Na segunda-feira, dia 27 de março, a Paris Filmes reuniu a imprensa no Hotel Windsor Atlântica em Copacabana, na Zona Sul do Rio, para uma coletiva de imprensa com a atriz Octavia Spencer, protagonista do filme “A Cabana”, onde interpretada DEUS. Na versão do filme, Deus é uma mulher. O filme, além de Octavia Spencer, tem a brasileira Alice Braga, Sam Worthington, Radha Mitchell, Graham Greene entre outros.
Muito simpática, Octavia posou para fotos, e brincou pedindo aos fotógrafos que tivessem cuidado para que ela não saísse nas imagens com papada. Durante a coletiva, a atriz disse que leu muitos livros sobre religião e que também contou com a ajuda de um reverendo próximo a sua residência para compor o papel de Deus no longa; e, que sua opinião sobre Deus fortaleceu, após a participação no longa.
O longa é dirigido por Stuart Hazeldine, roteirista de “Exame”, o filme apresenta a história de Mack Phillips [Sam Worthington], um homem que viveu um drama pessoal com o desaparecimento de sua filha Missy, de seis anos. Enquanto o ferido Mack Phillips ainda se vê sem motivos para viver, diante da fatalidade que abalou sua família, ele recebe uma misteriosa carta divina, que o convida a voltar para a cabana onde sua filha foi encontrada morta. Nesta missão, Phillips se encontra com Papai [Octavia Spencer], e é surpreendido por revelações e ensinamentos, que irão ajudá-lo a superar esse trauma.
O livro, com o mesmo nome do filme, se tornou best-seller, escrito pelo canadense William P. Young, foi publicado em 2008 e vendeu cerca de quatro milhões e meio de cópias. Em todo o mundo, já foram mais de 25 milhões de cópias vendidas.
Confira a entrevista:
Como foi pra você como atriz trabalhar esse personagem, receber o papel de interpretar Deus? Ter fé ou não ter fé?
O livro é uma lição de fé, eu amei a forma como a fé foi colocada. E eu tive uma motivação meio egoísta, eu senti que precisava estar no filme, eu queria fazer parte dessa história que oferece esperança para o mundo. Deus se apresenta de forma orgânica, Ele não força o personagem a acreditar ou a perdoar, Ele deixa que o Sam tire suas próprias conclusões.
Uma das grandes qualidades do livro ‘A Cabana’ é a caracterização socialmente descontraída da Santa Trindade. E disso, ela é uma jornada de autoconhecimento e sua base é sobre amor e perdão. Numa fase tão conturbada historicamente, como você enxerga em si esse processo?
Uma das coisas que eu amo sobre o filme e o livro foi como a Santa Trindade foi representada. Eu amei interpretar o Todo Poderoso numa perspectiva de mãe e filho. Somos todos feitos à imagem de Deus, e o fato deterem latinos, afro-americanos e asiáticos mostra que não é uma caracterização especifica do cristianismo, que Deus não é especificamente uma mulher negra.
Como foi pra você participar da adaptação de um livro que é best-seller? E como foi atuar com o Sam Worthington e com a brasileira Alice Braga?
O fato de o livro ser um best-seller mostrou que as pessoas também encaravam o livro com o mesmo componente de cura que eu mesma encontrei, por isso é um best-seller. Eu me diverti muito ao interpretar com o Sam, eu sou uma grande fã dele. E eu não tive a oportunidade e contracenar com a Alice, mas eu gostei muito de ver como seu personagem se desenvolveu no filme.
No começo do filme, Missy faz muitas perguntas difíceis pro seu pai. Você acha que o publico consegue se relacionar melhor com essas perguntas vindo de uma criança do que deum adulto?
Com certeza, uma das coisas mais bonitas sobre contar uma historia pelos olhos de uma criança é a inocência, sem julgamento. E ela fez muitas perguntas difíceis que Sam precisava responder e que ele também precisava achar as respostas, e ele precisou perder a filha pra saber as respostas das perguntas dela.
Alguma coisa mudou em você depois de fazer o papel no modo de pensar e de tratar as pessoas?
Eu gosto de pensar que sempre fui o mesmo tipo de pessoa, eu vivo minha vida sendo um exemplo de como tratar as pessoas da maneira que eu gostaria de ser tratada. Então, isso não mudou muito em mim. Fazer esse papel com certeza teve um impacto na minha vida, eu percebi que havia coisas que eu também estava guardando e que eu nem percebi que estava guardando. E liberando essas coisas eu pude seguir em frente. E eu definitivamente cresci como pessoa, eu acho que a vida é uma jornada espiritual, todo dia suas decisões afetam não apenas a sua vida, mas a vida dos outros. Eu aprendi muito sim, e eu posso dizer que mudei o suficiente.
Como foi a preparação para o papel? Como você desenvolveu o personagem?
Eu trabalhei com um pastor local que é meu amigo para conhecer mais da doutrina do cristianismo. O diretor do filme também me emprestou alguns livros, e as lições ficaram em meu coração. Não há uma referência especifica de como se interpretar Deus. E no caso, eu interpretei como a mãe do Sam. Imaginei como um filho que eu abandonei ou traí. Não houve tempo suficiente para desenvolver uma relação com o Sam no set, o que foi bom porque eu precisava ter esse estranhamento para contracenar, que não teria acontecido se fossemos super amigos.
Vivemos em dias muito conturbados, onde o ódio e a violência tem dominado o mundo. Você acredita que as pessoas ao assistirem o filme e ao entenderem essa mensagem de perdão, de cura e esperança, a gente vai poder trabalhar pra ter uma sociedade melhor? E você como atriz, acredita que o seu trabalho pode influenciar e ajudar as pessoas a viver o perdão e saber lidar melhor com a diferença?
Essa é uma pergunta muito profunda. Eu acho que violência e ódio estão a nossa volta dede o começo dos tempos, desde Caim e Abel, e só pioraram. Mas também existe outro lado onde todos somos seres humanos, e a gente sempre pode exercer o bem, que eu credito que existe em todos os seres humanos. Se nós paramos de olhar nossas diferenças e focar no que somo iguais, como na felicidade para o mundo, em amor o próximo, amar nossos filhos, nós teremos um mundo melhor. Você muda o mundo começando a mudança por você. Espero que com o filme as pessoas se auto examinem e mudem, e sejam melhores.
No dia a dia, você conversa com o Papa? E como foi a construção dessa conversa baseada no relacionamento q você tem com Deus?
Eu falo com Deus todo dia, esse é o único jeito de começar o dia. Você pode ter um dia muito ruim se começar sem falar com Deus, então, eu começo meu dia orando. É muito difícil se preparar pra encarnar o Todo Poderoso, eu me considero uma serva de Deus, uma filha de Deus. E estava a serviço do papel e minha conversa com Deus foi meio esquizofrênica. E eu encarei esse papel mais como uma mãe.
Veja a galeria de fotos da coletiva:
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