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Bruno Martini. Foto: Divulgação/Robert Schwenck

PopEntrevista

Bruno Martini fala sobre novo EP, parceria com Timbaland e expectativa para turnê na Europa

Bruno Martini. Foto: Divulgação/Robert Schwenck

Um dos brasileiros mais conhecidos do planeta, Bruno Martini é um sucesso. Autor de “Hear Me Now”, ele é o artista brasileiro mais tocado em todo o mundo, um feito para poucos. Dono de um estilo único e grandes composições, o artista de prepara para se apresentar nos maiores eventos de música eletrônica da Europa pelo segundo ano consecutivo e comemora.

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Como parte de um grande sonho, o artista, que toca guitarra desde os 8 anos, e faz questão de compor todas a arte bases das músicas com diferentes instrumentos, é um dos poucos brasileiros que pode se gabar de ter sido um dos contratados da Disney, com sua antiga banda em parceria com a cantora Mayra, a College 11. Agora, deixando seu nome como marca, o artista se joga na música eletrônica se consagrando como um dos principais DJs brasileiros.

Com o lançamento de seu último EP, “The Cure”, pelamor selo da AfterCluv DanceLab, divisão da Universal Music Brasil voltada para a música eletrônica, o artista quer mais! Em entrevista ao PopNow, Bruno conta que seu sonho é fazer suas composições serem vistas pelo maior número de pessoas.

Durante o bate papo, Bruno contou detalhes sobre suas participações nos maiores eventos do mundo, detalhes por trás das criações de sucessos e sobre sua parceria com o produtor musical Timbaland, um dos mais reconhecidos e renomados da música.

Com um vasto currículo e cheio de boas histórias para contar, o paulistano de 25 é um dos poucos brasileiros que possui contrato com uma gravadora em nível mundial.

Bruno Martini. Foto: Divulgação/Robert Schwenck

Bruno Martini. Foto: Divulgação/Robert Schwenck

Confira a entrevista: 

PopNow: Você acaba de apresentar seu novo EP “The Cure”, que conta com uma pegada mais autoral. Quanto tempo demorou para a confecção desse projeto e o que você quis passar para os fãs? 

Bruno Martini: “The Cure” é um EP muito importante pra mim porque a música the cure eu trabalhei nela há um tempo. Eu fiz ela faz sei lá dois anos, um ano. A “The Cure” e a “Fades”. Faz um tempo que eu tenho essas musicas e eu nunca encontrei um momento certo pra lançar essas musicas. A “Fades”, inclusive, faz uns três anos. E nunca encontrei um momento certo para lançar elas. Eu nunca senti que era o momento para lançar essas musicas   Como esse ano eu vou para a Europa, ficar 15/20 dias, vou tocar no Tomorrowland. Vou para Ibiza, tenho show em Ibiza, vou tocar na Alemanha… Vou tocar nos maiores festivais do mundo agora, eu resolvi lançar essas musicas que são mais voltadas para pista, pro mundo eletrônico. E são musicas que vão estar, com certeza, nos meus sets.

PopNow: Como estão a expectativa é a preparação para a turnê na Europa?

Bruno Martini: Eu , primeiramente, muito feliz. Todos os dias eu agradeço por essa possibilidade na minha vida. Não é a primeira vez que eu vou tomar nesses festivais, ano passado eu toquei em varios. Esse ano eu também tive a oportunidade, fui o único brasileiro que toquei no MainStage do EDC, no México. Foi um dos maiores shows que eu já fiz, com 100 mil pessoas. E é muito maluco foi muito legal. A gente faz as musicas aqui no meu estúdio. Eu moro em São Paulo, no Brasil, e é muito maluco quando vlcd viaja e e vai pra outro lugar. Sei lá! Ano passado eu toquei em Oslo, na Noruega, e você vê. Quando eu toquei “Hear Me Now”, “Sun Goes Down”, todo mundo levantava a mão e cantava. É muito legal! Claro que estar dentro do seu país, pra mim, eu me sinto muito feliz de estar no Brasil e tocar nele todo, mas pra mim, por mais que você veja números, rede social e tudo mais, você não vê a ‘coisa’ propriamente.

Pra mim foi muito gratificante quando eu fui pra Oslo, e toquei minhas musicas e tava todo mundo cantando e levantando a mão. E pra esses festivais, mais uma vez, eu preparei algo muito legal. Como eu te falei, esse EP, o ‘The Cure”, eu voltei realmente para a música eletrônica e são músicas que eu preparei pro meu set. Por isso que eu resolvi lançar esse EP. E esse EP também tem uma história muito legal que é em relação a arte dele. Esse EP conta com a arte de um artista muito interessante que é o Gringo Cardia. O Gringo é um cara super respeitado no Brasil. Ele que fez a abertura das olimpíadas. Ele é um cara muito talentoso. Eu sou um cara muito musical, e eu consigo enxergar, quando eu faço uma musica nesse estúdio, l que eu quero o que aquilo seja, mas eu não consigo transcrever numa arte. E ele é super talentoso, e ele desenvolveu todo o trabalho visual desse EP. O trabalho dele foi uma experiência muito legal e foi um trabalho que ele fez junto com uma ONG que ele tem com a atriz Mariza Orth, que é uma ONG que ele trabalha com pessoas de uma comunidade do Rio, e eles trabalham com arte, design e tudo mais, e essas crianças que fazem esse trabalho e desenvolvem. Quando ele me contou, foi muito bonito. Se você vir o lyric vídeo, ele tem varias raças, pessoas de varias etnias, pessoas diferentes ali. E pelo EP se chamar “The Cure” e pela música falar ‘da cura’, a gente quis trazer isso da raça. Não importa quem você seja, não importa quem você é, o que importa é todo mundo se respeitar. E a arte tem muito do Brasil. Muito dessa mescla de cultura de pessoas do mundo inteiro que vieram pra cá. 

