Gabriel Lobo, criador e diretor da websérie uRock!, está feliz da vida: com um time de influencers, como Apollo, Nathan Barone, Luara e Fael, e uma história capaz de causar muita identificação, a produção nem estreou e já está sendo observada de perto – na primeira hora de postagem, o trailer obteve mais de mil visualizações.
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uRock! foi realizado e produzido por UELO Records, em parceria com Escola Americana de Santos. Oficialmente, a websérie vai ao ar amanhã, dia primeiro de Outubro, às 18h. Enquanto isso, vamos esquentar as turbinas com uma entrevista exclusiva? Vamos!
Antes disso, confere o trailer pra saber um pouquinho mais do que se trata a websérie:
Confira abaixo o nosso bate-papo com o Gabriel.
PORTAL POPNOW: Como surgiu a ideia de fazer a websérie?
GABRIEL: A Uelo Records surgiu como uma banda – somos quatro garotos, um arquiteto, um engenheiro, um designer e um professor. Começamos há 3 anos e, desde o início, tínhamos essa vontade de falar sobre coisas grandes, que fazem sentido pra gente e que acreditamos que podem causar um impacto positivo na sociedade. O nosso primeiro single, por exemplo, falou sobre a população LGBTQ, sobre a necessidade de inclusão e sobre liberdade de expressão e de ser quem se é. O nosso primeiro clipe, Maior do Mundo, foi criado para que mais pessoas pudessem entender o que é conviver com uma pessoa autista e como é importante que criemos espaços onde os autistas podem ocupar.
PORTAL POPNOW: Você diria que a websérie é uma forma de dialogar com a sociedade?
GABRIEL: Com certeza. Eu quis trazer, com a imagem e a influência de uma série de pessoas, conteúdos sociais que podem influenciar as pessoas, principalmente os jovens, de maneira positiva. Posso dizer que, além disso, a série é uma forma de fazer os adolescentes se interessarem por música e temas fortes, como o próprio autismo.
PORTAL POPNOW: Tem um personagem autista na série, certo?
GABRIEL: Não posso falar muito, senão vira spoiler (risos), mas sim, tem. Temos um personagem muito importante que tem Síndrome de Asperger e precisa encontrar formas de fazer com que a sua arte e a sua expressividade sejam levadas em consideração. Para criá-lo, tivemos a ajuda de duas psicólogas, que nos guiaram pelas características desse tipo de autismo e pelas dificuldades de sociabilidade que ele traz.
Posso dizer que a uRock! veio da vontade de falar para além da música. Como fazer isso senão com o audiovisual? Vamos trazer um pouco da nostalgia da escola e colocar esses temas em destaque nesse meio, entre jovens, com muita música, dança, etc.
PORTAL POPNOW: Como surgiu a ideia do enredo em si?
GABRIEL: A ideia era ser um projeto pequeno, chamar influenciadores amigos nossos e fazer algo enxuto, mas… Tudo acabou crescendo. Com mais gente envolvida e muitos artistas no projeto, chegamos à ideia de um show de talentos composto por pessoas que tem amor à arte, mas frequentemente encontram dificuldades, como o bullying, para expressar o que sentem.
PORTAL POPNOW: Vocês têm uma parte técnica bem desenvolvida, como isso aconteceu?
GABRIEL: Foi inteiramente por meio de parceiras! Fizemos uma parceria com uma universidade de Santos e encontramos estudantes de cinema que estavam com vontade de participar de um projeto assim. Todos sabiam que não haveria remuneração, mas o amor pela arte falou mais alto.
PORTAL POPNOW: Quais são as dificuldades de ser independente?
GABRIEL: A maior dificuldade é você fazer alguém acreditar na sua ideia sem nunca ter te visto. É aquilo: não importa se você é um ator que estuda há dez anos; as pessoas sempre vão perguntar se você já fez alguma novela, se esteve em uma emissora grande, se participou de programa de auditório. Quando a gente chegava para apresentar o projeto para empresas e possíveis apoiadores, era sempre difícil convencê-los. As reuniões duravam horas! A principal complicação, dentro disso, foi mostrar que há jovens que querem fazer arte e que a gente tava falando sério.
PORTAL POPNOW: Vocês receberam muitos nãos?
GABRIEL: Recebemos muitos nãos, como toda produção. Para cada dez nãos, é um sim. Apesar disso, a gente conseguiu mais de quinze patrocinadores, o que foi muito grande pra gente. Para tentar conquistar os patrocinadores, a gente fez o impossível: apresentou o projeto em diagramas, explicou a importância de cada personagem, os temas que seriam abordados, a importância da história para a sociedade… A gente fez cards descrevendo os personagens, ilustrou cenas que poderíamos fazer em vídeo com a ajuda dos parceiros, etc. Tudo isso porque sabemos que é difícil fazer as pessoas comprarem o projeto sem ver sobre o que é o projeto, entende? A gente seguiu o padrão de uma megaprodução, mas sem dinheiro de uma megaprodução (risos).
PORTAL POPNOW: Como foi a escolha e a preparação dos atores?
GABRIEL: Quando a gente pensou nos influenciadores que a gente ia chamar, a primeira coisa que eu pensei foi: ok, vamos tratar de temas que são importantes e encontrar pessoas que possam se dedicar e assumir cada detalhe da produção. A escolha do nosso elenco passou pela ideia de influenciadores que sabiam de algo de teatro ou estavam dispostos a fazer uma preparação extensa. Para você ter uma ideia, a gente teve oficina de dança com o Fabio Nunes, conseguimos um preparador de elenco, tivemos oficina de canto com a minha banda… Foi muito corrido. A produção toda foi muito corrida, na verdade: tudo foi feito em um mês, da criação à filmagem. Ah! Vale dizer que a escolha não passou pela ideia dos números; na escolha dos influenciadores, eu não pensei nisso. Eu fui pelo que as pessoas me passavam, pela dedicação, pelo interesse.
PORTAL POPNOW: Essa foi a sua primeira experiência com direção?
GABRIEL: Sim. Eu já tinha feito assistência de direção em projetos em São Paulo e sempre acompanhei a minha mãe, que é diretora de teatro, nas coisas que ela fazia. Apesar disso, foi muito novo estar no papel de diretor geral e de cena. Conseguir impor respeito quando você tem 21 anos é difícil, especialmente quando você tem um elenco que conhece você de outros lugares, como ator ou como amigo. Em geral, foi uma experiência muito prazerosa, porque eu idealizei, roteirizei, visualizei tudo que ia acontecer. Antes mesmo da produção, eu já tava no colégio olhando tudo, pensando em tudo o que eu podia fazer. Teve cena que eu escrevi no processo de gravação, pra você ter ideia! Eu tava no elevador, tive uma ideia e mudei o roteiro na hora. Ser roteirista e diretor ao mesmo tempo é interessante por isso, porque você consegue colocar exatamente o que você pensou na hora de escrever na tela.
PORTAL POPNOW: O que você tem a dizer para quem quer apostar no cinema independente e no mundo das webséries?
GABRIEL: Quando se é independente, a gente sempre acha que vai dar errado, mas não é por aí. É preciso persistir, conquistar a confiança da galera, acalmar as brigas no set (risos), correr atrás de quem compre a sua ideia… Apesar de tudo isso, a gente tava junto, sonhando junto. Foi uma experiência surreal. Tem gente que não quer que a gente faça arte; é por isso que a gente tem que fazer arte na marra.
Para saber mais sobre a uRock!, siga a websérie no Instagram!
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