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Festival Leopoldina Orgânica vai ocupar praças, ruas e o Parque Ary Barroso, na Zona Norte do Rio
Praças, ruas e o Parque Ary Barroso localizados na Zona Norte carioca receberão um festival que une cultura local, feira orgânica, atividades infantis e temas ligados ao meio ambiente, agroflorestas, sustentabilidade, gestão de resíduos e revitalização local por meio de jardinagem e hortas coletivas. Trata-se do Festival Leopoldina Orgânica, que acontecerá nos dias 09 e 10 de dezembro, sábado e domingo, das 07 às 22h, na Zona da Leopoldina, território que abriga os bairros Manguinhos, Bonsucesso, Ramos, Complexo do Alemão, Olaria, Penha, Brás de Pina, Cordovil, Parada de Lucas, Vigário Geral. O evento acontece pela primeira vez na região.
O objetivo é promover o “subúrbio sustentável” e evidenciar a efervescência cultural que nasce nas periferias cariocas por meio da dança, música, artes variadas, teatro, gastronomia saudável e natural. A fim de potencializar as ações que ocorrem no território, todas as atividades da programação serão realizadas pelos próprios moradores, sob a curadoria de coletivos que atuam na região e do coletivo Leopoldina Orgânica, organizador do festival que tem patrocínio da Oi, do Governo do Estado do Rio de Janeiro e da Secretaria de Estado de Cultura por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, apoio cultural do Oi Futuro, e apoio institucional da Casa Fluminense, Arena Carioca Dicró, Observatório de Favelas, SuperVia e Ecoponte.
“Quando falamos de subúrbio sustentável, vamos além das questões ambientais. Falamos sobre um subúrbio que promove música, dança, teatro, lazer, gastronomia. O Festival Leopoldina Orgânica convoca o carioca a vivenciar um ideal de cidade acolhedora, acessível e com hortas espalhadas pelas praças. Uma cidade das crianças, dos idosos, dos portadores de necessidades especiais, dos artistas de rua, de todos aqueles que quiserem conviver e respeitar às diferenças! A cultura é a costura do festival com a rede coletiva dos moradores da região da Zona da Leopoldina”, define Teo Cordeiro, fundador do Leopoldina Orgânica.
O festival é fruto de um movimento que tem suas raízes na década de 1990, a partir das sementes e mudas de Luiz Poeta, fundador do projeto Verdejar Socioambiental. Tudo começou com o encantamento pelas ações de preservação e recuperação ambiental desenvolvidas na Serra da Misericórdia, maciço rochoso com 43,9 quilômetros com a última área de Mata Atlântica da Zona Norte. Inspirado nos projetos do grupo surgiu, então, o movimento Leopoldina Orgânica, que mobilizou moradores em torno da Praça Marechal Maurício Cardoso, um dos pontos centrais do bairro de Olaria, subúrbio carioca.
“A ocupação da praça contra a construção de uma Clínica da Família, no local, tinha como objetivo mostrar que a sociedade poderia fazer bom uso do local. O espaço abandonado foi revitalizado com atividades culturais e por nossa feira orgânica, a primeira com essa característica na região, que ganhou força e passou a ser realizada todo segundo sábado do mês”, recorda Teo Cordeiro ao lado do coletivo formado por Rafael Carvalho, biólogo, e das produtoras culturais Taty Maria e Simone Vidal.
“O Leopoldina Orgânica quer fazer um desafio no sentido de nos reinventarmos a ideia dos eventos, dos encontros, das celebrações. O planeta pede e a sociedade demanda iniciativas que unam a prática e a teoria. Para nós não basta falarmos em sustentabilidade mas sim praticá-la. Nossas praças adotarão, o conceito do Lixo Zero que convoca o público a se co-responsabilizar pelos resíduos produzidos indo ao encontro das Estações de Resíduos, um novo método para a organização de eventos. Além disso, o festival trará uma série de oficinas práticas dentro do paradigma da permacultura que nos oferece ferramentas para uma ação humana menos nociva a natureza e a nós mesmos. E ai, topa o desafio de ser co-responsável por um planeta e uma cidade mais sustentável e justa?”, define Teo Cordeiro.
