Edição: Daniel Outlander
No último domingo, 19, o festival Villa Mix desembarcou no Rio de Janeiro – mais precisamente no Parque Olímpico da Barra -, para sua antepenúltima edição de 2017. O evento, que reuniu grandes nomes do cenário da música nacional, como Tiago Iorc, Ludmilla, Sorriso Maroto, Thiaguinho, Alok, Wesley Safadão, Jorge & Mateus, Luan Santana e Matheus & Kauan, trouxe para a festa carioca o colombiano J Balvin como a grande atração internacional. O carismático cantor de 32 anos, vencedor de dois Grammy Latino, estourou para o mundo após a parceria que fez com Beyoncé em “Mi Gente”, uma das faixas mais executadas no Spotify em 2017. O artista, que populariza o ritmo reggaeton pelo mundo – assim como Maluma – já havia vindo ao Brasil em agosto deste ano. Na ocasião, Balvin apenas participou de compromissos profissionais e de promoção de “Mi Gente”, que tem aparições de Neymar e Anitta no vídeo. O Villa Mixfoi, então, o primeiro show de fato de J Balvin no país, e este ocorreu às vésperas do lançamento do clipe de “Downtown”, colaboração do colombiano com Anitta, parte do projeto CheckMate, no qual a cantora promete lançar uma música e clipe todo mês com alguma participação especial.
Que o Villa Mix é uma febre em todo o Brasil, ninguém tem dúvidas. Em um único dia, o festival – que é um dos mais renomados no país -, arrasta multidões de fãs apaixonados, atrai interesse publicitário e de marketing, sem falar no saldo econômico positivo que é gerado para a cidade no qual é realizado. A edição de 2017 do evento na capital fluminense não foi diferente. Mesmo sob forte chuva, o público não arredou pé do local e aproveitou as mais de 12h de música – entre sertanejo, pagode, reggaeton e eletrônica – com muita disposição e entrega. Apesar de cada vez mais incluir artistas mais da vertente do ‘pop’ no lineup, o Villa Mix é um festival de origens sertanejas. E foi o sertanejo o ritmo mais festejado pelos cariocas, como era de se esperar. Entre os destaques, Wesley Safadão – que pôs a galera pra pular já no início do anoitecer -, Luan Santana e Jorge & Mateus – ambos com uma legião de seguidores fieis e apaixonados, que trocaram juras de amor com os ídolos e mal contiveram as lágrimas. A baixa do dia ficou pela ausência da dupla de irmãs Simone & Simaria, que tiveram de cancelar sua apresentação por conta de motivos de saúde de Simaria.
Confira o resumo de tudo o que rolou no festival Villa Mix Rio, no último domingo, 19:
Tiago Iorc:
Tiago Iorc sempre arrasa os corações das meninas por onde passa. O brasiliense de 31 anos, que recentemente levou dois Grammy Latino para casa – um como “Melhor Álbum Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa” por ‘Troco Likes ao Vivo’; e outro por ‘Trevo (Tu)’, como “Melhor Canção em Língua Portuguesa”, escrita e produzida pelo artista para o álbum de estreia do duo AnaVitória – foi o primeiro a se apresentar na Maratona da Alegria do Villa Mix, no Rio. Com um visual bastante despojado – uma regata remetendo à banda norte-americana Dave Matthews Band e uma calça preta, além de cabelos soltos e óculos de sol – e muito carisma, o músico foi o primeiro a animar a festa, pouco antes das 14h, com “Amei Te Ver” logo de cara.
No set da tarde, que foi curto, Tiago explorou os principais hits da sua carreira, como “Coisa Linda”, “Me Espera” e “Mil Razões”, além de dois covers de clássicos: “Love Yourself”, de Justin Bieber, e “Tempo Perdido”, da Legião Urbana. Apesar de não ser exatamente o estilo musical mais tradicional de um festival como o Villa Mix, o romantismo das letras e simpatia de Tiago Iorc cumpriram bem o seu papel e fizeram vários casais curtirem juntinhos a apresentação do cantor.
