Opinião
Opinião: Viola Davis, Katy Perry e mais! Por que é importante falar sobre Marielle Franco?
Brasileira, negra, ex-moradora de favela, mãe. Esses são apenas alguns sinônimos que podemos utilizar para mencionar Marielle Franco, ex-vereadora do Rio de Janeiro morta a tiros na noite de 14 de março de 2018, quando havia acabado de deixar um evento na Lapa, região central do Rio de Janeiro. Mas por que tamanha comoção?
Muitos, nas redes sociais, dizem brigar por uma investigação limpa e que Marielle “não é nenhuma vítima diferente das tantas outras do dia a dia”. Pergunto: o que de normal há nesta afirmação? Um país que não consegue sustentar suas leis, prover liberdade e assegurar o ir e vir de todos nós, deve estar errando em algum ponto. Ou não?
No último domingo, 19, estive em cobertura para o PopNow no show de Katy Perry, que aconteceu na Praça da Apoteose, no centro da Cidade. O local fica acerca de 3 quilômetros de onde Marielle foi morta dias antes. No palco, a californiana chamou a irmã e a filha da ex-vereadora, um momento não apenas inesperado, mas absurdamente importante e comovente. Já nesta terça-feira, 20, a atriz Viola Davis, que venceu grandes prêmios como o Oscar, Globo de Ouro e Emmy, utilizou suas contas no Instagram e Twitter para fazer um desabafo.
Na publicação, a norte-americana falou sobre o empoderamento e coragem com que Marielle seguiu durante sua vida política.
“Estou lendo sobre esta mulher corajosa #MarielleFranco que lutou por direitos dos pobres nas favelas. Eu apoio e luto com vocês, Brasil. Viva Anderson e Marielle” – Viola Davis.
O registro em sua rede social rendeu mais de 30 mil respostas e quase 60 mil likes. A atriz Taís Araújo foi uma das artistas que curtiu a publicação.
Pressionada a falar sobre o assunto, a brasileira Anitta foi bombardeada em uma publicação no Instagram apostas posicionar sobre o assassinato da ex-vereadora. O posto fui excluído pela cantora de sua conta no Instagram.
Num mundo ideal, o medo de morrer em um assassinato, após um assalto, ou em qualquer das possibilidades que estamos, tristemente, acostumados a lidar diariamente, não existiria. As Leis e suas execuções seriam, não apenas duras, mas valeriam para todos, independente de raça, cor, credo, posição política oi conta bancária. No Brasil, no entanto, esta realidade não funciona.
Não funciona pois os direitos básicos instituídos na constituição de 1988 não são garantidos pelo Estado; Moradia, segurança, saúde, lazer, educação… Vá você depender do SUS para ver o que é bom.
Em um país onde lideranças ainda promovem o Voto de Cabresto, onde políticos são donos de empresas de mídia e controlam a imprensa, num país onde a liberdade de expressão é vetada, inclusive, numa rebelião estatal, não há seguridade de direitos básicos. Num país onde uma criança pobre, moradora de favela, não tem seu direito instituído, não há possibilidade de mudanças. É preciso, sim, mudar. Para todos os que não tem voz, artistas como Katy Perry, Viola Davis e tantos outros, precisam, sim, fazer a voz valer para que, um dia, possamos desfrutar dos direitos assegurados e jamais cumpridos.
*O artigo expressa estritamente a opinião do autor e não possui ligações com a linha editorial do Portal PopNow.