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Diogo Gameiro. Foto: Divulgação

PopEntrevista

Diogo Gameiro fala sobre o álbum ‘Olho de Baleia’, Os Infernais e parceria com Nando Reis

Diogo Gameiro. Foto: Divulgação

*com colaboração de Amanda Nunes.

Depois de 14 anos como baterista do Nando Reis e dois álbuns autorais completos, Diogo Gameiro é um artista com vasta experiência no mercado fonográfico brasileiro. Após trabalhos ao lado de Nando Reis, de quem foi baterista, o músico lançou recentemente a faixa “Dona da Minha Cabeça”. A música, que foi composta por Geraldo Azevedo Fausto Nilo, tem a pegada do bom rock’n roll brasileiro, sem faltar romantismo na letra.

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Com uma longa experiência na música, Diogo teve suas primeiras aulas de violão aos 10 anos de idade. Ao longo de sua carreira acompanhou inúmeros artistas da cena carioca até que, em 2004, se consagrou como baterista oficial da banda Os Infernais, que acompanha Nando Reis em seus shows.

O artista também é um dos criadores do trio de sucesso Suricato, ao lado de Rodrigo Suricato – que hoje ainda comanda os vocais do Barão Vermelho -.

O PopNow conversou com esse artista de vasta experiência, que contou um pouco sobre a trajetória, trabalhos de sucesso e experiência na produção de seu mais recente álbum, “Olho de Baleia“.

Diogo Gameiro. Foto: Divulgação

Diogo Gameiro. Foto: Divulgação

Confira a entrevista:

PopNow: Você é um artista bastante experiente e talentoso, tanto como compositor como musicista. Quando e como foi o momento em que você percebeu que queria viver de música? Quem mais te influenciou nessa trajetória?

Diogo Gameiro: Fala galera do Portal PopNow, prazerzão falar com vocês, obrigado pela entrevista! Então vamos lá, primeira pergunta sobre quando eu decidi que queria ser músico e quem me influenciou. Eu tenho uma data por acaso sim, pra eu ter decidido que era isso que eu queria pra minha vida, que foi quando eu fiz meus 15 anos de idade. Eu já tocava mais ou menos uns 5 anos, nessa época eu tava me dedicando mais à música, aquela parte da descoberta do instrumento, e o que que era música já tinha um pouco passado e realmente foi meus nos meus 15 anos o momento que eu realmente parei e: Tá, agora vou realmente me dedicar e eu tinha uma banda que recebeu um convite pra abrir um show do Planet Hemp em Brasília, uma banda que eu fazia parte lá do Rio de Janeiro, e aí eu não sei porque isso ficou muito marcado na minha cabeça, foi um momento que eu parei e falei assim: É, realmente isso que eu quero pra minha vida. Eu acabei não fazendo esse show, mas foi um marco essa idade de 15 anos, realmente ficou um marco de que aquilo ali era o que eu queria pra minha vida.

E quanto a influência… Na verdade eu não tive nem incentivo nem influência de ninguém assim, pra me tornar um músico ou pra ter o desejo de me tornar um músico. A minha família ela é formada quase que na integralidade por advogados. Então, era até surpreendente na minha casa que eu quisesse virar músico. Então foi um desejo que eu levei a diante, levando uma bolsa meio que sozinho assim, sabe? E aos poucos quando minha família foi vendo que aquilo ali se tornava sério, era uma coisa séria, foi abrindo mais a cabeça, foi apoiando um pouco mais.

Eu sempre tive o apoio da família mas o desejo do meu pai era que eu tivesse uma alternativa, então, quando fiz meus 15 anos eu não queria ter alternativa. Eu queria ser músico. Era o que eu queria pra minha vida. Então, eu carreguei muito essa coisa de querer ser músico sozinho. Não tive ninguém que me incentivasse nesse primeiro momento não.

PopNow: Você está ao lado do Nando Reis como peça fundamental d’Os Infernais já há 14 anos. Como essa tempo ao lado dele ajudou a amadurecer o Diogo Gameiro, como músico, hoje, e quais são suas melhores histórias adquiridas neste período?