Desde 2014, o Leopoldina Orgânica pratica propostas de ocupação de praças públicas com temas ligados à tarefa de uma sociedade mais justa. Aquilo que se liga ao propósito de justiça social ou socioambiental nos diz respeito. Nas praças existe lugar para opiniões distintas, tem lugar para aprendermos a nos alimentar melhor, tem lugar para tudo e para todos. Só não tem lugar para intolerância às diferenças. E agora essas praças do subúrbio, da favela, serão ocupadas com um festival leopoldinense de raiz.
Neste primeiro grande evento local, o Festival Leopoldina Orgânica homenageia Luiz Poeta, que militou pela Serra da Misericórdia, área verde que sempre o inspirou em defendê-la para que ele e milhares de pessoas da Zona Norte, tivessem acesso à natureza já que essa é uma região tão carente de áreas verdes. O festival é a reverberação de uma região rica em cultura que carece de oportunidades para mostrar seu valor. Por isso, as praças serão espaços de experimentação, de um convívio baseado nos princípios da permacultura, horta comunitária, da alimentação orgânica e de qualidade com preço justo e acessível, da agroecologia recheada com o que há de melhor nesses territórios: a cultura produzida diariamente por cada morador.
Além dos grupos formados por moradores locais, o festival aceita doação de material de jardinagem, por exemplo, e contará com voluntários, apoiadores e parcerias para oferecer produtos e serviços afins. A educação ambiental também faz das atividades do evento. Mas, não basta apenas conversar sobre temas socioambientais, por isso, o Festival Leopoldina Orgânica está propondo um desafio aos participantes: ser um evento limpo.
O Festival contará com copos ecológicos reutilizáveis que poderão ser adquiridos pelos participantes do evento. O objetivo é ser um evento limpo e atingir a meta do Lixo Zero, evitando assim, que milhares de copinhos descartáveis parem no lixo. “Também teremos postos de descarte de resíduos em todos os bairros e o frequentador do evento será orientado por um catador-educador a destinar seu resíduo da maneira correta. Haverá a separação dos recicláveis (que serão encaminhados para cooperativas de reciclagem da região; dos resíduos orgânicos (que serão encaminhados para compostagem); líquidos (destinados ao tratamento sanitário) e rejeitos (enviados para o aterro sanitário). Com isso, o Festival pretende mostrar que eventos deste porte devem ser responsáveis pelo resíduo que geram e que o Saneamento Ambiental é um direito de todos”, finalizar Rafael Carvalho.
SERVIÇO
Festival Leopoldina Orgânica. Zona da Leopoldia. Dias: 9 e 10 de dezembro (sábado e domingo). Horário: 7h às 22h.
Dia 09 – Onde e grupo atuante
Manguinhos – Praça do Desup/ em frente a Biblioteca Parque de Manguinhos – Careca e Projeto Marias
Complexo do Alemão – Praça Verde – Instituo Raízes em Movimento
Cordovil – Quadra dos Dourados / Praça 13 – Cineclube Tia Nilda
Parada de Lucas – Rua Parima em frente a Quadra Unidos de Lucas – Constelação Parada de Lucas
Vigário Geral – Praça Catolé do Rocha – Resistência Cultural
Dia 10 – Onde e grupo atuante
Bonsucesso – Praça Lopes Ribeiro – Arte Andarilha e Quadrilha Forrozão Junino
Ramos – Praça Ramos Figueira – Reduto Pixinguinha – Movimento Cultural 100% Suburbano
Olaria – Quadras gêmeas / Praça Grande Otelo – Roda Cultural de Olaria
Penha – Praça do Mineirinho – Vila Cruzeiro – CEM – Centro de Educação Multicultural e Valores da Penha
Brás de Pina – Praça do Country Club – Palhaço Seboso
Parque Ari Barroso – Grande encerramento