PopEntrevista
Zeeba fala sobre parceria com Goldfish e revela vontade de gravar com IZA, Vitor Kley e Seu Jorge
Sinônimo de sucesso, Zeeba é o cantor norte-americano mais brasileiro deste Brasil. Filho de brasileiros e nascido em San Diego, na Califórnia, o artista, que também é compositor, fez do país Tupiniquim seu lar, se destacando na música em cenário internacional.
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Com composições em português e em inglês, e parcerias de peso, o artista mostra sua versatilidade diariamente no país em que o consagrou.
Agora, para 2019, os planos são ainda maiores. Dono de uma voz singular e um jeito fofo, Zeeba está por trás de um dos maiores sucessos brasileiros de todos os tempos, o hit “Hear Me Now“, parceria com Alok e Bruno Martini. Mas não se reserva apenas à isto, e investe em novos trabalhos tão interessantes quanto.
Em uma entrevista descontraída com o PopNow, o artista falou sobre os planos para o ano, mensurou os sucessos de 2018 e revelou nomes com os quais gostaria de trabalhar. Já imaginou uma colab entre Seu Jorge e Zeeba?
Confira a entrevista:
PopNow: Você lançou uma parceria agora com o Goldfish que é uma faixa bem dançante né? Queria saber como foi esse toque criativo, como foi o pensar essa música para vocês?
Zeeba: Cara, foi muito doido, eu tinha um amigo em comum com o pessoal do Goldfish, e acabei em San Diego, eles tão morando lá agora, que é a cidade que eu nasci, então foi muito legal, fui visitar os amigos, passei na casa deles e a gente escreveu essa música em um dia, um deles estava com um piano lá, e e eles foram dando umas ideias e eu fui dando outras, aí a gente gravou uma demo no mesmo dia e depois eles trabalharam na produção e a música ficou pronta depois de uma semana. O processo foi bem rápido!
PopNow: Super do nada né? Vocês começaram a trabalhar e foi muito orgânico isso… (?)
Zeeba: Sim, eles são músicos muito bons, produtores, eles também deram opiniões. Tem produtores não são de dar muita opinião na letra, ficam mais na parte musical, mas eles deram opinião desde a letra até a partitura da música e toda parte musical, eles participaram bastante de tudo foi super legal. Eu acho que a música tem a cara deles e a minha cara, ficou legal.
PopNow: O que deve ser muito difícil né? Criar uma identificação de cada um dos artistas que estão fazendo parte?!
Zeeba: É, isso que eu achei legal e eu também consegui colocar um pouco aí dos falsetes, e tudo mais eu acho que é legal fazer essas coisas internacionais também, ganhar visibilidade lá fora.
PopNow: E antes de lançar essa música, você já tinha lançado “Young Again”, e além da música e do clipe que foram gravados em Nova Iroque, você lançou uma versão reimaginada dela junto com Scorsi e Vinne. Queria saber se é mais difícil criar uma música do zero, ou mexer em uma que já esteja pronta…
Zeeba: Para mim, criar música do zero é muito natural, não acho um processo difícil e os remixes do Vinne e do Scorsi na verdade a produção do remix foi feita por eles então eu não participei desse processo mas eu já tinha trabalhado antes com o Scorsi, já tinha feito remix de Hear Me Now e Ocean… Então eu acho que é uma releitura e um processo difícil. Sou produtor também e é muito difícil fazer uma releitura. Achei que fizeram um trabalho muito legal e dois remixes bem diferentes, um tem uma linha mais EDM e o Vinne mais urban dance, tem aí para todos os gostos.
PopNow: É legal porque o eletrônico têm várias vertentes, cada artista defende um vertente e cada um conseguindo unir essas vertentes, gera um resultado incomparável. É muito único, pessoal e fica pra gente que acompanha a cena e esse tipo de música, um resultado muito sensacional, talvez até um que a gente não esperasse ver. Artistas diferentes seguindo um caminho juntos e fica um resultado tão interessante, que eu acho que em uma pista, um evento, um festival por exemplo, quando você sente a vibe, a energia do pessoal curtindo sua música, deve ser algo, extraordinário, não é?