Diogo Gameiro: Como esse tempo que eu to com o Nando ajudou a amadurecer como músico… Isso eu tenho alguma história bacana. Eu sempre fui um cara que me dediquei muito pra música, pra bateria… Eu sempre estudei muito, sabe? Eu passava muitas horas do meu dia estudando bastante. Então, modéstia a parte, quando eu fui tocar com o Nando, eu era um músico que tocava bem, tinha muita facilidade com instrumento, então quando eu fui tocar com o Nando, era uma fase que eu toca bem instrumento. Então, como músico,  eu evoluí muito com ele eu acho porque a gente uma trajetória muito grande… 14 anos nessa história toda. Então, eu gravei acho que 7 discos com ele, então tive muito aprendizado de produção, muita experiência em estúdio de gravação, foram 3 dvds, então eu também tive experiência em gravar DVDs diferentes. No Lual por exemplo, que foi o segundo disco que eu gravei com ele, a gente se internou na casa dele em Ubatuba e ficou arranjando as músicas lá… O que foi um período super bacana.

Em 2012 a gente passou um mês nos EUA gravando o disco, que na minha opinião é meu disco preferido dele, que se chama Sei. Foi uma experiência fantástica de gravação em outro país, produção em outro país, de logística, de estúdio e produção em outro país, então eu acho que isso foi o que musicalmente eu mais evoluí nesse período que eu estive com ele. Fora todo o conhecimento do mercado, que eu adquiri muito conhecimento de mercado, tanto quanto conhecimento na estrada,  de produção, empresariamento, assim como as relações das produtoras fonográficas também… Enfim, tudo que engloba o mercado eu acho que foi o meu maior aprendizado nesse período todo que eu fiquei com ele. Acho que isso sim, mais do que musicalmente falando. Acho que isso foi o que eu realmente adquiri e absorvi muita coisa.

História engraçada a gente tem várias, mas eu lembrei de uma rapidamente, que a gente foi fazer um show na cidade chamada Arcos, em MG, que era um rodeio e o palco ficava exatamente em cima de onde ficavam os touros, os cavalos. Teve uma hora que deu uma confusão: teve dois machos alfas dos touros e eles brigaram e a gente ainda não tinha entrado no palco, a gente só tava preparando. Os nossos técnicos estavam preparando pra gente entrar no palco, e aí num momento que um dos holds estava mexendo nos equipamentos de guitarra, o palco começou a cair e caiu uma parte, aí caiu outra, aí esse cara até ele caiu mesmo. Foi pisar numa madeira e despencou, e ele se machucou um pouquinho, enfim, não é uma história muito engraçada, mas é uma história curiosa, aí o palco começou a desmontar meio que uma parte dele assim, e o show foi cancelado. Óbvio que a gente não foi, não tocou, voltamos para casa, e algum tempo depois esse show foi remarcado aí a gente voltou e fez (Risos!).

Diogo Gameiro e Nando Reis. Foto: Reproduçã0/Instagram (@gameirodiogo)

Diogo Gameiro e Nando Reis. Foto: Reprodução/Instagram (@gameirodiogo)

PopNow: E a sua relação com o Nando fora dos palcos? Como é?

Diogo Gameiro: Sobre a minha relação com o Nando fora dos palcos ela é a melhor possível. O Nando é um cara muito legal, é um cara muito generoso, muito bacana. E a gente tem uma relação, falando especificamente eu e ele, não sei se diferente dos outros músicos que já passaram por aqui ou dos que estão por aqui, mas nós temos uma amizade muito grande. Ele tem muito carinho pelo meu trabalho, e eu tenho muito carinho pelo trabalho dele, ele me dá super força no meu trabalho, ele divulga, eu já abri show pra ele… Ele sempre fala dos meus discos nos shows, então, é… A gente tem uma relação muito bacana de às vezes eu olhar para ele como um irmão mais velho, às vezes olhar para ele como um cara mais experiente com quem eu aprendo muita coisa e as vezes ele me olhar também como um cara que pode falar umas coisas mais verdadeiras pra ele… Mais, enfim, sem muito melindre, então a gente tem essa relação de amizade, de carinho muito grande fora dos palcos.

PopNow: Seu segundo álbum, “Olho de Baleia”, traz uma pegada e influência bem evidente de rock n’ roll e parece ser um disco bastante maduro. Quanto tempo você levou na confecção do trabalho (da composição à pós-produção) e como você o compararia em relação ao “Casa Rosada”, seu primeiro disco solo?

