Quem nunca quis sair de casa se sentindo linda, liberta, pronta para ser feliz? Embora seja fácil de se pensar, o processo de libertação e auto aceitação não é fácil. Por vezes, há necessidade de quebra de paradigmas internos e externos para que o objetivo seja alcançado. Levando em consideração esse momento, a cantora e compositora paulistana, Biê, lança nesta sexta-feira (3) a canção “Para o Baile”.
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Para a faixa, Biê traz uma reflexão análoga entre o amor e sua significância, de uma forma pueril, quase ingênua, e ao mesmo tempo disruptiva e livre de rótulos, traçando um processo de libertação.
“Para mim, a música que escrevi sobre esses temas representa a minha visão de um mundo mais justo e inclusivo, onde todas as pessoas são respeitadas e amadas independentemente de sua orientação sexual, identidade de gênero, raça, religião ou qualquer outra característica que as tornem únicas.”, explica Biê.
Segundo a artista, o fio condutor da narrativa de “Para o Baile” é a busca pela liberdade, onde cada pessoa possa expressar sua essência livre de críticas externas da sociedade.
“Espero que minha música possa tocar o coração das pessoas e inspirá-las a se unirem na luta pela igualdade e pelo amor verdadeiro. Acredito que, juntos, podemos criar um mundo mais amoroso e respeitoso, onde a diversidade é celebrada e todas as pessoas são valorizadas pelo que são.”, acrescenta a artista.
Clipe
Trazendo uma leitura conceitual sobre o tema da música, o clipe de “Para o Baile” foi gravado no Parque Madureira, Zona Norte do Rio de Janeiro. Dirigido por @luisluix e com produção executiva de @lglbrasil @livianavy, o vídeo mostra a cantora se divertindo dançando ao lado de diversas mulheres. Juntas, todas celebram a liberdade feminina em um movimento de libertação corporal.
Promovendo um encontro de mundos, pensamentos e ideias, o registro audiovisual de “Para o Baile” apresenta um encontro lúdico e ao mesmo tempo objetivo, com a proposta da faixa. O clipe remete ao amor livre aos corpos e suas diferentes trocas afetivas, respeitando os diferentes gêneros, orientações sexuais, etnias, religiões e corpos de todos os tipos.
“Respeito, diversidade LGBTQIAP+ e amor são valores fundamentais que devem ser celebrados e promovidos em nossa sociedade. Como compositora e cantora, acredito que a música tem o poder de transmitir mensagens poderosas e inspirar mudanças positivas.”, conclui Biê.
Confira a entrevista com a Biê:
1- Fala um pouco sobre o processo de composição do single “Para o Baile”?
O processo de composição de “Para o Baile” foi bastante intenso e introspectivo. Procurei mergulhar por uma reflexão sobre como o amor vem sendo interpretado nos últimos tempos, trazendo, principalmente, para uma vertente da identidade de gênero, assunto que vem sendo bastante dialogado e que me identifico, já que sou uma mulher lésbica. Acredito que, o amor e o cuidado que sentimos uns pelos outros, é mais importante do que como nos vestimos, como agimos ou como o mundo nos vê. “Para o baile”, então, provoca questionamentos usando de uma linguagem informal, quase que como um diálogo, no qual, escolher amar sobretudo, independe de qualquer outro tipo de identificação. Amar é o mais importante.
2- Suas faixas trazem muito das vivencias pessoais e cotidianas, isso é algo fácil ou desafiador para você?
Acredito que, as nossas vivencias são como conexões e oportunidades de trocas de experiências com o próximo, e de fato, isso proporciona um crescimento pessoal. Mas, confesso, é desafiador externalizar alguns sentimentos de forma assertiva e clara, sem deixar interpretações dúbias. Principalmente, hoje, vejo que em um mundo onde há uma comunicação massiva e expressiva, é sim um desafio ser claro e objetivo. Mas, acho que quando falo sobre um sentimento como o amor, por exemplo, é simples entender, basta que o outro lado esteja aberto e disposto a compreender que o mundo é diverso, que há espaço para todos e isso o torna mais divertido e inclusivo.
3- A faixa também ganhou um lindo videoclipe, como foi fazê-lo e como foi a escolha do lugar para gravação?
A gravação do clipe de “Para o baile” foi muito divertida. Buscamos incluir a representatividade de gênero, principalmente, para sintetizar o que a letra vem comunicar. Escolhemos o Parque de Madureira para trazer a alusão de Baile, já que o tradicional “Baile Charme”, que é um dos principais movimentos culturais do bairro e, também, da cidade do Rio de Janeiro, é em Madureira.
4- Quais suas principais inspirações no meio musical? Tem alguém que você sonha fazer parceria?
As minhas principais inspirações no meio musical são, na maioria, artistas mulheres, ou que representem valores e composições que eu me identifico, além da musicalidade, como por exemplo, Gloria Groove, Ludmilla, Liniker, Flora Matos entre outras. Eu sonho um dia em fazer uma colaboração com todas essas mulheres magnificas, que citei, mas em especial, Gloria Groove.
5- O que podemos esperar da Biê? Pode nos adiantar alguma novidade?
Estou com grandes projetos, a qual busco representar quem eu sou e no que eu acredito e o que possa levar ao mundo para transformá-lo através da música e da arte. Falar sobre relações, amor, respeito, representatividade é e será sempre o meu objetivo como artista. Em breve, lançarei mais músicas que falam sobre essa visão que eu acredito. Valeu e tmj!
