Opinião

Marília Mendonça: mais do que chorar a morte, é hora de celebrar a vida

Marília Mendonça. Foto: Reprodução / Instagram

Não há um momento que eu me lembre de Marília Mendonça sem um sorriso estampado no rosto. Com uma voz sem igual, a estrela brasileira teve um sucesso meteórico. Além de quebrar tabus, por ser uma mulher em meio à música, ainda mais a indústria do sertanejo, com tantos nomes masculinos, Marília fez rir e encantou com sua voz.

Talento, carisma, presença e, além de tudo, verdade. Com esses sentimentos, não há como não chorar a morte de Marília Mendonça, que parte tão precocemente aos 26 anos.

O Brasil chora, o luto está estampado na nação. Embora você não fosse fã, é quase impossível não sentir empatia à família e amigos, e tantos fãs que ficam com sentimento oco em meio à perda de uma das maiores cantoras brasileiras.

Mais do que chorar, é hora de celebrar. Celebrar a vida, celebrar os dias, o crescimento, a memória de Marília Mendonça e das outras vítimas desse trágico acidente: Abicelí Silveira Dias Filho, tio e assessor da artista; Henrique Ribeiro, produtor; Geraldo Martins de Medeiros Júnior, piloto; e Tarciso Pessoa Viana, co-piloto.

“Quando bater a saudade
Olhe aqui pra cima
Sabe lá no céu aquela estrelinha
Que eu muitas vezes mostrei pra você”

Para um jornalista, informar a morte de uma pessoa tão importante e amada, é uma das funções mais difíceis. Hoje, assistindo à cobertura da Rede Globo no programa “É de Casa”, chorei. Chorei não pela perda, apenas, mas pela celebração. Por estarmos ainda, diga-se de passagem, vivendo uma pandemia, algo único e sem precedentes na história do mundo contemporâneo.

E como não há como deixar de lado, vivemos o luto de tantas outras pessoas queridas nesses últimos um ano e meio. Comoção, impossibilidade de uma despedida e saudade. Aliás, a saudade fica, essa eternizada na voz de Marília Mendonça, que tanto amava fazer o que fazia.

Para nós, que estivemos inúmeras vezes com a artista, um sentimento é unânime. Marília vivia com vontade, vivenciava a cada dia aquilo que veio à Terra para fazer: cantar.

Meus sentimentos à família, amigos, e todos os fãs que perdem um talento.

Quando a lágrima cair, é fácil se lembrar de uma canção de Marília chamada “Estrelinha”. Nos versos, a goiana fala sobre o luto, despedida e morte.

Viva em nossas mentes e corações.

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