Diogo Gameiro: Vamos lá, então, quanto tempo durou o processo de composição e pós-produção e como eu compararia ao “Casa Rosada“… É, este disco, o “Olho de Baleia“, foi um disco que as composições vieram muito rápido, e eu quando componho, eu tenho a facilidade pra lidar com determinados instrumentos, então quando eu componho, eu já imaginava o que poderia ser cada instrumento que iria compor aquela música, eu já imaginava o que a bateria ia fazer, eu já imaginava partes de guitarra, fora que eu componho na guitarra.

Então, normalmente quando a gente compõe a gente faz aquelas harmonias básicas, aquelas coisas básicas, e o meu trabalho, é um trabalho que eu prezo por ter uma segunda guitarra fazendo uns efeitos, fazendo uns floreios, umas coisas diferentes, então eu já imaginava no processo que eu estava compondo, o que que a segunda guitarra poderia fazer, já imaginava o que o baixo poderia fazer, imaginava o que o teclado. Isso é uma coisa que é natural do compositor, ele imagina qual seria o instrumento ideal para aquela música e o que esse instrumento poderia somar na composição final. Isso já é fazer produção,né. Então, não é diferente comigo. Quando eu ia compondo as músicas eu ia fazendo dessa forma, imaginando o que cada instrumento podia fazer. É, as composições vieram muito rápido, eu estava passando por um período da minha vida que era natural que essa composições viessem muito rápido. Então, elas meio que saíram de mim, sabe? Foi realmente um processo muito rápido. Eu tava no que eu chamo de turnê do “Casa Rosada“, porque embora eu não tivesse feito muito show do “Casa Rosada“,  o Nando ele viaja com o merchandising dele, ele monta barraquinha e vende todos os produtos dele. Então, na época de divulgação do “Casa Rosada“, eu ia pra lojinha e ficava vendendo meu CD lá. E consegui vender todas as cópias que eu fiz, isso foi incrível, foi muito legal, olhar pra trás e pensar nisso. Então, eu chamo esse período de turnê do “Casa Rosada“, embora não fosse uma turnê de show, era uma turnê de divulgação.

Em relação à comparação com o “Casa Rosada” de produção musicalmente, esse disco foi um disco “Olho de Baleia” que eu tinha muito mais instrumentos para me dedicar, porque o “Casa Rosada” eu entrei em estúdio e não tinha nada, nem guitarra. Era um desejo absurdo de botar umas coisas de dentro de mim pra fora então eu liguei para um amigo meu que era dono de estúdio e falei: Vamo começar a gravar? Não tenho nada.
Ele tinha tudo, então eu levei tudo para o estúdio e a gente foi gravando tudo. O “Olho de Baleia“, nesse período de “turnê do Casa Rosada”, eu comecei a adquirir alguns equipamentos, então eu comprei bastante pedal, comprei guitarra, eu comecei a montar um arsenal de guitarra, então, não só de guitarra, mas de instrumentos, de pedais, de coisas de efeito e tal. Então, eu pude experimentar coisas que no meu primeiro disco eu não pude.

No primeiro disco eu tive participação na segunda guitarra do Valter Vilaça, que é um parceiro meu, um amigo meu, uma referência pra mim como guitarrista, mas no “Olho de Baleia” eu fiz tudo sozinho. Então, justamente por isso, porque era um período que eu tava absorvendo essa quantidade de equipamento e essa quantidade de informação, que um instrumento novo por mais facilidade que você tenha, você não pega aquele instrumento e fica ticando o dia inteiro, então, isso foi uma época que eu pude fazer isso, por isso que eu acho que ele é mais maduro. E no tocante as letras também eu acho que ele é mais maduro. Enfim, eu acho que o “Casa Rosada” foi um álbum muito especial pra mim, porque foi o nascimento de tudo, mas o “Olho de Baleia” ele tem realmente esse amadurecimento, que enfim, não faz um ser melhor do que o outro, só faz eles serem diferentes um do outro.

Diogo Gameiro. Foto: Divulgação

Diogo Gameiro. Foto: Divulgação

PopNow: Na sua carreira, o Suricato, power-trio criado pelo músico Rodrigo Nogueira, é definitivamente um marco importante. Conta pra gente um pouco de como você foi convidado a fazer parte da banda e qual foi o maior aprendizado que você tirou da experiência com o Rodrigo e o Mário na estrada/produção de material?