PopNow:  Você é um talento nato. Na primeira entrevista que fizemos com você, você disse que toca diversos instrumentos e que faz questão de criar as bases de todos eles para suas músicas. Para o novo EP o trabalho foi o mesmo? 

Bruno Martini: Claro! Todas as musicas que eu faço, sempre eu produzo aqui dentro do meu estúdio. Eu cresci em família de músicos, meu pai também é músico. E eu comecei a tocar guitarra muito cedo, o primeiro instrumento que eu aprendi foi guitarra com 8 anos. Com 9 anos, ele me deu um violão e eu comecei a tocar. Inclusive tem um vídeo muito legal de eu, com 9 anos, cantando uma música dos Tribalhistas, “Velha Infância”, e aí minha mãe gravou eu cantando. Isso ficou guardado. Eu sempre gostei muito dessa música e foi uma musica que marcou. Passaram-se uns anos, faz uns dois ou três meses e eu recebi o convite deles pra remixar essa musica. E é um clássico, né? Eu não gosto muito de mexer com musicas que são tão marcantes assim, não é uma tarefa fácil. Mas como essa musica deles é tão importante pra mim, e ter marcado essa fase, eu resolvi fazer. Então eu fiz uma versão que é bem pop, mas que também eu possa tocar nos meus sets e levar isso pra galera da eletrônica. E eu fiquei muito feliz com essa oportunidade e to tocando a música. É um hino, eu fiquei muito feliz de ter remixado essa musica.

Mas voltando à sua pergunta, eu nasci em família de músicos, comecei a tocar guitarra muito cedo. Depois eu fui pro estúdio. Meu pai teve estúdio e muitos artistas passaram por lá. Meu pai trabalhou com muita gente, e eu sempre acompanhei essa vida artística. Com 15 anos eu conheci a Mayra. A gente tinha banda de Rock, a gente tocava com amigos de escola mesmo. E começamos a escrever nossas próprias músicas, foi quando eu comecei a compor. E quando eu comecei a compor, a gente escreveu umas cinco músicas e acabamos assinando contrato com a Disney, na Califórnia, e trabalhamos seis anos com a Disney. Mas eu sempre fui muito próximo da eletrônica, até porque meu pai trabalhava com eletrônica. Então eu ia nos festivais com amigos e tudo mais. Quando eu tive 22 anos, eu fui no Tomorrowland, no Brasil, e eu estava com a minha namorada e falei com ela: “Eu vou tocar aqui“. E eu sempre tinha meus projetos paralelos, que eu compunha pra muitos gente. Aí eu decidi começar a lançar minhas músicas autorais, as coisas que eu escrevo, as coisas que eu faço, e eu me separei da Disney. Tenho uma relação super boa, agradeço muito a eles. E a Disney é a maior companhia de entretenimento do mundo. O que eu aprendi lá dentro, não sei nem como agradecer. E aí eu resolvi lançar minhas musicas. Foi quando eu conheci o Zeeba. Comecei a escrever com ele, começamos a compor, e conheci o Alok. Juntamos os dois no meu estúdio, ficamos super “brother”, e começamos a fazer “Hear Me No, que foi a primeira música que eu lancei, e a gente não tinha noção que a música ia ser esse sucesso, a gente ficou muito feliz. Acho que é a música brasileira com mais plays no Spotify.

Acho que o sucesso de “Hear Me Now”, realmente foi porque eram três meninos dentro de um estúdio com a vontade de fazer música, era isso. Foi uma coisa muito verdadeira.

PopNow: Sobre o single “Morena”, do Vítor Kley, em parceria com você. Normalmente você sempre coloca um tom eletrônico nas suas produções, com uma batida mais forte e uma musica mais extravagante, mas “Morena” é o completo oposto. Ela também envolve pela batida, mas conta com uma pegada completamente diferente. Como foi que vocês tiveram ideia de fazer essa parceria? 

Bruno Martini: Essa parceria surgiu, na verdade, é o Vítor lançou aquela música que se chama “O Sol”, que é sucesso absoluto, e há um tempo atrás eu conheci um rapaz chamado Hélio Leite (Helinho), do Midas. A gente se conheceu através do meu pai, inclusive, e a gente perdeu o contato e ele trabalha com o Rick Bonadio, e o Vítor trabalha com o Rick. Aí ele me ligou e perguntou se eu não gostaria de criar musicas com o Vítor. Eu falei “Vamos lá, vamos ver no que dá”. Cara, quando eu conheço o Vítor, – eu sou um cara muito de energia então, quando você trabalha com alguém, independente de quem seja – tem pessoas que entram no meu estúdio e eu falo “Cara, não é pra mim!” Não encaixa. Não sei explicar. Quando eu entrei com o Vítor no estúdio, a gente ficou supernatural amigo. Parceirão!

