Um brado uníssono e crescente demarca os vinte segundos iniciais da nova música da Francisco, el Hombre. O coro encontra o seu ápice, arranca do peito o sentimento coletivo e o traduz em palavras com um grito sonoro: “arranca a cabeça do rei”. Este verso é também o título da faixa que a banda disponibiliza hoje, 4 de agosto, nas plataformas de streaming de áudio.
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“Essa música fala de uma das maiores utopias que a gente defende enquanto Francisco, el Hombre, que é a da não-autoridade, da não-hierarquização da sociedade. Ninguém é mais importante que ninguém. É um sonho anárquico”, afirma Sebastianismos, que forma o conjunto ao lado de LAZÚLI, Mateo Piracés-Ugarte, Helena Papini e Andrei Kozyreff.
Ao apresentar “Arranca a Cabeça do Rei” em shows e festivais, como aconteceu no Rock in Rio Lisboa, o público tem se identificado com o que é cantado, além de traçar uma relação com a situação atual vivida pela sociedade brasileira. “Em momentos de opressão contra o povo, é preciso de união para dar um fim nisso. Toda figura autoritária, eventualmente, poderá ocupar uma posição de opressão também. Seja rei, imperador ou seja presidente. As pessoas interpretam de uma forma ou de outra, essa é a parte da beleza da poesia”, Sebastianismos complementa.
Definida pela Francisco, el Hombre como um hino contra a autoridade, “Arranca a Cabeça do Rei” apresenta um desdobramento sonoro ainda pouco explorado pelo grupo. A faixa incorpora uma mistura de ska com rock e faz referência à banda espanhola Ska-P, que costuma trazer mensagens urgentes e contestatórias de forma divertida e dançante.
Após o lançamento do disco Casa Francisco (2021), “Arranca a Cabeça do Rei” é um passo para fora de casa e marca a retomada da Francisco, el Hombre estradeira, algo vital na essência e trajetória do grupo.
