Opinião

Opinião: Não é o Pop que tem de se reinventar

Rina Sawayama. Foto: Divulgação

Após alguns contatos com publicações em redes sociais de fãs reclamando dos rumos do Pop e reclamando da “mesmice”, comecei a pensar sobre os rumos da música, no Brasil e no mundo. Com uma série de novos lançamentos todos os dias e o “novo normal”, o público de todo o mundo tem de se reinventar afim de criar uma nova estrutura diária, incluindo os costumes do consumo de trabalhos fonográficos e audiovisuais. Em suma, está tudo chato, então música e TV tem sido os grandes atrativos do momento.

Mas ecoa em minha cabeça uma publicação específica em que um fã de Pop, em uma rede social, reclamou de o estilo “estar chato”. Sendo um jornalista de entretenimento e dedicando os últimos oito anos da minha vida ao trabalho, assim como tantos outros colegas, coloco aqui a minha opinião sobre um dos estilos musicais mais consumidos do mundo.

Não é o Pop que precisa se reinventar. Após sucessos contundentes de Lorde, como revelação anos atrás, e Billie Eilish, grande sucesso em 2019, a música tem apresentado diversas vertentes, que se baseiam na esência de cada artista. Sonoridades a parte, a música se renova diariamente de forma orgânica, apresentando novidades para todos os ouvidos.

Só para citar alguns artistas, há algumas semanas, uma até então “desconhecida” artista no Brasil, Rina Sawayama, apresentou seu primeiro álbum, SAWAYAMA. O projeto, traz uma visão única e sonoridade nunca antes vista de um trabalho na música. Com treze faixas, sendo minha favorita “Comme Des Garçons (Like The Boys)“, o álbum é um forte candidato às premiações.

Já conhecido pelo público e sucesso com a música “This Is America“, Childish Gabino (alter ego do ator, diretor, roteirista e rapper, Donald Glover), revelou seu segundo álbum, “3.15.20” em março. O projeto, um dos mais ambiciosos os quais me deparei nos últimos tempos, é um respiro embasado por críticas.

Com 12 faixas, o projeto é sem igual e quase uma obra-prima musical, apesar de ter tido pouca repercussão em meio à pandemia. Esta, aliás, vem arrastando diversos trabalhos para o limbo, em meio às incertezas do segmento. Um grande exemplo foi o adiamento de Chromatica, novo álbum de Lady Gaga. Finalmente, o álbum chega às plataformas ainda em maio, e contará com, além do sucesso “Stupid Love“, uma parceria entre Ariana Grande e Lady Gaga. O que será que podemos aguardar?

Posso citar ainda diversos outros trabalhos primorosos: Future Nostalgia, de Dua Lipa; After Lights, de The Weeknd; Circles, primeiro álbum póstumo de Mac Miller, o singleIdontknow“, de Jamie xx, entre outros. No cenário brasileiro, se destacam trabalhos de Baco Exú do Blues, o EP Existe Amor, de Milton Nascimento & Criolo, solta, EP de estreia de Giulia Be, além de Numanice, investimento de Ludmilla no pagode.

Com tantas novidades, para diferentes gostos, quem precisa se reinventar é o ouvinte, adequando seus dias e ouvidos às novas realidades cotidianas.

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