É de uma manifestação da natureza, da fluidez mística do movimento dos ventos, que vem a inspiração de “Terra Aféfé”, novo single de Margareth Menezes que chega às plataformas musicais no dia 11 de fevereiro.
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A música, composta e produzida em parceria com Carlinhos Brown, é uma ode à feminilidade ancestral, uma exaltação ao lugar da mulher na formação da humanidade e um chamado a Iansã, orixá dos ventos e tempestades. O trabalho chega também com um clipe dirigido pela premiada cineasta Joyce Prado, que estará disponível no canal oficial da artista no YouTube em 12 de fevereiro.
“Foi incrível a maneira como essa música chegou pra nós. Ela nasceu de um movimento de vento, uma imagem que vi e mandei pra Brown. Ele se admirou com aquilo e imediatamente começamos essa troca para compor. Quando estamos juntos é muito interessante a ligação energética que temos e que não é de agora. Nos conhecemos desde o começo de nossas carreiras e somos parceiros desde então. “Terra Aféfé” vem como um grande presente que estou recebendo, mais uma vez”, conta Margareth Menezes.
Entre as curiosidades que envolvem a concepção da música, Margareth destaca uma ‘mística inusitada’. Ao nomeá-la, Brown a chamou de “Terra Aféfé”, que seria uma terra cheia de ventos. Mais tarde, já com a música pronta e em pesquisas mais aprofundadas, os artistas vieram a descobrir que esse lugar, a Terra Afefé, realmente existe. “É uma comunidade localizada em Ibicoara, na Chapada Diamantina, aqui na Bahia. Um lugar que trabalha arte, ecologia, ancestralidade e conexão com o corpo. Os mistérios estão aí e a inspiração está no ar”, explica a artista.
Gravada no estúdio Ilha dos Sapos, em Salvador, a música traz uma equipe potente de músicos: Tito Oliveira, na bateria; PJ, no baixo, músico convidado da banda Jota Quest; Rafael Amarante, nas guitarras; Thiago Pugas, nos teclados, percussão eletrônica, programações, sound design e edição; Joelma Silva e Tito Bahiense, nos vocais. Carlinhos Brown, além da composição, assina ainda o beatbox, efeitos vocais e um set fortíssimo de percussão: timbales, rum, rumpi, congas, djembe, timbal, gun, shekere, congas, karkabou, campanas e bandeja. O single marca ainda a estreia da parceria de Margareth Menezes com a ADA, uma das maiores distribuidoras digitais do mundo.
Em 35 anos de carreira, Margareth soma, além de uma amizade profunda, inúmeras parcerias com Carlinhos Brown. É composição dele um de seus maiores sucessos, a música “Dandalunda”. Com ele também, e junto aos Tribalistas Marisa Monte e Arnaldo Antunes, ela divide a composição de “Passe em Casa”.
“Margareth e eu começamos juntos, e continuamos juntos, porque ela é uma de minhas parcerias mais contínuas. “Terra Aféfé” é o mais novo resultado dessa amizade mágica em minha vida, essa relação musical com essa irmã que amo. ‘O planeta é uma cópia da barriga da mulher’, e tudo de mais precioso que há, está na mulher. Essa canção é um hino de amor, e espero que todos se sintam muito felizes ao escutá-la, tanto quanto nós ficamos em fazê-la”, exalta Carlinhos Brown.
Clipe
Com direção de Joyce Prado, o clipe de “Terra Aféfé” foi rodado durante dois dias, em Salvador (BA). A produção traz elementos da estética afrofuturista e da cultura afro-urbana, além de contar com a participação dos bailarinos Larissa Paixão e Wagner dos Santos, do Balé Folclórico da Bahia, em coreografia de Vavá Botelho.
O trabalho tem Nuna Nunes na direção de fotografia e Tina Melo na direção de arte. A gravação teve como uma das locações principais o Mercado Iaô, espaço que fica no bairro da Ribeira, onde Margareth Menezes nasceu, foi criada e mantém há 17 anos a ONG Fábrica Cultural.
“Brown veio com uma sacada maravilhosa ‘o planeta é uma cópia da barriga da mulher, o universo é uma cópia da barriga da mulher’. Ou seja, todos os elementos que estão no universo estão também na concepção de cada ser humano, está nas nossas células e isso é uma coisa metafísica muito forte. E a mulher é a grande porta de entrada do ser humano na Terra. Poder comunicar isso, nesse momento em que o planeta e a própria humanidade estão passando por essa reciclagem, é muito poderoso. É preciso reconhecer e respeitar esse lugar do feminino e da mulher na formação da humanidade”, encerra Margareth.
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