Thiaguinho:
Um dos maiores nomes do ritmo mais caloroso do Rio, o pagode, Thiaguinho foi o primeiro representante do gênero líder de audiência na FM O Dia, a rádio mais popular do estado. Com um leque de sucessos na carreira, o cantor pôs o público – que ainda chegava ao Parque Olímpico – para dançar.
Com bastante carisma, presença de palco e um conhecido sorriso cativante, Thiaguinho não deixou de lado sucessos de sua carreira ao lado do Exaltasamba, grupo com quem dividia holofotes com o também sambista Péricles, antes de ambos seguirem carreira solo.
Ludmilla:
Ludmilla foi a única mulher no lineup do Villa Mix este ano. E, olha, a ‘danada’ veio empoderada e com um look cheio de transparências e esbanjando sensualidade – além de um ‘cabelão’ de dar inveja. A cantora de 22 anos, de Duque de Caxias, no Rio, é um dos principais nomes do funk carioca hoje em dia. Com hits no topo das principais rádios do Brasil, a morena abusou dos passinhos e reboladas, levando os fãs à loucura a todo instante. Sempre sorridente e comunicativa, ela definitivamente não passou em branco em um dia cheio de atrações masculinas – dez no total – e com um público mais adepto ao sertanejo.
“Hoje”, “Sou Eu”, “Cheguei”, “BOM” e a mais recente canção de trabalho, “Tipo Crazy”, foram sucesso no festival. Esta última foi mencionada pela própria artista na legenda de suas redes sociais, se referindo à ‘vibe’ da galera durante o seu show. E foi, de fato, uma recepção muito calorosa e receptiva pra Lud!
Sorriso Maroto:
O ‘pagodinho’ do Sorriso Maroto, formado por Bruno Cardoso (voz), Sérgio Jr. (violão), Cris Oliveira (pandeiro), Vinícius Augusto (teclado) e Fred Araújo (surdo/percussão), teve início já no fim da tarde, por volta das 17h30. O grupo, originalmente do Rio, é figurinha carimbada da Maratona da Alegria FM O Dia e tem um público que os segue bastante fiel e apaixonado. Toda essa experiência de edições anteriores e o jeito ‘carioca’ de levar a vida transpareceram no palco. Com muita leveza e sintonia com a galera, o Sorriso Maroto fez uma apresentação bastante coerente e precisa, sem grandes brilhos.
Com letras que falam de experiências em relacionamentos – e, principalmente, desilusões amorosas – o quinteto é mais popular entre as meninas, que sabem cantar a maioria das músicas na ponta da língua. “Assim Você Mata o Papai”, que estourou entre 2012 e 2013 por todo o país, não podia ficar de fora. Foi, certamente, um dos momentos mais alto astral do show dos rapazes. Outro destaque da apresentação, inclusive, foi publicada pelos artistas em seu Instagram oficial. “Eu Já Te Quis Um Dia”, single do álbum “Sorriso Maroto – De Volta Pro Amanhã”, já ultrapassa a marca de 15 milhões de views no Youtube. Veja o vídeo!
Wesley Safadão:
“Vai, Safadão! Vai, Safadão!”. Esse foi o coro que marcou a apresentação de Wesley Safadão no Rio. O cearense é uma máquina de colocar músicas em evidência nas rádios e, não surpreendentemente, “Ar Condicionado nº 15” é a música mais tocada na radio FM O Dia, que dá nome ao evento na cidade. Além do recente hit, que foi acompanhado por um coro de vozes em uníssono e uma constelação de luzes acesas vindas dos celulares dos fãs, Safadão não deixou de lado o bom velho sertanejo “arrocha”.
Todas as canções dançantes que fizeram parte da trajetória do músico até hoje e o fizeram se destacar entre os demais e crescer em popularidade embalaram a galera em um dos shows mais empolgantes de todo o dia.
Wesley Safadão é, senão o maior nome da indústria do sertanejo no Brasil, um dos grandes responsáveis pela chegada da nova geração de artistas do gênero ao eixo Rio-São Paulo, o que provocou toda uma revolução em eventos do segmento. No Rio de Janeiro, há alguns anos, por exemplo, não eram tantos os eventos focados no público. Vale lembrar que há duas semanas, também no Parque Olímpico, o festival Festeja reuniu as damas do segmento Maiara e Maraisa, Marília Mendonça e Naiara Azevedo.
