Brasil
Originalidade, desconstrução, humor e estilo: Oreia relança ‘Pé do Ouvido’
Oreia, o gangsta da roça, hoje coleciona inúmeras participações com grandes artistas como Black Alien, Djonga, Marina Sena, Fbc, Luedji Luna e uma trajetória marcante: do sarau vira lata ao duelo de mcs. Do DV tribo e Hot & Oreia ao Gangsta da Roça, Oreia entrega o que sempre entregou: irreverência, talento e autenticidade em rimas, letras e melodias surpreendentes.
- Nattan se une a MC Daniel para o lançamento de ‘Vacilona’
- DAY LIMNS leva inovação tecnológica à música e ao autoconhecimento com o EP ‘VÊNUSNETUNO II’
- Gu Andersen convoca produtor de Rael e Marina Peralta para ‘Sexto Sentido’, seu novo single
Originalidade, desconstrução, humor e estilo são outros traços marcantes na música de Oreia e o disco “Pé do Ouvido“ vem, agora pela Sony Music, para provar que desde sempre foi assim.
“Pé do Ouvido” foi o primeiro disco do Oreia, produzido e lançado em 2016. Hoje num movimento de encontro às próprias raízes, Oreia resgata e reapresenta ao público esta obra. Composto por 6 faixas, o disco foi reformulado e agora, em seu relançamento, traz novidades como a participação de importantes nomes; entre eles Chris, Zemaru e Sombra. Chris e Zemaru, participam da faixa foco e inédita – “Falar de Amor”, enquanto Sombra e Oreia, trazem conhecidos versos em “Quantos Kilos”.
“‘Falar de Amor’, a faixa foco, atravessa a sonoridade romântica, ao mesmo tempo cheia de autotune e de efeitos. Traz Chris, que é famoso por fazer música de sofrência, rei do R&B, e o Zemaru, que tem um som muito original. Essa música fala de perdas amorosas, sofrimento, lembranças boas e de compreensão. Foi feita quando os três cantores estavam em um momento mais sensível, triste e com saudade”, conclui Oreia.
Sobre Oreia
Gustavo Rafael Aguiar – nome de batismo de Oreia – nasceu em 12 de dezembro de 1992 no Vale do Jequitinhonha em Minas Gerais, na cidade de Medina, onde a cultura da roça é extremamente presente e relevante. Filho de mãe e pai mineiros do Vale, Oreia cresceu em meio a esta forma de viver, de vaqueiros, boiadeiros, de quem caça pra comer, quem cria bois e galinhas e cultiva hortas e plantas. Sua mãe tem nove irmãs, mulheres fortes que marcaram seu desenvolvimento,- e um único irmão homem que foi escolhido pra ser o seu padrinho “Padin Dau”, cuja 4° faixa do álbum Gangsta de Roça homenageia com um áudio que o padrinho mandou a um amigo um dia antes de morrer.
Quando tinha seis anos, acompanhou a família, que migrou para um interior industrial e comercial de São Paulo – Limeira – em busca de trabalho e melhor qualidade de vida. Trabalhavam na área do comércio mais de doze horas por dia e viviam nas periferias. Enquanto isso, na escola, Gustavo era discriminado por ter um jeito considerado estranho, ser da roça, ter os dentes separados e orelhas grandes. Foi aprendendo a malandragem que precisava para sobreviver na selva de concreto e foi quando resolveu se apropriar do apelido “Oreia” pelo qual sofria bullying.
Neste período, transição da infância pra adolescência, conheceu o rap, a rua e assumiu a si próprio como MC. Sempre rebelde, com dificuldades de se encaixar nos padrões esperados socialmente, a escola foi o seu grande desafio. Viveu a adolescência transitando por casas de família em outras cidades. Aos 15, foi para Belo Horizonte e fez um curso de xamanismo, que abriu sua visão para espiritualidade. Aos 16, morou em Brasília, onde voltou a estudar com apoio da família, nunca se distanciando do movimento do rap. Sempre entre a rua e a família.
Aos 20, foi morar em Belo Horizonte para trabalhar com o comércio, assim como sua família, mas foi lá onde encontrou abertura pra seus caminhos artísticos. Se formou. nas batalhas do Viaduto Santa Tereza, cocriou o Sarau Vira Lata movimentando a cena cultural da cidade, cocriou e integrou o histórico grupo de rap DV Tribo e alçou sua carreira artística com a dupla Hot e Oreia, quando lançou dois discos elogiadíssimos pela crítica e conquistou os palcos de grandes festivais do Brasil.
Em 2020, Gustavo anunciou o fim da dupla e voltou para Medina, para morar na roça com sua família. Ficou um ano sem aparecer na cena musical e nas redes sociais. Foi um período de reflexões e transformação. Em 2022, aos 29 anos, retornou mais autêntico que nunca, lançando sua carreira solo como Oreia, o Gangsta da Roça, numa estética que reúne suas raízes, trajetória e essência com bastante simplicidade e liberdade.