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PopEntrevista: Banda Melim
São três irmãos. Dois rapazes e uma garota. Gêmeos, Diogo e Rodrigo são os mais velhos. Gabi, a musa da casa, a caçula. Apesar dos laços de família terem, desde cedo, transformado a residência em Niterói (Rio de Janeiro) em um ambiente musical, eles só passaram a tocar juntos há pouco tempo. Mas o sucesso da banda Melim foi imediato. Com um som que passeia pela surf music, reggae e pop, passando por outras influências, os irmãos acabam de assinar com a Universal Music e lançam, em 15 de dezembro, um EP que tem como carro-chefe a canção “Meu Abrigo“. Uma trilha sonora perfeita para celebrar o verão.
Batemos um papo com a Melim, banda que surgiu no cenário nacional ao participar do programa Superstar, da Rede Globo. Confira a entrevista:
PopNow: Vocês agora estão na Universal Music e acabam de lançar o EP “Meu Verão”, que traça uma trilha sonora bem específica para a estação preferida dos brasileiros. Como foi a produção desse projeto?
Melim: A gente está curtindo muito essa parceria com a Universal, essa história que a gente está construindo junto. Na verdade, a gente ficou um ano para assinar, a gente já tinha interesse de fechar com eles. Logo depois que a gente saiu do Superstar, a gente já vinha conversando, e aí foi no final do ano passado [2017] que a gente realmente assinou e começamos a trabalhar mesmo, assim, pesado. E aí a gente acabou lançando o EP no final de dezembro, que é o “Meu Abrigo”, e a gente saiu com essa música como single. A gente fez clipe e todo mundo gostou, o pessoal da Universal, do escritório, e a gente está super feliz.
PopNow: Vocês participaram do programa da TV Globo Superstar, o que mudou na vida profissional de vocês de lá pra cá?
Melim: Na verdade tudo começou bem antes do programa. Nós já tínhamos carreiras separadas, a Gabi cantava samba, tinha uma carreira solo – ela começou bem antes, chegou até a lançar um CD -, eu e o Diogo, a gente tinha uma banda de pop/rock. O Superstar, na verdade, foi a nossa união. Em 2015 a gente foi para a Festa da Música, em Canela (RS), e a gente teve a oportunidade de dividir o palco para tocar uma música e foi muito legal. A galera toda que estava lá adorou e achou que a gente já era uma banda. Nós somos irmãos, então cada um estava sempre presente na vida do outro, na música, mas a gente seguia carreiras separadas. Mais pelo estilo. Naquela época da festa, a gente estava ficando bem próximo. O que aconteceu é que na festa foi uma apresentação muito maneira, a gente foi aplaudido de pé, foi uma sensação diferente. Logo depois nós postamos dois vídeos no Instagram, fomos chamados para fazer teste no Superstar. A gente estava se descobrindo como banda ainda. Então o Superstar foi o primeiro passo e um passo gigantesco para a gente. E depois, como toda banda sonha, fechar com uma grande gravadora. Na verdade, foram três passos: entrar para o Superstar, que a gente tinha acabado de montar a banda, tinha um mês mais ou menos; a gente entrou para um escritório, que foi a BBM; e depois, no final do ano passado, a gente fechou finalmente com a Universal. Agora a estrutura é outra, isso faz toda a diferença.
PopNow: Vocês são irmãos, isso ajuda ou atrapalha na hora de trabalhar?
Melim: Acho que ajuda. A gente se conhece a vida inteira. Com o tempo a gente vai ganhando maturidade para separar, e isso só melhora qualquer tipo de relação que a gente possa ter. O trabalho é uma relação que pe outra. Todas as relações são baseadas na confiança. O fato de sermos, não só irmãos, mas a gente sempre foi muito unido. Minha mãe e meu pai sempre foram muito preocupados com isso lá em casa. Eles falavam uma frase que era assim: “Vocês podem brigar com a gente, mas entre si não podem brigar”. A gente quando tinha qualquer diferença, a gente tinha que ficar de bem. E minha mãe sempre trabalhou na divisão. Ela comprava um iogurte, era um para cada. Ela não dava a mais para nenhum de nós. Até porque, lá em casa, somos cinco. Nós somos os caçulas.
PopNow: A gente sabe que, atualmente, a relação entre os artistas e os fãs através das redes sociais é algo muito importante. Como vocês lidam com isso? Os fãs de vocês tem algum nome em especial?
Melim: A gente, na verdade, está usando um apelido para o fã clube, que foram eles mesmos que sugeriram, que são os “Melindos” (Risos). A gente tenta, cada vez mais, estar sempre presente nas redes sociais, porque a gente sabe a importância disso. Hoje em dia o contato com o fã que a gente mais têm está na rede social, é postando, respondendo. A gente tenta responder o máximo que dá. Inclusive, a gente não deixa ninguém responder, a gente gosta de pegar para fazer, por isso que muitas vezes a gente não responde tão rápido. E eu acho nossos fãs muito educados. A galera sempre respeita. Não sei se, pelo estilo de música, mas a gente recebe muito carinho, são muito educados. Até nos shows. E na internet é isso. É se adaptar para essa nova realidade. Para todo mundo é nova essa vida de internet. Você mostra a sua intimidade para pessoas que não te conhecem.
PopNow: Apesar de vocês serem jovens, já compuseram bastante para grandes artistas como Ivete Sangalo e Luan Santana. Como foi isso?
Melim: Primeiro a gente começou a compor as músicas que a gente gostava, que veio desde criança. A gente tinha várias músicas. Depois a gente se encontrou com outro menino, que era compositor também e a gente mostrou as nossas músicas. Ele falou “pô cara, vocês têm que mandar essas músicas para outras pessoas gravarem também”, e a gente começou a pensar nisso. A gente sentou, começou a fazer sem compromisso, da nossa forma, e começou a mandar as nossas músicas para as pessoas. E o legal foi isso, porque as pessoas começaram a se identificar por ser algo diferente. Por ser algo que não tinha muitas pessoas fazendo, e começou a dar certo. O mais legal é quando você escreve uma música para o seu universo musical, o seu estilo, e um outro artista completamente diferente se identifica e grava, tem sempre uma surpresa. Eles mudam arranjo, cantam de forma diferente. Então aquela música que a gente gravando é uma música 100%, vem o Jorge & Mateus ou Sorriso Maroto, por exemplo, vira um sertanejo ou um pagode.
PopNow: Agora vamos falar sobre sonhos. Se pudessem colaborar com algum artista brasileiro, qual seria?
Melim: Tem dois artistas que a gente gosta muito e que são mais ou menos do segmento, para gravação. Primeiro o Djavan, que a gente gosta muito, e a gente aprende muito com a forma que ele escreve e a forma com que ele compõe as melodias. É muito diferente. E o número dois seria o Alexandre Carlos, da banda Natiruts, que é uma das maiores bandas de Reggae que a gente tem no Brasil, que também é influenciado pelo Djavan. Então, na verdade, são os dois.
PopNow: E internacional?
Melim: A gente gosta muito do Magic!, a gente curte muito o Ed Sheeran, a Corinne Bailey Rae. Tem uma galera!
PopNow: Quais são os próximos projetos e como anda a agenda de shows?
Estamos gravando a segunda etapa do nosso CD, e a gente está muito feliz. São autorais, composições nossas. E cada vez a gente está fazendo mais shows. Tudo vai caminhando junto. Inclusive dia 25, a gente faz show no Solar de Botafogo, no Rio, e no dia 31 em Búzios, com a Claudia Leitte.