No Villa Mix RJ, no entanto, as atrações femininas Simone e Simaria ficaram de fora após um problema nas cordas vocais de Simaria, o que provocou não apenas o cancelamento da participação, como de outros eventos.
No palco, Safadão domina. Ao lado de Nego do Borel, com quem gravou o hit “Você Partiu Meu Coração”, que contou ainda com participação de Anitta, Wesley foi um dos artistas mais aguardados do festival.
Alok:
O DJ número 1 do Brasil, Alok, é outro artista que sempre tem espaço no Villa Mix de todo o Brasil. Tanto que esteve presente na última edição do festival no Rio, em 2016. O goiano de 26 anos iniciou seu set ao anoitecer – após as 18h30 – e trouxe na listagem das músicas, além de hits como “Hear Me Now” – com uma orquestra de fundo – e “Never Let Me Go”, novidades para os admiradores do seu som. Entre as surpresas, “Big Jet Plane”, canção própria e que está em fase de gravações do clipe. Na música, as luzes das lanternas dos celulares do público iluminaram todo o parque e criaram um efeito visual todo especial e energizante! Mas essa não foi a única surpresa da noite, não! Uma versão de “Pelados em Santos”, dos Mamonas Assassinas, foi apresentada pela primeira vez para a multidão no Rio, assim como uma música em parceria com as cantoras Simone & Simaria, que não puderam fazer parte desta edição na capital fluminense. Antes de tocar a tal música, ele brincou em tom de ‘alfinetada’: “Elas vão me matar, eu nem podia estar tocando isso aqui. Desculpa Simone e Simaria, mas essa galera aqui é mais importante!”, disse.
Alok, que provém de uma família enraizada dentro da música eletrônica, já participou dos principais eventos do gênero, no Brasil e no exterior. Mas é sempre aqui, no Brasil, que ele é mais festejado. Durante a cerca de uma hora de apresentação, as pessoas dançaram, pularam, cantaram e responderam todos os comandos indicados pelo DJ, fossem palmas, gritos ou a ideia de manter a sinergia que estava acontecendo ali no momento em voga. Já no fim, rolou “This Girl”, “Despacito”, uma intro de “Seven Nation Army”, “Turn For Down For What” e “We Will Rock You”.
Jorge & Mateus:
O Villa Mix sem Jorge & Mateus não é o Villa Mix. Donos de grandes sucessos e uma das duplas sertanejas mais aclamadas hoje, os goianos têm – quiçá – a base de fãs mais fiel de todas. Por onde se olha, não é difícil encontrar alguém usando um boné da dupla em festivais que contemplem o gênero.
No Rio, os músicos subiram ao palco logo quando a chuva apertou e o temporal desabou de vez no Parque Olímpico. Mas isso não desanimou – e muito menos – afugentou os fãs. Parece que foi um combustível extra para a empolgação em compartilhar da experiência com os artistas, que são mestres em conduzir com inteligência e transmitindo a emoção que desejam pro públicos. Difícil é passar um show inteiro sem chorar no show dos rapazes, que falam de amor de uma forma moderna e refrescante. Não faltaram hits, juras de amor e a sensação de que nunca vai ser demais ver a parceria Villa Mix e Jorge & Mateus.
J Balvin:
A atração internacional da edição de 2017, J Balvin, está em alta com os brasileiros. O cantor, vencedor de dois Grammy Latino, acabou de lançar “Downtown”, uma parceria com Anitta. Antes, “Mi Gente”, em colaboração com Beyoncé, já havia estourado em todas as rádios e mais renomadas festas do país. Mesmo aqueles que não reconhecem de cara o artista pelo nome, certamente já ouviram a batida do hit em algum lugar.
Sob forte chuva e com um corpo de bailarinos muito sincronizados, Balvin fez o que pôde para agitar a multidão. De danças coreografadas à efeitos visuais, não houve economia para que a intenção de surpreender aqueles que não o conheciam fosse concretizada. E isso talvez tenha sido até alcançado, em partes. Ainda que a presença de Balvin tenha gerado alguns gritos histéricos pontuais, em muitas das canções o público não soube corresponder e cantar.
