Filmes

Mostra inédita homenageia Ennio Morricone, no CCBB de São Paulo

Enio Morricone. Foto: Divulgação

As composições do maestro italiano Ennio Morricone fazem parte da trilha sonora de mais de 500 filmes e, principalmente, da vida de muita gente.  Seu trabalho se confunde com a história do cinema mundial, com arranjos que ganharam fama nos aclamados filmes de faroeste italiano Spaghetti western , passando por longas policiais, dramas românticos, filmes de terror, de máfia e de época. No ano em que Morricone completa 90 anos, o Centro Cultural Banco do Brasil presta uma homenagem ao maestro e compositor com uma mostra dedicada ao seu trabalho. “SONORA: ENNIO MORRICONE exibirá 22 filmes de gêneros e diretores diferentes, mas com algo em comum: a trilha marcante do maestro.

Programação – 1º Semana

Quarta, 24 de janeiro
15h30 – A missão (The Mission / 1986 / 2h 5min / Bluray)
18h15 – Três homens em conlito (Il buono, il brutto, il cattivo / 1966 / 2h 41min / Bluray)

Quinta, 25 de janeiro
16h30 – Cérebro do Mal (Il diavolo nel cervello / 1972 / 1h 46min / Bluray)
19h00 – O engima do outro mundo (The Thing / 1982 / 1h 49min / Bluray)

Sexta 26, de janeiro
16h30 – A batalha de Argel (La battaglia di Algeri / 1966 / 2h 01min / Bluray)
19h00 – Por um punhado de dólares (Per un pugno di dollari / 1964 / 1h 39min / Bluray)

Sábado, 27 de janeiro
15h00 – 1900 (Novecento / 1976 / 5h 17min / Bluray)

Domingo, 28 de janeiro
15h30 – Investigação sobre um cidadão acima de qualquer suspeita (Indagine su un cittadino al di sopra di ogni sospetto / 1970 / 1h 55min / Bluray)
18h00 – Os intocáveis (The Untouchables / 1987 / 1h 59min / Bluray)

Segunda, 29 de janeiro
16h00 – Lolita (1997 / 2h 17min / Bluray)
19h00 – Malena (2000 / 1h 49min / Bluray)

Com curadoria de Rafael Bezerra, a mostra fica em cartaz em São Paulo de 24 de janeiro até 19 de fevereiro. Ao longo do mês, o público poderá conferir filmes de alguns dos mais aclamados diretores, como Terrence Malick, Quentin Tarantino, Brian de Palma, Pedro Almodóvar, Sergio Leone e Bernardo Bertolucci, entre outros. A mostra também terá debate especial no dia 15 de fevereiro com Rafael Bezerra (curador), Filipe Furtado (palestrante) e Vivian Aguiar-Buff (palestrante), após a exibição em 35 mm do filme O Deserto dos Tártaros. Além disso, a mostra contará ainda com uma sessão inclusiva com audiodescrição e intérprete de libras do filme Por um Punhado de Dólares, no dia 19.

“É incrível como Morricone tem uma das assinaturas mais inconfundíveis da história do cinema (a força visual, a carga afetiva, ideias simples em arranjos complexos, instrumentação incomum, sons concretos, uso da voz humana como parte da orquestra, longos silêncios, gags musicais e notas únicas sustentadas por um bom tempo), e, ainda assim, suas músicas, nos melhores casos, conseguem ser absolutamente absorvidas pelos filmes dos quais emergem” – Rafael Bezerra.

A programação conta com filmes desde a década de 60, que deram notoridade ao compositor, como os longas de bang bang italiano de Sergio Leone (“Por um Punhado de Dólares e “Por um Punhado de Dólares a Mais), até filmes mais recentes, como “Os Oito Odiados (2016), de Quentin Tarantino, que rendeu a Morricone o Oscar de Melhor Trilha Original.

“É uma mostra de filmes e trilhas de todos os tipos, gêneros, décadas e nacionalidades. Um breve e afetivo panorama dedicado a exibir e fomentar a discussão a respeito da filmografia diversa e extensa de um dos maiores compositores da história do cinema.” – Rafael Bezerra.

Após estreiar em São Paulo, a mostra parte para o CCBB Brasília onde acontecerá de 30 de janeiro até 25 de fevereiro.

Sobre Ennio Morricone

Enio Morricone. Foto: Divulgação

Nascido em Roma, filho de trompetista, Morricone desde muito cedo demonstrou o desejo e o talento para seguir a carreira do pai. Aos seis anos, já tocava trompete e compunha suas primeiras partituras. Entre 1943 e 1954, estudou no Conservatório Santa Cecilia, na capital italiana, sob a supervisão do maestro Goffredo Petrassi, e tocava com o pai nos clubes de jazz da cidade. Fã de Stravinsky e sua relação com o folclore russo e das canções românticas de Stockhausen, Morricone passou a trabalhar como arranjador para o canal de TV RAI no final dos anos 50. Ao longo das décadas de 50 e 60, fez o arranjo de centenas de músicas. Nelas já era possível identificar seu gosto, marcante em seu trabalho no cinema, pela música concreta, pela incorporação de ruídos e sons do dia a dia como parte integrante da composição musical.

Em 1961, Luciano Salce o convidou para fazer a trilha de seu filme, Il Federale. Embora não fosse uma pessoa que frequentava o agitado mundo dos cineastas e produtores italianos, os convites foram se tornando cada vez mais frequentes. Em 1964, Morricone reencontraria aquele que seria seu parceiro mais famoso, Sérgio Leone. Nascia ali trilogia dos dólares. De lá pra cá, são mais de 500 composições para o cinema.

Sair da versão mobile