Zeeba:Total, o eletrônico tem essa coisa da galera pular, o som batendo bem forte é diferente. Eu que faço dois tipos de shows, show com a banda, e o show eletrônico você vê uma diferença e é legal ver a diferença de emoções e sensações da galera do palco, isso é muito bom.
PopNow: Você já tocou nos maiores festivais do país, você tocou no Z Festival recentemente, já tocou no VillaMix, acaba de ser anunciado em um festival em BH em janeiro… Qual é a diferença de fazer um show para um público menor, intimista, que curte o Zeeba e encarar um festival?
Zeeba: São energias diferentes, um show mais intimista é mais o que eu faço, um show para poucas pessoas, quando eu fazia pocket, um acústico, um show diferente, eu também estava querendo e fazendo muito isso quando estava só com o Alok. “Deixa eu pegar minha banda aqui e fazer o melhor pocket”, e quando é assim parece que você está na sala da sua casa, com as pessoas ali que você conversa, que tem mais diálogo, é uma sensação muito boa também, bem diferente. Um show com mais pessoas, acho que é mais energia. Você não tem um contato direto, mas você fala com muitas pessoas de uma vez só. Então, eu acho que eu prefiro fazer para multidões, eu acho que é até mais fácil pra mais gente.
PopNow: Jura?
Zeeba: É, porque você olhando no rosto das pessoas é algo assim, que eu fico mais intimidado. É engraçado.
PopNow: É, porque tem artista que tem bloqueio de se apresentar pra muita gente, justamente porque é muita gente né [risos], mas eu entendo o que você está falando, porque também não tem ninguém ali te encarando de perto, e se você se sentir intimidado por alguém é só desviar o olho, e tem outras dezenas de milhares de pessoas te olhando…
Zeeba:Exatamente, quando você tá fazendo show pra um mar de pessoas, você olha pra uma “massa”, que é engraçado. Eu lembro quando saiu “Hear Me Now”, foi com o Alok em Los Angeles, e ele disse: “Cara, vou fazer um show em Goiânia”, e aí era um dos primeiros Villa Mix Festival que eu participei, tinha umas 60 mil pessoas, e eu fiquei muito nervoso. Primeiro show pra uma multidão foi bem difícil. Tem até um vídeo muito engraçado que eu olho e vejo que eu era muito diferente do que eu sou hoje no palco. Mas a gente se acostuma né. Com o tempo é isso, um show com muito mais gente fica muito mais fácil. Hoje em dia eu sou mais tranquilo nos dois! Mas eu tinha mais dificuldade com show menor do que maior. Show pequeno é pra conversar mais. É isso, você está numa cadeira com um violão, você tem que entreter a galera também com papo, é uma coisa mais conversa, não só a música.
PopNow: Já que você citou a parceria com o Alok e o Bruno Martini, um dos maiores sucessos brasileiros a nível internacional, que é “Hear Me Now”, tocou e toca até hoje nos maiores eventos do mundo, nos maiores festivais. Queria saber se a parceria parou por aí ou há a possibilidade de uma nova faixa entre vocês.
Zeeba: Eu acho que tem a possibilidade ainda, sim. Eu tô focando muito na minha carreira solo, a gente deu um espaço aí de lançamento. “Ocean” foi a última, e com o Bruno hoje, eu ele estamos sempre trabalhando juntos, “Live in the moment” a gente fez a produção, então a gente tá sempre trabalhando juntos. Então, eu e o Alok a gente tinha comentado de lançar alguma coisa no começo do ano que vem, a gente tem uma música que é minha, que o Alok queria fazer um remix, e tal, fazer alguma coisa juntos, então a gente tá sempre conversando também. São dois amigos, sempre juntos e é questão de momento, da gente estar experimentando, fazendo coisa com produtores também, enfim. Estamos procurando caminhos diferentes, mas tudo junto. Talvez ano que vem saia alguma coisa. E com o Bruno talvez saia alguma coisa em breve. To trabalhando em uma faixa do álbum dele na verdade e também tá trabalhando em uma música minha. Então a gente tá sempre se ajudando. Eu escrevo umas coisas pro Bruno também, na parte de letra e melodia, voz também. Sun Goes Down, foi uma música que eu escrevi também. Estamos sempre juntos.