E ele é um menino super talentoso. E começou a tocar violão, a gente começou a escrever e “Morena” era uma musica que ele “tinha” no violão, e começou a tocar e eu comecei a fazer uma mixagem no meus computador e ele falou “Nossa! Super legal”, porque foi uma mistura do hip-hop e apesar de eu ser do mundo eletrônico e tudo mais, eu sou um cara muito musical. Sou apaixonado por música. Então, eu escuto de tudo. Eu tento não me prender numa vertente só por mais que a gente esteja acostumado a rotular. Eu cresci no meio de músicos, tive bandas e Rock, passei pela Disney, trabalhei com o Timbaland, então eu absorvo de todos os lados, escuto todos os estilos musicais sem preconceito com nada. Claro, eu faço uma peneira e absorvo aquilo de cada coisa que me agrada mais e trago aquilo pra minha música.

Eu sempre fui muito fa de Jorge Ben, Seu Jorge e aí a gente pensou “como a gente vai fazer essas musicas com um tom atual?” Uma mistura do Samba-Rock com um pouco do Hip-Hop e daí saiu “Morena”. Eu me identifiquei muito com o Vitór Kley. Ele é também um cara muito musical, então eu ligava pra ele e chamava “pra fazer um som” e ele vinha. Ele é um cara que gosta de ver e respira música, assim como eu. A gente se identificou muito. E lançar essas músicas… Talvez as pessoas não esperem isso. E isso foi numa época em que eu estava voltando dos Estados Unidos. Eu tinha trabalhado com o Timbaland, nós fizemos dez músicas juntos. Todas as oportunidades que vem, eu agarro. Eu amo trabalhar com pessoas diferentes e que vêm de histórias diferentes, eu acabo absorvendo um pouco de cada um.

Eu aprendi muito disso com o Timbaland. Eu estava lá no estúdio: éramos eu, ele, é um produtor mexicano. E eu levei umas dez músicas – umas com a Mayra -. Três pessoas diferentes. Eu nasci no Brasil, ele no México e o Timbaland, que é o rei, nos Estados Unidos. Três pessoas diferentes com realidades diferentes. Por mais que sejamos parecidos em gostos musicais, a gente tem uma história diferente e eu estou muito ansioso pra lançar essas músicas que a gente fez. Eu pretendo lançar um álbum no início do ano que vem com essas musicas. Inclusive, elas são isso pop. Não na linha de “Morena”, porque “Morena” tem um som mais brazuca, mas é bem pop. Trabalhamos com vários artistas de lá também. Foi uma experiência incrível pra mim. A gente gravou no mesmo estúdio que o Michael Jackson gravou “Thriller” e foi muito mágico. E eu sempre fui muito fã dele assumido desde 14 anos.

PopNow: Imagino o quão icônico tenha sido isso para você, não é?

Bruno Martini: E sabe o que é mais legal? A gente realmente se conectou através da música. Parece meio conversa pronta, mas juro que foi assim. Ele veio atrás de mim por causa de “Living On The Outside”, que é uma música que eu lancei que eu canto, toquei todos os instrumentos, escrevi ela inteira. Aí, do nada, recebo um e-mail de um empresário dele falando que trabalhava com o Timbaland e perguntando se eu não tinha mais músicas. Aí eu mandei as minhas músicas e eles piraram. Eu fui pros Estados Unidos, fiquei 20 dias na Califórnia com eles e fizemos um monte de músicas. E ele, realmente, é um cara muito musical. Independente de dinheiro, sucesso, o que for, o cara entra no estúdio e parece uma criança. Foi bem mágico.

PopNow: Na primeira vez que te entrevistamos, te falamos: cara, vamos viajar! E perguntamos com quem você queria gravar. Você respondeu Timbaland, e aconteceu. Então perguntamos novamente: com quem você gostaria de gravar?

(Risos). Agora é muita pressão, pô! Eu falei em trabalhar com o Timbaland e um ano depois aconteceu. Mas sabe de uma coisa? Quando a gente realmente acredita, de verdade, as coisas acontecem. Sempre foi meu sonho, desde criança, trabalhar com ele. E eu não tinha noção de que iria trabalhar com ele, mas as coisas realmente aconteceram.

Cara, eu acho que hoje, se eu for escolher um artista (suspiro!). Essa pergunta é tão difícil. Sei lá! Eu sou tão eclético que fica realmente difícil escolher apenas um. A eu acho que se eu pudesse fazer uma parceria, realmente, seria o Drake.

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Jornalista, publicitário e diretor de jornalismo do PopNow, trabalha na área há 10 anos. Amante de música Pop e uma boa leitura, já foi a tantos shows que nem consegue lembrar. Já cobriu eventos como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, conheceu o Papa e busca o sucesso do portal.

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