Opinião

Do morro ao Grammy: Cria da favela, funk exporta cultura de grande parte dos brasileiros

Anitta. Foto: Reprodução / Instagram (@anitta)

Um país continental sendo banhado em toda a sua costa pelo Oceano Atlântico, o Brasil é um país conhecido por sua cultura e miscigenação. Desde a colonização europeia em 1500, com a vinda de expedições portuguesas ao país após o início da colonização da América Espanhola, o país vem se desenvolvendo e apresentando ao mundo o que tem de melhor. Do pau-brasil, árvore que deu nome às novas terras, à Bossa Nova, passando pelos maiores nomes na indústria da moda mundial, a nação vem se desenvolvendo e exportando o que tem de melhor. O Funk, ritmo originalmente criado nas favelas cariocas, transcendeu as barreiras chegando à maior nação global. Mas por que isso é importante? 

O funk é uma indústria como poucas. Originalmente criada por pessoas que não tinham sua voz ouvida, traça um paralelo em meio à indústria de produção musical nacional. Em meados de 1980, quando por intermédio de outros gêneros musicais teve seus primeiros beats surgindo, se modificou e criou vertentes, hoje consumidas por boa parte da população. Em meio à protestos, traçou um paradoxo levando sua popularização. No último domingo (14), chegou ao palco do Grammy Awards, principal premiação da música norte-americana durante a apresentação da cantora Cardi B, uma das mais aguardadas da noite. Mais uma vez rompendo barreiras, o estilo é assolado por uma enxurrada de críticas dos mais céticos, que são incapazes de entender as nuances de um estilo tão possível quanto seus produtores. 

https://twitter.com/andersonrvs/status/1371286099528663040?s=21

Para relembrar a trajetória do Funk no Brasil, desde a inspiração em ritmos que se popularizaram nos Estados Unidos como o Soul, o Jazz e o R&B clássicos, que surgiram nos anos 1960 e 1970, o time do site de roleta online Betway conversou com Fernando Luís Mattos da Matta, o DJ Marlboro, um dos precursores do estilo e um de seus maiores defensores, para entender o fenômeno que se tornou. Marlboro esteve presente na última edição do Rock in Rio, em 2019, justamente com o coletivo Funk Orquestra, que contou com a presença de Fernanda Abreu, Ludmilla e MC Buchecha. A participação visou enaltecer um ritmo tão plural quanto a sociedade brasileira, em meio aos 30 anos de sua criação. 

Fugindo de toda e qualquer polêmica associada ao estilo, o Funk é o ritmo que mais cresce em consumo no Brasil, como ressalta o texto da Betway, que analisou dados do Datafolha e da consultoria JLeiva Cultura & Esporte. Segundo o levantamento, o Funk é o estilo mais consumido entre os mais jovens, e alcança patamares ainda maiores se consolidando como o segundo ritmo musical mais ouvido em 23 estados brasileiros.

“O meu plano para o funk era que ele fosse um movimento nacional” – DJ Marlboro.

À época de sua criação, Marlboro relata na entrevista que o pensamento era de transformar o ritmo em algo como a cara do Brasil e que retratasse a realidade do brasileiro com todas suas particularidades. “O meu plano para o funk era que ele fosse um movimento nacional, com visibilidade internacional, para gerar emprego no Brasil inteiro. Queria que cada região colocasse características locais nas suas músicas, que espelhasse aquilo que as pessoas respiram, seu cotidiano, seu dia a dia. A cultura local está entranhada no funk”, diz Marlboro. 

Sair da versão mobile