Vamos falar sobre Bibi Ferreira, uma das damas do teatro brasileiro, e que ficou nacionalmente famosa por sua voz e interpretações únicas. Com as artes entranhadas nas veias, Abigail Izquierdo Ferreira era filha do ator Procópio Ferreira e da bailarina argentina Aída Izquierdo. Mas Bibi era muito mais! Com 96 anos, a estrela ultrapassou gerações com seu estilo único, voz invejável e irreverência incomparável.
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Assisti Bibi Ferreira em dois momentos da minha vida. Quando estreou sua vida no teatro, esbocei muitas vontades de ir checar, mas a correria do dia a dia e falta de tempo impossibilitaram minha ida – me arrependo!
Nos dois “encontros” que tive com a estrela, ambos foram protagonizados por momentos ínfimos, no extinto Canecão, importante casa de shows localizada em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro. O local, de posse da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) encontra-se degradando em meio ao descaso, como reportagens do O Globo revelaram recentemente. Mas voltando à Bibi, não me esqueço como era uma mulher de classe – já senhora na época -, e usava óculos escuros à noite. Imagina para uma criança como é ver tal situação. Achei o máximo, na época.
Tais momentos ocorreram em shows do Elymar Santos, cantor carioca famoso por ter vencido alguns dos programas de calouros (os atuais reality musicais) mais importantes dos anos 1980, como o Programa Flávio Cavalcanti, da extinta TV Tupi. Quem lê acha que sou velho de guerra, mas não. Aos 25 anos, frequento shows do artista desde muito novo, por fanatismo de minha mãe, Delma, que deve ter ido em mais de 200 shows dele. Grande amigo de Bibi, ele a chamou ao palco em duas destas ocasiões em que eu estive presente, com tantos outros nomes que já se foram como Chico Anysio, amigo de Elymar e um dos diretores de alguns de seus espetáculos, que viraram DVD.
“Não se faz mais artistas como Bibi Ferreira”, diria minha avó Dalva, se estivesse viva. Dona de uma nação, Bibi Ferreira deixa uma lacuna que jamais será preenchida.
Ela já não se locomovia sozinha naquela época. Época em que a vi ao lado de Nana Caymmi e Angela Maria, falecida recentemente. Imagine o que foi ver, quando criança, algumas das maiores cantoras da história da nação – algo inexplicável.
Bibi Ferreira não apenas viveu, mas fez a vida de muitas pessoas “a viverem”. A conhecerem. A amarem. Termino meu texto dizendo que para as novas gerações que nunca ouviram Bibi, sugiro que escutem uma tocante música:
Bibi Ferreira, uma diva jamais esquecida.