Com diversos trabalhos no currículo como em “Pequena Travessa” e “As Filhas da Mãe”, Samanta Precioso se prepara para voltar na sexta temporada de “Escola de Gênios” do Gloob e Globoplay. A temporada 6 – última da série – estreia em julho, como temporada ‘Original Globoplay’. Vivendo a vilã Edna, a atriz fala com felicidade e animação sobre o seu retorno ao projeto. “Foi uma mistura linda de artistas e técnicos no set e fora que deu um resultado que o espectador consegue sentir assistindo”, acredita.
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Com doses de ‘maldade’ e humor, Samanta adianta um pouco sobre a personagem. “A Edna saiu da terceira temporada derrotada em uma competição entre as duas escolas – Robotec e Escola de Gênios. Ela volta determinada e preparada para não perder novamente”, conta a atriz que promete um final emocionante: “Se vão conseguir acabar com a Escola de Gênios, não posso contar. Mas o público pode esperar muitas emoções”.
‘Sofri um pouco com a minha primeira vilã’
Samanta engrossa o coro dos atores que amam interpretar antagonistas. “A gente, geralmente, faz uma ideia muito boba de quem a gente é. Ou se acha muito bom, ou se acha um nada. O exercício de interpretar um vilão bom é o exercício de borrar essas fronteiras, tensionar os limites de quem você é num campo seguro que é o da ficção”, aponta.
A atriz se diz uma pessoa de sorte por conseguir encarnar ‘personagens maldosos’, mas diz que não foi fácil viver essa experiência de primeira: “Minha primeira vilã no teatro foi em 2008 e sofri um pouco. Foi difícil acessar as partes escuras, mesquinhas, odiosas e mostrá-las escancaradas para uma multidão ver”, relembra Samanta.
Em entrevista ao Portal PopNow, Samanta conta como é viver uma vilã, projetos que estão por vir e muito mais. Confira!
Como foi para você viver uma vilã? Existe alguma inspiração por trás?
A Edna é uma vilã muito divertida porque é muito humana. É o tipo de vilã que a gente adora interpretar e que o público adora assistir e odiar. A Edna tem um objetivo e perdeu os limites do que é certo e errado, se dar bem e se vingar da Escola de Gênios virou uma obsessão. Muita gente age assim e não vê que o segredo é cooperar e não competir. Essas pessoas são minha inspiração. Mas me inspira mais a oportunidade de contar essa história para as crianças fãs da série e ensinar esse limite.
Como surgiu o desejo de ser atriz?
Muito cedo minha mãe inundou nossa infância com histórias e música. Tivemos a sorte de ir muito ao teatro e havia uma sensação de encantamento e uma estranha familiaridade com o aquele espaço, o cheiro do teatro, as luzes. Nas férias, juntávamos as crianças da rua e ensaiávamos para apresentar no final do verão. Era a minha brincadeira preferida. Quando cresci um pouco, assisti Píramo e Tisbe do Vladimir Capella no Teatro do Sesi na Paulista, ali decidi oficialmente que queria fazer aquilo até ficar velhinha. Anos depois, estava como atriz no palco do SESI na Paulista, dirigida pelo Vladimir Capella, esse gênio que já nos deixou mas inspirou muitos artistas como eu.
Existe mais algum projeto para esse ano, além da série “Escola de Gênios”?
Estou escrevendo e dirigindo um espetáculo on line junto com meu grupo de teatro. Assim que abrirem os teatros, quero estrear dois projetos com textos meus: um infanto juvenil chamado A Árvore do Mundo (de contos eslavos) e Wonderful (um solo em que pretendo atuar também)
Um ator ou atriz em que você sonha contracenar?
Eu tive muita sorte, fiz novela com Fernanda Montenegro e contracenei com o Raul Cortêz. No Teatro, contracenei com os generosos Selma Egrei, Magali Biff, Luis Damasceno e Walter Breda, com Marcos Oliveira e Denise del Vechio. Já que estamos falando de sonho e não temos que nos preocupar nos sonhos com detalhes como a língua, eu gostaria de fazer cinema com Ricardo Darín.
Qual sua maior inspiração no meio artístico?
Minha maior inspiração não é uma pessoa mas todo o grupo de artistas e técnicos brasileiros que estão enfrentando com coragem a pandemia e o contexto político que vivemos. Ouvindo os mais antigos que resistiram aos anos de chumbo e se mantiveram vivos e criando, nós seguimos nos ajudando mutuamente, produzindo e denunciando.
Como foi pra você trabalhar em meio a pandemia? Houve alguma estratégia?
Tivemos que nos reinventar como artistas e reinventar o teatro para continuar produzindo na pandemia. O teatro é a arte do encontro e ele foi impossibilitado justamente quando as pessoas mais precisaram de arte e ficção para sobreviver. Sem romantizar essa época horrível que passamos, desde sempre a arte acha meios criativos de seguir, e foi o que fizemos. Pelo que vejo, muita coisa interessante está sendo descoberta agora.
Prêmios
Em 2019, “Escola de Gênios” foi eleita a melhor série brasileira de ficção pelo Prêmio do Cinema Brasileiro. Samanta Precioso acredita que o público infanto-juvenil precisa de identificação e que encontram isso na produção. “Eles querem se ver em cena, querem ver as suas questões sendo destrinchadas. Os roteiristas não minimizaram as questões dessa fase da vida, nem fizeram uma caricatura”, afirma a atriz.
“Fora que criaram uma escola maravilhosa onde todos gostariam de estudar, cheia de personagens geniais que eram reconhecidos e amados por suas potências e fragilidades também, como todo ser humano gostaria de ser. A série acertou em cheio”, completa.
Arte e Educação
Com um currículo lotado de trabalhos e personagens de sucesso, Samanta também é diretora teatral, dramaturga, gestora cultural e educadora. Ela conta que decidiu ingressar na carreira artística na primeira vez que assistiu a um espetáculo. “Lembro da sensação de pisar pela primeira vez naquele lugar e sentir o cheiro do teatro. Acho que decidi ali que queria ser atriz”.
Porém, conforme foi crescendo, sentiu que poderia fazer ainda mais e ganhou forças para agir e lutar também na área da educação. “À medida que fui crescendo e vendo o mundo fora do que eu conhecia, decidi que tentaria ajudar o maior número de gente como o teatro havia me ajudado”, relembra Samanta que dá aula desde os 16 anos e se sente realizada atuando e ensinando: “Para mim, não existe diferença entre o que sentimos quando estamos criando em cena e o que sentimos quando estamos criando com os alunos em sala de ensaio”.
Novos Projetos
A cabeça está a mil, trabalhos em andamento, textos sendo produzidos… são muitos os planos e projetos que Samanta Precioso está tocando. “Estou dirigindo e escrevendo “A peça Invisível”, parte dela é online com interação com a plateia. Para fazer essa produção tivemos que aprender tudo de novo, foi difícil e bonito”, conta a atriz que não pretende diminuir o ritmo.
“Tenho dois textos que escrevi e que quero logo levar aos palcos assim que reabrirem. Também escrevi uma série de livros infanto- juvenis sobre temas pouco abordados como o luto, a autonomia afetiva, o feminino e o masculino”, diz a multifacetada Samanta, que credita à maturidade o abandono a certos pudores: “A medida que envelhecemos temos histórias melhores para contar e a gente, como artista, vai se despindo de qualquer vaidade ou pudor”.
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