Diogo Gameiro: Pergunta sobre o Suricato, pertinente essa pergunta e, bom assim poder falar porque meu nome não é tão associado ao Suricato assim depois de tanto tempo. Eu fundei a banda com o Rodrigo, na verdade. Eu não fui convidado por ele. A gente foi apresentado por um amigo em comum e a gente se deu bem de cara. De cara a gente já gostou… O Suricato, a formação com o Rodrigo, a banda que eu tinha com ele era o que eu vislumbrava de um trabalho autoral. De um trabalho autoral, de músicas inéditas.

Exatamente o que o Rodrigo era como músico, e o que eu poderia ser com o Rodrigo era o que eu vislumbrava pra ter o meu trabalho autoral. Então, o período que a gente conviveu, foi um período de muita alegria, de muita felicidade pra mim. Eu me diverti muito trabalhando com ele, tocando com ele. Variaram os baixistas que tocaram com a gente, o último foi o Mário, mas quem gravou o único disco que a gente tem, foi o Lancaster, um super amigo nosso no Rio de Janeiro. Na verdade, não é que eu tenha tido algum aprendizado nessa convivência com ele. Mas foi uma convivência de muita felicidade assim, eu ficava torcendo pro dia passar pra gente ensaiar, pra gente poder se encontrar e falar sobre música e tocar e ele tinha umas músicas super bacanas que eu gostava de tocar e aí a gente gravou esse primeiro disco.

Mas a gente não fazia muito show, a gente fazia pouquíssimo show, era até uma queixa minha na época… Eu achava que a gente tinha que tocar mais, que tinha que fazer mais show, e a gente abriu uns shows do Nando, a gente fez uma vez uma turnê por 3 cidades do Rio Grande do Sul que foi Pelotas, Caxias do Sul e não lembro exatamente qual foi a outra, mas foram 3 show muitos legais. A gente se divertia muito. Profissionalmente, assim, a parte de produção, não aconteceu muita coisa além desse disco que a gente gravou, que foi um disco super bacana produzido pelo Tolstói e tal. Mas, era mais era mais um momento de diversão e alegria do que propriamente aprendizado, de música, de produção musical.

Diogo Gameiro. Foto: Reprodução/Instagram (@gameirodiogo)

Diogo Gameiro. Foto: Reprodução/Instagram (@gameirodiogo)

PopNow: Para seu projeto solo, nas duas fases (“Casa Rosada” e “Olho de Baleia”), quais artistas ou bandas mais te influenciaram a chegar ao resultado sonoro final?

Diogo Gameiro: As influências para o resultado final do “Casa Rosada” e do “Olho de Baleia“… Eu nunca gosto de citar um ou outro cantor, ou uma outra banda que tenha sido minha influência pro resultado final de um trabalho. Eu costumo dizer que tudo ao redor da nossa vida é motivo de influência pra gente, motivo de absorção. Eu acho que o artista ele absorve o que tá ao redor dele. E como eu sou um músico e gosto de música, eu ouço muita música. Então a música, é uma coisa que é a minha arte. Então eu preciso absorver muita música pra poder fazer a minha arte. Mas por exemplo, pras letras, eu absorvo tudo que está ao meu redor. Então em uma situação de eu ir pegar o meu filho na escola, eu to olhando pra rua, to vendo tudo que está acontecendo e to absorvendo coisas ali para em algum momento citar alguma passagem daquilo ali, sabe? Ou qualquer coisa que seja, qualquer cena que a gente possa criar aquilo ali pra mim é uma influência. Então assim eu não tenho uma banda…

Eu sou um cara oriundo do rock, eu ouço muito rock, sempre ouvi muito rock, meus anos 80 inteiro eu passei ouvindo rádio, eu ia pra escola ouvindo rádio então eu ouvi tudo de rock que tocava. Tanto internacional como nacional e aí eu fui fisgado por esse estilo de música, tão complexo e tão extravasador que eu fiquei nele. Faz parte do meu sangue ele [o rock]. Então tudo que é de rock, de heavy metal, até de coisas mais experimentais, ou de coisas mais calmas, tudo eu gosto de ouvir assim. Minhas primeiras influências foram Beatles, porque meus pais ouviam, mas depois ali nos anos 90 eu comecei a ouvir muito Red Hot Chilli Peppers, aquela mistura de funk com rock que o Living Color também tinha, eu era apaixonado por Living Color, aí veio Sound Garden que mudou minha vida também, aí eu falei: Pô, que banda é essa? Que coisa maravilhosa, então Sound Garden em um momento passou a ser uma grande influência minha…