Não faltou interação e tentativas de convidar as pessoas para participar, dançando o suingado ritmo do reggaeton, e foi isso que fez a participação do colombiano valer à pena em sua primeira vez se apresentando efetivamente para uma audiência no Brasil. Talvez fique aqui a reflexão: o Villa Mix era o festival mais indicado para uma atração como J Balvin?
Luan Santana:
Nos holofotes do cenário da música sertaneja e nacional brasileira desde o início de sua carreira, há cerca de 8 anos, Luan a Santana é o ‘queridinho’ do gênero e o mais galãzinho. As ‘luanetes’, como se intitulam as fãs do cantor, são realmente loucas pelo ídolo e fazem de tudo para colocá-lo em evidência, seja com shows lotados, recordes de vendas de CDs ou as inúmeras premiações que o artista já levou pra casa.
Nesses quase 10 anos de trajetória e de sete álbuns lançados, entre ao vivo e estúdio, o músico já passou por transformações na aparência, na maneira de compor e até na sonoridade. O que não muda – e ficou evidente no Rio, mais uma vez – é a conexão que ele tem com suas fãs. Sempre carinhoso e amoroso, foi isso que deu o tom da apresentação no Villa Mix.
“Luan, eu te amo!”, as meninas gritaram em coro, sem se importar com a chuva. “Cês me amam? Eu vivo vocês, gente!”, se declarou o jovem, que fez questão de demonstrar alegria em estar de volta à Cidade Maravilhosa, ao relembrar do “Ao Vivo no Rio”, gravado em 2011, e pedir uma salva de palmas pela energia que todos dedicaram ao seu show.
Experiente, apesar dos 26 anos, Luan não deixou faltar os principais sucessos no setlist: “Espera Aí”, “Acordando o Prédio”, “Te Vivo”, “Dia, Lugar e Hora”, “Chuva de Arroz”, “Amar Não É Pecado”. A reação da multidão foi unânime: delírio!
Matheus & Kauan:
Fechando os artistas do segmento do sertanejo no Villa Mix, veio a dupla de irmãos de Itapuranga Matheus & Kauan. Os meninos, que estão na estrada desde 2010, despontaram como promessas do sertanejo universitário recentemente. Com canções melódicas, românticas e próprias para casais, era impossível não ser sucesso e não grudar no subconsciente dos fãs do gênero.
No palco, Matheus – o mais jovem, de 23 anos -, toma conta do cenário e se impõe com sua voz. Kauan, de 28, o acompanha bem nos backing vocals e assume a responsabilidade de êxito da apresentação na mesma proporção.
A chuva – que não cessou um minuto – não atrapalhou a chuva de papéis picados a flutuar no ar enquanto “Nosso Santo Bateu”, ainda no começo do show, tocava. “Que Sorte a Nossa”, “Decide Aí” e “Te Assumi pro Brasil” não poderiam ficar de fora.
Grandes artistas do sertanejo, os “novatos” Matheus & Kauan marcaram um dos momentos mais especiais no palco da Maratona da Alegria Villa Mix. Ao lado do diretor da Universal Music Brasil, Paulo Lima, os artistas receberam um Disco de Platina pelo últimos álbuns lançados, “Praia 1” e “Praia 2“.
Para os artistas, que são irmãos oriundos de Goiás, o feito é algo extremamente louvável, já que vender tantas cópias em meio à internet não é uma tarefa tão fácil.
JetLag:
Composto pelo duo de DJs brasileiros Thiago Mansur e Paulo Velloso, o JetLag foi a última atração do Villa Mix, promovendo uma espécie de after party do evento. Com experiência consagrada em grandes festivais da cena eletrônica, como o Ultra Brasil, os artistas dominaram o palco provocando alucinações.
A chuva que assolou o Rio de Janeiro no último domingo, 19, até afastou alguns dos presentes no Villa Mix, mas para outros o clima do evento estava tão bom, que não havia possibilidade alguma de se ir para casa, e foi nesse momento que o JetLag Music chegou.
Com um set quente e arrasador, os brasileiros foram responsáveis por sugar o resto da energia dos fãs, que foram ao festival para aproveitar cada segundo.
Veja a galeria de fotos da Maratona da Alegria Villa Mix 2017:
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