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Kell Smith

PopEntrevista

‘Queria tanto trazer esse assunto e pensei que não existia forma mais leve do que mostrar o real’, diz Kell Smith do novo projeto ‘Vivendo’

Kell Smith: Divulgação

Na última sexta-feira (29), a cantora e compositora Kell Smith, apresentou seu EP “Vivendo”, que iniciou com a faixa que dá o nome desse trabalho, em uma parceria com Padre Fábio de Melo, e que ganhou mais duas inéditas, intitulada “Faça um Bom Dia” e “Ansiedade”. E trazendo mais um momento, de toda sua intimidade, Kell canta de uma maneira leve, sobre o tema que é urgente, especialmente em tempos tão difíceis como a saúde mental, ansiedade, autocuidado e todas a outras vertentes, que levam as pessoas a se sentirem mal. Mas, o que há de melhor, do que fazer uma corrente de acolhimento juntos, e se unirmos através da música e melodia, não é mesmo?


E para falar desse processo deste trabalho, Kell Smith, conversou com o Portal PopNow e nos contou sobre toda a profundidade desses sentimentos traduzidos em letras de paz, esperança e amor.  “Traz força e leveza.  É sobre nós e não sobre mim. O que nos une”.

Popnow: Você chegou com seu EP Vivendo, que traz reflexões que transportam o ouvinte a um lugar de acolhimento. Como foi a elaboração desse projeto? 

Kell Smith: Começamos o EP com o lançamento da faixa “Vivendo”, em uma parceria com Padre Fábio de Melo, que chegou com o propósito da campanha do setembro amarelo, que dá visibilidade para esse assunto importante que é a saúde mental e a preservação da vida. E essas outras duas que lancei agora, trazem de maneira ampla a saúde mental também. O single “Vivendo”, fala diretamente sobre um assunto delicado, que é o suicídio e que precisamos tanto conversar. Não é à toa que existe um dado bem alarmante e tive acesso a eles por meio do Centro de Valorização a vida e na hora fiquei preocupada e 90% desses casos poderiam ser evitados se pudéssemos conversar a respeito, então conversar sobre isso é urgente sabe? Em 2020 apresentei um álbum abordando também sobre isso, o “O Velho Bom Novo” e mais uma vez quis tratar novamente, porque temos que falar desse assunto em setembro com bastante visibilidade, mas também nos outros, porque é um assunto de vida real sujeitos a qualquer momento adoecer mentalmente e é mega negligenciado há muito tempo, e é uma questão estrutural e nossa história diz tudo isso, como é ‘falta de Deus’, ‘frescura’, ‘falta do que fazer’. Eu quero promover esse diálogo, que fala sobre escolhas e fazer um bom dia e que faz a diferença em toda nossa vida que não é esperar não ter um bom dia, mas sim, ter atitude que você pode tomar sob sua vida e ter o poder de fazer ser bom. Esse padrão do que é vencer na vida, ta tudo ligado nisso. A faixa ‘ansiedade’ é um mantra, e eu sou uma pessoa que luta contra a ansiedade e no passado já evolui para uma crise de pânico e me sentia paralisada e ser uma voz a dialogar é importante e está todo mundo precisando depois até mesmo dessa situação de pandemia, onde nossas fugas foram tiradas de nós, agora cabe a gente falar sobre isso. 

Popnow: Como você faz para abordar esse tema de uma forma mais leve? 

Kell Smith: Eu procuro sempre trazer como acontece comigo mesmo. Essa nudez de alma, de sentimento, de se despir e dizer tudo que você sente, na maioria das vezes a gente se sente mal. Ninguém que ser o caos, ser o pesado do rolê e dar trabalho. Queria tanto trazer esse assunto e pensei que não existia forma mais leve do que mostrar o real, que é como nos sentimentos e não temos coragem de dizer ou perceber. Existe aquilo que vencer na vida é concluir etapas, adquirir e comprar algo, constituir família, escolher uma faculdade e são tantos padrões e a vida vira uma grande tortura, quando na realidade temos essa escolha de fazer nossa própria vida como fazer um bom dia e escolhendo viver por você. E trazer isso de forma leve, é só ser real e ter coragem de assumir a vulnerabilidade.  