Das coisas do Brasil, embora nunca tivessem artistas que eu citasse, não tem como o rock dos anos 80 não ter me influenciado, porque foi minha formação ali, como músico, como admirador de música. Então também me influenciou. Chegou uma época que eu comecei a estudar muita bateria, então eu ouvia muitos músicos de estúdio americanos, então assim, tudo que tá ao meu redor é influência. Hoje eu ouço muito Foo Fighters, acho uma banda incrível, acho o Dave Ghrol um cara incrível, Sting é um cara que eu amo, o Blur também é uma banda que eu acho incrível, Arctic Monkeys, é uma banda que eu adoro, então assim, eu to citando algumas mas na verdade elas não são influências pro meu trabalho final, eu só to citando algumas que me vêm na cabeça. David Bowie, não posso deixar de falar dele, enfim, tudo que tá em volta da gente é nossa influência.

Diogo Gameiro. Foto: Reprodução/Instagram (@gameirodiogo)

Diogo Gameiro. Foto: Reprodução/Instagram (@gameirodiogo)

PopNow: Hoje em dia, você transparece ter bastante autonomia sobre a própria carreira, musicalmente falando. Você se tornou um frontman nato, o que é fundamental para seguir como artista solo. Mas lá atrás, tanto no Suricato como n’Os Infernais, você comandava as baquetas. Você acredita que os anos de profissão te trouxeram confiança para produzir o seu próprio projeto/estar à frente do público?

Diogo Gameiro: Sobre a experiência com o Suricato e com o Nando pra virar um frontman, na verdade, eu acho que eu cheguei a conclusão que eu tinha tido várias experiências com outras bandas, a minha adolescência inteira. Até eu começar a tocar com o Nando, em 2004, , comecei a tocar bateria com 10 anos de idade, 10 anos eu tinha em 88, sou de 78 né, então de 88 até 2004, eu sempre quis ter banda, eu sou um músico de banda, eu nunca fui um side man, um cara que acompanha um artista, eu virei isso em relação ao Nando, eu virei isso na banda do Nando, por uma circunstância profissional. E naquele momento ali foi muito importante que eu virasse. Eu tava me profissionalizando, aquilo estava de fato virando um trabalho, onde eu tava começando a ganhar dinheiro, ia poder ter independência financeira, poder casar, poder ter os meus filhos que eu tanto sonhei em ter. Então virou uma circunstância. Mas até eu começar a tocar com o Nando, todos esses anos, era banda. E eu nunca tinha conseguido uma banda que tivesse tido oportunidade para ter sucesso, que tivesse a oportunidade para uma alavancada, eu acho que num determinado momento, com eu tinha essa facilidade pra tocar guitarra, eu acho que chegou um dado momento depois do Suricato que eu falei: Cara, eu vou fazer o meu próprio trabalho, sabe? Eu não vou esperar ficar compondo com os outros, ficar chamando… Eu tava meio cansado de chamar as pessoas pra tocar e não conseguir chamar as pessoas certas pra tocar, aquelas pessoas com aquele trabalho autoral que eu pudesse fluir de maneira natural , sabe? Então eu acho que foi um momento que eu parei e disse: Eu vou fazer o meu próprio trabalho.

Nando Reis e Os Infernais. Foto: Reprodução/Instagram (@gameirodiogo)

Nando Reis e Os Infernais. Foto: Reprodução/Instagram (@gameirodiogo)

PopNow: Se você tivesse a oportunidade de convidar um artista nacional e outro internacional para parcerias futuras, com quem você vislumbraria colaborar? Por quê?