PopNow: Eu sempre falo para o Bruno que adoro a vibe de “Sun Goes Down”, pra mim é a melhor música de vocês. E ele veio com esse EP agora, o “The Cure”, já lançou “Younger”, e eu perguntei até pra ele na última entrevista se iria rolar alguma parceria, e ele não quis soltar muita coisa… E aí? To me aproveitando um pouquinho… [risos]
Zeeba: A gente ficou de fazer uma música pro álbum [dele], às vezes não sei se vai sair no álbum. A gente tá meio enrolado, aí acaba que eu não sei exatamente o que vai ser, mas a gente tá trabalhando sim.
PopNow: Você falou que tem feito muitas colaborações e são colaborações bem interessantes, cada um com resultado bem diferente, acho que o legal da colaboração é exatamente isso, você pegar a vibe,voz, conhecimento de um artista, conseguir trazer pra você e gerar uma sincronia. Tem algum artista que você gostaria muito de gravar e ainda não teve essa oportunidade?
Zeeba: Ah, tem muitos! Seu Jorge é um cara que eu adoraria fazer um experimento português/inglês, Vitor Kley é um amigo meu, a gente tenta marcar de se encontrar, fazer um show mas a gente não tem tempo. A Iza, é uma artista que eu admiro bastante aqui no Brasil. Lá fora, tem o Bruno Mars, que seria um sonho, to trabalhando pra chegar lá, um dia quem sabe com Coldplay, é um objetivo de vida. Tem muitos DJs também, o Kygo gosto muito, tem muitos nomes internacionais que eu gostaria de fazer parceria.
PopNow: O que o Zeeba de hoje gostaria de ensinar para o Zeeba do início de carreira?
Zeeba: Ah, acho que deixaria ele mais calmo e falaria “Cara, vai dar tudo certo, você escolheu a profissão certa”[risos]. É uma profissão difícil né? A gente tinha lá a banda, acho que eu tava muito feliz também naquela época, do Grammy, a gente tava viajando, abrindo show de uma galera, a gente tava bem realizado mas acho que eu ia falar “Cara, pode esperar por muito mais”. Ou talvez não. Talvez se eu falasse isso eu ia ficar meio paradão. Acho que isso faz a gente correr mais atrás das coisas então foi tudo positivo. Então acho que eu não falaria nada, deixaria quieto [risos], falaria só pra ficar mais tranquilo.
PopNow: O que você não consegue deixar de ouvir?
Zeeba: Eu não tenho uma música que eu escuto todo dia mas, eu falei do Coldplay, que é uma banda que até hoje eu gosto de pegar para ouvir. “Parachutes” é um álbum, um dos meus favoritos, é bem tranquilinho, bem emoção.
PopNow: Com toda relevância que você vem conquistando, o que você gostaria de fazer que ainda não fez?
Zeeba:Eu acho que eu quero lançar mais um hit do meu projeto solo. Pra ter um sucesso internacional tão grande quanto… Não gosto de comparar mas ter um sucesso internacional legal. E aqui no Brasil eu quero fazer uma parceria aí com alguém, acho que estou devendo aos brasileiros alguma coisa em português. Aperar de eu estar empreendendo pro mundo e fazendo coisas internacionais. Pro Brasil eu queria alguma parceria de peso, ou com a Iza ou com Vitor Kley, eu quero falar com esse pessoal pra gente fazer alguma coisa em português.
PopNow: Tenho certeza que vai dar um resultado super legal, o Bruno mesmo gravou com o Vitor Kley, “Morena”, que é muito boa.
Zeeba: Também adoro essa música. Quando ouvi a demo no estúdio falei “Cara, essa música vai estourar!”, acho que é a sucessora de “O Sol” de alto nível! O Bruno também é um dos meus produtores favoritos, o cara é muito meu amigo, trabalha com todos os gêneros e entrega super bem, ele domina. A gente trabalhou um CD meu que na época era indie rock, nada eletrônico, e foi ele que produziu, ele domina mesmo.
PopNow: Muito legal acompanhar essa parceria.
Zeeba: A gente sempre tenta inovar para não ficar na mesmice, é isso. A energia é boa, a gente trabalha no estúdio feliz fazendo as coisas, onde saem as coisas mais bonitas e mais honestas.