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Dany López

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‘Limbo’, de Dany López, é o primeiro disco de um hispano-americano escrito em português

Foto: Divulgação

Já parou para pensar que sabemos tão pouco sobre nossos vizinhos latinos, mesmo que eles estejam do nosso lado? Rompendo a barreira latino américa o uruguaio Dany López, usou o Brasil como a principal inspiração do seu novo projeto “Limbo“, o primeiro disco escrito por um hispano-americano em português, que chegou as plataformas nesta sexta-feira (29).

Desenvolvido ao longo dos últimos dois anos, o álbum foi viabilizado por um prêmio do Ministério da Cultura do Uruguai conquistado pelo músico. É um projeto audacioso, criativo e muito plural, promovendo uma ponte pouco explorada entre Uruguai e Brasil, país que é constantemente visitado e eternamente admirado por Dany. “É um ‘disco ponte’, porque é um dos primeiros discos feitos por um uruguaio em português brasileiro. E tudo isso aconteceu de forma muito natural, já que eu sempre vivi nesse trânsito de um país para o outro”, conta o músico, que já colaborou com nomes como Zeca Baleiro e Marcelo Delacroix e sempre foi fã da MPB e dos ritmos brasileiros. Inspirado pela nossa cultura antropofágica, o material mistura linguagens, poesias, ritmos, estruturas melódicas, sotaques e um grande número de parcerias. “É um disco pensado em português por alguém que não é brasileiro”, descreve.

O robusto time de participações especiais nacionais engloba Filipe CattoZeca BaleiroDiego MoraesOsórioTaís ReganelliAline StoffelLinoCHAUDA e Lila Trentini. Ao mesmo tempo, o trabalho também se projeta para outros territórios e incorpora outras referências nas habilidades musicais de Lenzo Rizzo (Guiné-Bissau), Camila Ferrari (Uruguai) e Anaīs Sylla (França). Temos aqui uma viagem musical não apenas em termos líricos, mas também instrumentais. E tudo isso é feito de forma desapressada, de forma a inserir o ouvinte com riqueza de detalhes no mundo de Dany e na interessante experiência proposta.

Não à toa, o protagonismo dado a cada colaborador define a pluralidade musical de Limbo, que leva Dany a outros universos musicais, agregando para um resultado rico e cheio de camadas. Tango, bossa nova, música eletrônica, blues, reggae e mais ganham espaço dentro da tracklist do disco, que conta um total de 11 canções. São synths que se misturam a riffs de guitarra, percussões que ilustram acordes dedilhados e muito mais, indo da calmaria de “Você Não Para de Rir” à peculiar sensualidade de “Eletrocutado”. Enquanto isso, as sonoridades elaboradas, que se juntam de forma fluida em uma espécie de liquidificador, se entrelaçam aos arranjos rebuscados, mantendo sempre uma dimensão época. No final das contas, a imprevisibilidade musical de “Limbo” parte da ideia de que a música é a “língua mãe”. É o que conecta os temas e os arranjos do disco, mesmo que tenham várias vozes.

Junto com o lançamento, somos apresentados ao novo single “Suicidal Samba”, que, por sinal, é a única canção sem participações especiais. Nela, samba e rock dançam juntos, como fundo para uma letra bem humorada que traz referências a nomes como Lou Reed, Beatles e Paul Simon.

No entanto, por trás de um som tão abrangente e colaborativo, existe um grande fio condutor: a emoção. Ao longo do disco (cujas letras também são escritas em parcerias com outros artistas), Dany promove discussões profundas sobre os encontros e desencontros da vida, se mostrando agradecido por uns e saudoso por outros (o que justifica o título do álbum). Por sinal, isso cria um paralelo com a cultura agregadora do Brasil, que fez com que Dany se sentisse abraçado nos momentos de “Limbo” de sua vida nômade. “Há doses de melancolia e de humor, que permeiam intencionalmente um contraste entra a música e a poesia“, explica Dany. De caráter amplo e associável às nossas vidas, mas ao mesmo tempo intimamente pessoal, os versos do artista uruguaio abordam questões existencialistas de uma forma intensa e, ao mesmo tempo, niilista e otimista.

Mais do que relatos pessoais e reflexões, o lançamento também é uma forma de Dany incentivar a troca das relações musicais entre países latino-americanos, já que vivemos em um continente muito rico em sua amplitude de sons. Para o músico, o compromisso de entidades como o Mercosul com a cultura deveria se potencializar e gerar uma comunicação mais fluida entre os países inclusos. “É uma instituição com muito potencial para agendas culturais que pode e que deve ser incentivada. Vemos o mercado com foco cada vez maior no mainstream. É uma pena, porque precisamos cuidar e fortalecer o nosso ‘Produto Culto Interno’ latino-americano”, desabafa o músico fazendo referência a Carlos Maggi.

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Jornalista, 24 anos e canceriana. Apaixonada por séries e filmes de super-heróis, mas que não dispensa uma comédia romântica/drama com final previsível. Não vivo sem música e minha playlist é aquela que toca de tudo. SEM BRINCADEIRA! O próximo passo cobrir os maiores festivais por aí.

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