Popnow: Você se sente mais forte dividindo isso com mais gente e dores diferentes? 

Kell Smith: Com certeza! Pois, é um processo, em que eu sou a mão da caneta, eu sinto e logo escrevo. Imagina então que essas músicas me tocam antes mesmo de tocar as pessoas. O processo que dividido nesse projeto, é um processo que estou vivendo, de autoconhecimento, de reflexão e preservação da vida que eu também vivo, onde já vivi a sensação de medo de morrer com a vontade de se matar, mas a gente não fala sobre isso. Meu objetivo é tonar esse assunto uma rotina

Popnow: Você brincou bastante com a parte musical, e vai trazer até o acordeon. Como foi toda essa experiência musical? 

Kell Smith: Eu sinto cada música de maneira individual e elas são como filhos, onde não temos um preferido e nem comparar um filho com o outro. A música começa comigo na mensagem que quero passar e depois começo a ver qual gosto e cheiro ela vai ter e qual instrumento que ela a canção vai me pedir. A parceria com o Bruno Alvez, capta de maneira orgânica que estou sentindo. A meu intensão foi trazer um EP que tivesse a intimidade, o minimalismo, mas que trouxesse essa viagem para o interior de si, quando penso no acordeon, me traz na cabeça a música regional. Além de ter essa liberdade de brincar e fazer música. Não quero seguir nenhum padrão, quero fazer uma música nossa, porque crio a música com minha comunidade de fãs, me inspiro neles e conhecendo cada história. Esse momento de muita tensão se lança ou não algo, e como o mercado vai se comportar sem os recursos e outros fatores que nos deixam amedrontados. É um ato de resistência e produzir música assim. 

Popnow: O EP traz mais uma vez a produção do maestro e pianista Bruno Alves. Fale um pouco dessa parceria de vocês. 

Kell Smith: Eu o maestro estamos juntos desde o início da minha carreira. Ele começou como meu diretor musical, de toda a parte do show, o líder da banda, que é a parte mais gostosa que é o palco, que levou nos dois para outro lado, para o musicalmente como compositores, onde nos conectamos muito e o trouxe como produtor musical do “O Velho Bom Novo” e a gente conseguiu traduzir o que queríamos nessa parceria e chamei ele de novo para esse EP. E se digo que cada música é um filho, a gente não faz com qualquer pessoa ou pelo menos não deveria. 

Popnow: Ainda temos “Faça um Bom Dia!”, parceria com Bruno Alves, tem como referência a faixa “Filtro Solar”, interpretada por Pedro Bial, e a faixa “ansiedade”. Fale um pouco dessas faixas. 

Kell Smith: “Faça um Bom dia”, a referência dela é “Filtro Solar”, que o Pedro Bial interpreta, para trazer essa conversa. Essa com Pedro Bial, traz a mistura da música, com o diálogo, que é o mesmo conceito que temos em “Faça um Bom dia” que é aquilo que não pode ter controle, mas pode escolher como reage, de escolher viver, e fazer sua própria vida. Já “Ansiedade” é um mantra e me fez olhar com gentileza para esse assunto, de trazer um acolhimento, paz e alívio que paralisar a gente, ela é carinhosa e a motivação de falar para pessoa ansiosas. 

Popnow: Como vem sendo seu planejamento para volta nos palcos? 

Kell Smith: A pandemia, me tirou o palco e os shows, onde era o lugar que mais me conecto com meus fãs e atendê-los e conhecer cada um de maneira mais profunda. Eu posso dividir minha arte, é tão especial tudo isso. Não estou 100 % segura, de esperar esse novo normal, mas ao mesmo tempo depois de tanto tempo fora, eu estou muito a fim de voltar. Minha agenda começou abrir agora em novembro, mas quero só quando for seguro para mim e para todo meu público. Minha música fala sobre a vida, então é um artista em desespero querendo voltar, mas também querendo o bem de todos. 

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Jornalista, 24 anos e canceriana. Apaixonada por séries e filmes de super-heróis, mas que não dispensa uma comédia romântica/drama com final previsível. Não vivo sem música e minha playlist é aquela que toca de tudo. SEM BRINCADEIRA! O próximo passo cobrir os maiores festivais por aí.

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