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PopEntrevista

Kell Smith lança lado B do álbum ‘O Velho e Bom Novo’ e conta sobre o processo de criação

‘Sou obra viva, inteira em processo. Não me conclua não!’ Os versos do refrão de ‘Me Deixe Viver’, faixa que abre o lado B de “O Velho e Bom Novo”, soam como um manifesto: Kell Smith ainda tem muito a dizer.

Após abordar temas como vulnerabilidade, saúde mental e resignificação do luto, no lado A de ‘O Velho e Bom Novo’, segundo álbum de sua carreira, lançado em maio de 2020, agora, a cantora e compositora encerra um ciclo lançando as 6 faixas inéditas que compõem o lado B.

Na jornada durante as canções, todas escritas por Kell, vemos uma artista versátil, não apenas em lírica e potência vocal, mas em temáticas contemporâneas à vida de uma mulher jovem, em franco processo criativo e de autoconhecimento. Mantendo o equilíbrio entre técnicas analógicas e digitais, apresentadas no lado A, vemos no lado B de ‘O Velho e Bom Novo’ uma outra faceta de Kell Smith, mais solar e romântica, mas igualmente engajada, visceral, sensível e despida de qualquer recurso de afinação artificial. É um álbum orgânico, como a própria vida.

Perguntamos sobre os temas bastante interessantes e pertinentes dos dias caóticos atuais em que estamos vivendo que esse álbum aborda como saúde mental, resinificação do luto, e pedimos para que ela contasse como foi fazer este trabalho no meio da pandemia que estamos vivendo?

Kell Smith: ‘A composição desse álbum, tanto o lado A quanto o lado B, foi feita antes da pandemia, então é interessante pensar nesse ponto pois, o tema saúde mental foi algo que eu queria já falar antes para poder ser útil na vida das pessoas e contribuir de alguma maneira através da música, que muda vidas, ela mudou a minha vida, é uma linguagem universal, então a proposta toda veio justamente antes da pandemia. Saúde Mental já é um assunto antigo, na época dos nossos pais, avós, dos que vieram antes de nós, já era necessário falar sobre esses assuntos, e tudo fruto do que já acontece.

O álbum foi composto em 20 dias, em imersão total mas ele não veio inspirado por conta da pandemia ou da quarentena. O velho novo diz justamente muito sobre isso que esses sentimentos e inspirações sobre assuntos que já são pertinentes no passado e por incrível que parece principalmente agora também.

O lado B que foi a parte que eu lancei agora de inéditas, fala muito sobre o empoderamento feminino que já está presente na minha carreira, e eu acredito muito que revolução é isso, mulheres empoderando outras mulheres, fala de amor, declarações de amor, tem essa leveza, essa força do amor, acho que a palavra força é o que define bem o lado B, fala muito sobre liberdade, acho que a gente tem que focar muito em viver e não vencer na vida, vencer na vida não significa nada, fala muito sobre ódio, que não temos que combater pessoas, temos que combater comportamentos, temos que combater atitudes.

Esse álbum é tudo o que eu quero dividir, a música é maior do que eu, e esse álbum foi feito antes da pandemia mas fala muito sobre a pandemia, eu não fazia ideia que faria tanto sentido nos dias de agora, me permito chorar ouvindo minha própria bossa’, contou Kell.

Assim como no lado A, a segunda metade de ‘O Velho e Bom Novo’ conta com produção e arranjos do maestro Bruno Alves. Aqui, Kell segue abordando a vida real, sem medo de encarar conflitos e expor feridas. Em cada faixa, a artista transborda sentimentos, vivências, referências literárias e autobiográficas, sempre dialogando com questões urgentes, como o feminismo e o empoderamento da mulher, como na faixa “Princesa”, que subverte o lugar comum machista de um conto de fadas.

Mas, antes disso, o lado B se apresenta com ‘Me Deixe Viver’, uma balada ao mesmo tempo romântica e questionadora, que revela, verso após verso, o processo de autoconhecimento.

Em seguida, chegamos à supracitada ‘Princesa’, um manifesto pop, com doses generosas de R&B e nuances latinas, que convulsionam a lógica da fragilidade feminina. A Princesa criada por Kell é forte, dona de si, empoderada e pronta para a luta, a Princesa se salva sozinha sem precisar de ninguém para defendê-la.

