baixada. Cada vez que eu passo por ali as pessoas falam comigo na rua e é muito gratificante e eu falo valeu a pena, toda essa exposição da minha vida, de ir pra fora, de me tornar um artista, de ser algo que possa representar elas aqui fora.
9- Você vai estrear no Rock in Rio, como estão os preparativos, as expectativas, o que pretende levar para o público lá?
IZRRA: A ansiedade é muita, tô vivendo a base de terapia, muita terapia, mas eu tô muito feliz porque eu tô realizando um sonho, entender o valor disso também. Quantos artistas tão batalhando para ter esse espaço, e eu sendo um menino preto da Baixada Fluminense estando nesse lugar para mim é uma realização muito grande e eu tô na expectativa de fazer um show diferente, vou estar apresentando pela primeira vez o meu álbum então fazer um show com bastante dança, bastante vocal. Os ensaios têm sido maravilhosos, cada vez que eu vou ensaiando eu vou me encontrando nos passos, na dança, na batida da música então isso é muito importante para mim, isso é algo fascinante. Algo que tá tão ligado ao meu DNA que eu parei de dançar um tempo e eu tô voltando agora e tá sendo algo muito prazeroso de viver. Quero entregar muito groove. Groove faz parte da black music, muito vocal, não posso falar mais porque se não vou tá dando muito spoiler, mas essas coisas vão fazer total diferença e quem estiver presente vai ver.