Diogo Gameiro: Artistas nacionais e internacionais que eu gostaria de colaborar, então, tem 2 que eu acho que são incríveis mas não estão mais entre a gente então não tem como colaborar, que é o David Bowie e o Chris Cornell. O David Bowie eu acho um cara incrível, um cara super inquieto se tem um artista que eu gostaria de me espelhar pra na minha carreira poder ser inquieto tal qual ele, seria o David Bowie. Ele fez tudo que ele poderia fazer, ele fez tudo que ele quis fazer e eu acho isso incrível. Quer você goste, quer você não goste, quer você prefira um determinado momento da carreira dele, ele foi inquieto, ele se renovou, efim, acho admirável. O Chris Cornell é um cara que eu admiro muito, ahco um baita cantor, baita compositor, acho as coisas que ele fez com o Sound Garden incríveis, acho o trabalho dele solo incrível, de uma beleza no que tange ao rock um pouco mais melódico, mais bonito assim. Tinha vontade de trabalhar com esses 2 embora não de mais. O Sting é um cara que eu tenho muita vontade de trabalhar, um cara de um refinamento pop incrível e ao mesmo tempo ele é um cara que se precisar fazer uma música mais simples, mais rock ele é capaz de fazer.

Aqui no Brasil, eu acho muito bacana o Lenine, acho muito bacana do jeito dele de compor, de ter aquele violão dele que chama tanta atenção e ao mesmo tempo você pode ser uma coisa mais visceral, pode ser uma coisa mais delicada e ele tem uma poesia muito refinada também. Outra pessoa que eu gosto de citar é a Pitty. Acho uma baita artista. É um sopro de rock em um momento que a gente não tinha nada de rock aqui no Brasil e ainda continua a ter. Então assim, ela é um alento pra quem gosta de Rock n’ Roll, quem gosta de distorção, pra quem gosta de bateria forte, alta, pesada, ela é uma mulher que tem uma força, canta super bem. É uma pessoa que eu gostaria de um dia poder fazer algo. Seria super interessante.

Diogo Gameiro. Foto: Reprodução/Instagram (@gameirodiogo)

Diogo Gameiro. Foto: Reprodução/Instagram (@gameirodiogo)

PopNow: Quais são seus planos para 2018 e 2019? Turnê, música nova… o que podemos esperar do Diogo?

Diogo Gameiro: Eu vou cantar, eu vou tocar guitarra, eu vou tocar bateria, eu vou fazer o meu trabalho, sabe? E aí isso ocorreu de forma natural. Eu acho que a experiência de palco que eu tive com o Nando tocando em todo tipo de palco possível, tocando pra milhões de pessoas e pra poucas pessoas, é claro que dá uma experiência muito grande, embora na hora que você toca um instrumento e vai lá pra frente e fica defendendo a sua própria música é bem diferente, mas é claro que eu adquiri uma confiança e um experiência de palco. Agora o fato de virar o frontman, eu acho que foi muito natural, foi uma explosão interna de falar assim: Caramba eu to cansado de ficar tentando compor com os outros, eu vou compor sozinho, sabe eu era uma pessoa que não acreditava muito nas composições que eu tinha , mas eu acho que é um processo que todo artista passa, uma insegurança natural de qualquer artista. E isso foi uma das coisas que conviver com o Nando foi muito importante pra mim.

O Nando é um cara que ele compõe quase que autobiograficamente tudo dele, e ele tem muita coragem de expor isso pras pessoas, pros fãs e críticos. Eu acho que o grande aprendizado que eu pego de ter convivido com o Nando foi ter absorvido dele essa coragem de acreditar que aquilo que a gente pode fazer é bom sim. Vão ter coisas ruins, mas vão ter coisas boas sim. Como uma vez ele disse pra mim assim: Po, pra fazer segundo sol, eu fiz 10 musicas antes. E essas 10 provavelmente eram boas ou quase nenhuma era boa, enfim, mas a gente precisa passar por esse processo de amadurecimento, então, na verdade, a experiência que eu adquiri, não foi a experiência pra virar um frontman, acho que virar um frontman foi quase uma necessidade, foi quase um grito que eu disse: Eu preciso fazer. Se eu não to conseguindo achar as pessoas, eu vou fazer e eu vou escolher as pessoas que vão tocar comigo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Jornalista, publicitário e diretor de jornalismo do PopNow, trabalha na área há 10 anos. Amante de música Pop e uma boa leitura, já foi a tantos shows que nem consegue lembrar. Já cobriu eventos como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, conheceu o Papa e busca o sucesso do portal.

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