PopEntrevista
Nila Branco fala sobre música, influências e processo criativo de ‘Azul Anil’
Nila Branco iniciou sua carreira no final dos anos 90, quando lançou seu primeiro CD homônimo, desde então foram mais cinco CDs e três DVDs.
Mudou o jeito de cantar, ousou ao regravar ‘Mente, Mente’, da trilha sonora do clássico ‘Cidade Oculta (1986), dirigido por Chico Botelho, e se aproximou definitivamente da MPB. Cantou suas canções, ‘Aquele Beijo’ e ‘Bye, Bye’ e se divertiu com a releitura de Conga, Conga, Conga. Nila considera o CD Sete Mil Vezes – que virou DVD em 2015 – um marco em sua carreira.
Em 2018, se reinventou ainda mais e apresentou seu mais recente álbum, “Azul Anil“. Prestes a retomar aos palcos, a cantora conversou com o PopNow sobre sua carreira, influências e música, é claro!
Confira a entrevista:
PopNow: Você acaba de lançar seu novo álbum, “Azul Anil”. Quais são as influências que você trouxe para esse projeto?
Nila Branco: Nenhuma influência específica. Acho que tem um pouco das coisas que gosto de ouvir, que se encontram no meu baú de memórias afetivas. Eu sempre ouvi muita MPB, muito Rock, Pop, Reggae. Então, estas nuances aparecem sempre no meu trabalho em um grau maior ou menor de intensidade.
PopNow: Você conta com algumas colaborações bastante interessantes com compositores da Bahia, Tocantins, São Paulo, Goiás e Minas Gerais. Como você acha que esse mix “acontece” junto? Você já conhecia os trabalhos desses artistas?
Nila Branco: Eu só conheci os seus trabalhos por que eles me enviaram as canções. Algumas eu havia recebido há muito tempo. Elas estavam ali, guardadas em uma pasta do meu computador esperando o seu momento. O momento certo foi o Azul Anil, quando eu resolvi escutar novamente estas composições e experimentar na minha voz. Este mix de “sotaques” trouxe um “algo mais” para o CD como um todo, acrescentou desafios e somou no final. O resultado, para mim foi melhor do que o esperado.
PopNow: Você tem uma carreira extensa e tem trabalhos memoráveis com 5 álbuns de estúdio e três DVDs. O que “Azul Anil” tem de especial? Você vê como uma evolução no seu estilo e carreira?
Nila Branco: Obrigada! Eu tenho orgulho do que já construí, de tudo o que eu fiz dentro do que me foi possível, sempre buscando manter a coerência e a dignidade. O Azul Anil, vem coroar um momento de superação pessoal, quando eu mesma passei a gerenciar minha carreira, ser minha própria empresária, negociar, escolher os rumos. Ou seja, romper de vez com qualquer o velho modelo ao qual eu estava acostumada. O desafio é criar o meu próprio modelo, meu jeito próprio de trabalhar. Eu que sempre sou muito crítica, vejo uma evolução sim. Penso que estou no caminho certo.
PopNow: Você se reinventa sempre e assina faixas para diversos filmes e curta-metragens. COmo foi que você ingressou nesse meio?
Nila Branco: Eu adoro a sétima arte! De certa forma, sempre exercitei este meu lado, fazendo roteiro para meus videoclipes. Depois amigos cineastas me propuseram o desafio de criar trilhas sonoras e eu aceitei, claro! Adoro desafios! Tem sido um grande prazer, imaginar todo o som que vai permear cada intenção de cena! É uma coisa muito boa de se fazer.
PopNow: Se você pudesse escolher um artista para fazer uma parceria, quem seria?
Nila Branco: Olha, tem vários artistas brasileiros que eu admiro. É até complicado escolher um porque nosso país realmente é bem sortido de talentos!
Mas eu escolheria duas figuras distintas, duas mulheres: Marisa Monte, por ter a meu ver uma carreira irretocável, por ser esta artista completa, de grande qualidade. Com ela eu cantaria qualquer coisa que ela propusesse. A outra seria Marília Mendonça, que é quem melhor representa a força da mulher, que conseguiu romper barreiras em um espaço tão dominado pelos homens, as duplas masculinas. Com ela eu cantaria Diversão que é uma música símbolo do “empoderamento” feminino no meu trabalho.
PopNow: O que não pode faltar na sua playlist?
Nila Branco: Na minha playlist eu escuto os classicos mas também “garimpo” artistas novos. Misturo Chet Backer com Clube da Esquina, “Miami com Copacabana”, Nina Simone com Céu, com Tulipa Ruiz, Caetano com Devendra Banhart com… Eu me divirto.
PopNow: Quais são as influências que você traz para “Azul Anil”?
Nila Branco: Um pouco do que ouvi no rádio, na vitrola, no vinil, no cassete, no Cd… Mas eu penso que a grande qualidade do Azul Anil é a despretensão, é a simplicidade, a objetividade. Isto, é claro, foi intencional.
PopNow: O que a música significa para você?
Nila Branco: Até aqui, tudo.
PopNow: Quem é a Nila Branco?
Nila Branco: A Nila Branco é hoje uma mulher goiana que carrega ainda o espírito cheio de sonhos daquela menina do interior de Minas Gerais.