O álbum segue em sua pluralidade rítmica, em ‘Vai Com Alma’ flertando com o Ska, gênero musical nascido na Jamaica, marcado pela potência dos metais com trombone, sax e trompete. Com citação à Belchior, sua maior referência como compositor, a canção é um apelo por mais sentimento e intensidade nas relações humanas e na relação com a vida.

Logo depois, somos apresentados à ‘Poesia’, composta em parceria com Bruno Alves, com a suavidade do piano embalando uma declaração de amor cheia de esperança. Já em ‘Que Seja Com Você’, mais uma dobradinha com Bruno Alves, os versos de Kell revelam a esperança de um futuro feliz através de um amor recém descoberto.

Falamos para Kelly que neste trabalho conseguimos sentir muito da sua verdade, que sentimos que nesse trabalho ela conseguiu ser mais ela mesma, um sentimento de liberdade, fala mais da verdade dela, uma busca pela libertação própria, e que queríamos saber o quanto ela colocou mais dela nesse trabalho em comparação aos outros, no quesito de liberdade.

Kell Smith: ‘Eu tenho na minha carreira 2 álbuns, o velho e bom novo e o girassol que fiz com o rick bonadio na gravadora midas. O álbum girassol me representa muito no meu começo, fico muito grato com ele, mas eu evolui, amadureci, mas da mesma maneira tudo aquilo me pertence, você percebe nas letras do Girassol que é uma mulher se descobrindo, está muito dentro da minha visão e do meu inicio de carreira, mas hoje mais madura e experiente profissionalmente, existe hoje sim uma liberdade maior, a maneira de trabalhar, de eu entender as coisas, minhas opiniões, tudo isso amadureceu, os produtores na época do primeiro álbum tinham opiniões diferentes, visões diferentes e foi um ciclo que se encerrou. Hoje eu tenho essa liberdade, sou grato pelo ano de 2020, fico triste com o mercado da música desse ano pois as pessoas não enxergam o mercado da música como algo de empreendimento e acham que todos os artistas tem uma reserva de dinheiro para esses momentos, e foi um momento difícil pra todos nós da mesma maneira, até porque a cultura faz diferença pra vida do povo, se não olhamos para esse setor com o carinho que é necessário olhar, não ocorre a valorização e evolução da mesma, a arte ta sangrando sim, e sofre sim.’

O lado B de ‘O Velho e Bom Novo’ se despede com ‘Nossa Bossa’, parceria com o violonista e guitarrista Edson Guidetti, a canção é uma espécie de síntese do álbum que nela se encerra. Um protesto em forma de poesia, uma Bossa de ‘quase amor’, que reflete os tempos atuais. Aqui, Kell olha para dentro de si, mas também ao redor, revelando de maneira visceral e crítica, sua busca pelo autoconhecimento, força feminina, amor e sobretudo, excelência artística.

Força, aliás, é a palavra que define o Lado B, seja na força do amor, na força pelo direito de amar, da intensidade de viver, do protesto em forma de poesia e a força pelo grito de liberdade.

Todos estes elementos se encontram em perfeita harmonia, em uma bossa que remete à um período de ouro da nossa música, que em ‘O Velho e Bom Novo’ é resgatado não apenas no apuro técnico, mas no talento vibrante de uma cantora e compositora que, mesmo após 12 faixas divididas em 2 lados, seguirá tendo muito a dizer.

Por fim, perguntamos o que ela espera para o próximo ano, depois de passar por todo esse ano e ressignificar todos esses sentimentos, o que ela de dentro pra fora espera para o ano de 2021?

Kell Smith: ‘A gente nessa virada de ciclo, fica com muita esperança, não temos que esperar que um ano magicamente mude nossa vida, temos que correr atrás disso, infelizmente não é mudando de ano que vamos apagar essa pandemia, ainda estamos vivendo esse caos então não devemos esperar uma mudança do tempo, e começar a se responsabilizar pela mudança que nós esperamos, como sermos melhor, o que aprendemos com essa pandemia, o que nós podemos mudar, aprender a conviver com pessoas que pensam diferente da gente, que possamos resistir ao ódio, precisamos resistir ao ódio, precisamos amar nosso planeta, nossa mente, nosso corpo, entender o espaço do outro nesse processo de evolução, temos que ter empatia, saber que o outro também tem vida, o outro também tem história, se não a gente não vai se libertar desse vírus que mais mata que é o ódio, respirar fundo, pegar leve consigo e com o mundo.’

 

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