Rock

Imagine Dragons faz balada Rock apostando em sons melódicos

Imagine Dragons. Foto: Divulgação/Ariel Martini

O explosivo Imagine Dragons foi o penúltimo grupo a subir no Palco Mundo do Rock in Rio na edição 2019 do evento. Com uma das ascensões mais meteóricas dos últimos tempos, a banda regressou ao país apenas um ano após a última passagem, quando foi headliner do festival Lollapalooza, em São Paulo. Um ano depois, a banda se apresentou para o público carioca, sob enorme expectativa.

Em um show de festival, é importante que os trabalhos estejam voltados para a apresentação dos maiores sucessos do grupo, mas desta vez, o Imagine Dragons deu lugar a algumas das faixas jamais tocadas em terras brasileiras.

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Apostando em uma mescla de sucessos do início da carreira, com o álbum “Origins“, lançado em 2018 e substituto do aclamado “Evolve“, de 2017. Liderado pelo cantor Dan Reynolds, o Imagine Dragons conta com aclamadas passagens pelo Brasil, mas fez bonito na estreia no Rock in Rio.

Com dimensões globais, o festival é uma vitrine para artistas de todo o mundo, que chegam ao evento repleto de expectativas. Com edições aclamadas em países como EUA, Portugal e Espanha, a marca Rock in Rio se solidifica a cada dia rumo à perfeição. E o show do Imagine Dragons foi tecnicamente perfeito, e permeado por todos aqueles detalhes que atraem o público como mensagens motivacionais, elogios ao Brasil, fora os momentos onde o vocalista pegou diversas bandeiras com o público, dentre elas a desconhecida bandeira do orgulho bissexual. Mas, embora a ampla desenvoltura do grupo, o setlist pesou, deixando a apresentação um tanto quanto morna. Uma pena, já que o Imagine Dragons provou diversas vezes em apresentações no Brasil ser uma das maiores bandas de pop/rock da atualidade.

O show

Imagine Dragons. Foto: Divulgação/Fernando Schlaepfer

Embora a setlist tenha contemplado algumas faixas mais desconhecidas, o show do Imagine Dragons começou com um grande hit: “Believer“. Uma das maiores faixas da banda, a música foi cantada pelo público, que recebia de volta dos norte-americanos. E a banda respondeu dando espaço à calorosa “It’s Time“.

A performance logo abriu espaço para outros grandes sucessos como “Whatever It Takes“, “Natural” e a mais antiga “Gold“, que inaugurou, ao invés de explosão, um momento mais lento do show. Saí para frente, Dan e seus amigos mudaram os arranjos das principais músicas, dando tons bem mais lentos que o normal. Em contraste com a amplitude vocal do artista, que arrasa com notas bem afiadas, o público passou a responder com certa apatia, uma vez que o ritmo e a energia do show, outrora explosivo, se transformou em algo mais lúdico.

Imagine Dragons. Foto: Divulgação/Helena Yoshioka

E foi nesse ritmo que foram apresentadas “Next to Me” e “Bad Liar“. A primeira, por exemplo, ganhou uma versão acapella que, apesar de linda de se ver, promoveu uma quebra na sintonia do show. Já o recente sucesso ganhou uma versão linda no piano, mas não de tirar o fôlego.

Durante as cerca de duas horas de show, demorou para o Imagine Dragons reengatar o flow apresentado no início. Apostando em uma baladinha pop, as faixas do meio da setlist ganharam tons mais amenos, harmônicos e dignos de orquestra. Apesar de ser lindo de se ver, fugiu um pouco da proposta que os fãs costumam esperar da realização dos shows dos norte-americanos.

E assim chegaram as mais desconhecidas “Yesterday” e “Start Over“, precedidas pelo sucesso “Shots“, do álbum “Smoke + Mirrors“.

Cover

Imagine Dragons. Foto: Divulgação/Helena Yoshioka

Dentre as 21 faixas que ganharam performance na estreia do Imagine Dragons no Rock in Rio estava uma música um tanto quanto desconhecida da maior parte do público. Com uma carreira relativamente nova, a banda norte-americana é sensação entre o público mais novo, que carece, em grande parte, de conhecimento de grande parte das músicas de bandas que inspiram astros do Rock atualmente. Foi o caso da apresentação do sucesso “Every Breath You Take“, do The Police.

A música passou despercebida no set e mais parecia uma das tantas desconhecidas apresentadas entre o início e fim do show, momentos onde os hits estiveram empregados. Nada contra a performance vocal ou de banda, muito pelo contrário, só não funcionou mesmo.

Final aclamado

Imagine Dragons. Foto: Divulgação/Helena Yoshioka

Já chegando mais para o final da apresentação, o Imagine Dragons resolveu acelerar e, de forma vibrante, apresentou outros tantos hits da carreira. A partir de “Thunder“, música que consolidou a banda em diversos países, foi sucesso atrás de sucesso, até a calorosa apresentação de “Radioactive“, primeiro sucesso do Imagine Dragons.

Para os fãs, a apresentação foi um momento de constante interação já que algumas músicas jamais imaginadas estavam na setlist. No entanto, o heterogêneo público do Rock in Rio, em sua grande maioria, não foi contagiado como poderia ter sido pelo mosquitinho do Imagine Dragons, que fez pecar pela escolha do repertório.

Mensagens

Imagine Dragons. Foto: Divulgação/Ariel Martini

Dan Reynolds, frontman da banda, não esconde que tem em seu passado uma relação íntima com a depressão. militante de diversas causas, dentre elas LGBTQIA+, o artista passa diversas mensagens em sua apresentação. Sem deixar de lado a desenvoltura, Dan tenta influenciar com falas de empoderamento e para que as pessoas sejam quem elas são.

“Eu fui diagnosticado com depressão e ansiedade, sentado em uma cadeira de psiquiatra. Isso não me fez mais fraco, não me fez estar quebrado. Muitos vivem desse mesmo jeito e a vocês digo: Sua vida sempre vale ser vivida.” 

Em um desses momentos de interação com o público, o cantor dedicou uma faixa ao pai, que morou no Brasil. De acordo com o artista, alguns elementos como refrigerante de guaraná sempre estiveram presentes em sua infância, que foi descrita como uma “típica família branca americana que fingia ser brasileira“.

Veja a galeria de fotos do show:

Imagine Dragons. Foto: Divulgação/Ariel Martini
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Confira a setlist do show:

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