Daniel Blanco está de volta às telas da Netflix. No dia 4 de junho, estreou DNA do Crime 2, série policial que se tornou um fenômeno de audiência sendo a produção de língua não inglesa mais vista da plataforma por semanas. Mergulhando ainda mais fundo nas operações da Polícia Federal que inspiraram a série, a segunda temporada chega com mais ação, tensão e conflitos morais. Gabriel, personagem do ator desde a primeira temporada, ganha projeção enquanto o enredo mergulha mais fundo na dinâmica da Quadrilha Fantasma.
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Destaque em produções globais como Totalmente Demais e Malhação, além de viver um protagonista em Reis, Daniel dá vida ao bandido irmão de Isaac (Alex Nader), chefe da Quadrilha Fantasma. Juntos, fazem parte de um grupo sofisticado de assaltantes, especialistas em grandes golpes sem deixar rastros. “Vamos ver mais do Gabriel profissional, irmão e apaixonado”, revela.
Para viver esse universo, Daniel passou por dois meses intensos de preparação. Além de manuseio e disparo com armas, ele treinou resistência física e até escalada.
“Foi tudo pensado para garantir veracidade nas cenas. A Netflix levou isso a sério a ponto de contratar egressos do sistema prisional como supervisores criminais. Muitos deles também atuam na série, como Ângelo Canuto, que vive o Lobo, e tem uma história extensa na vida do crime e tem muitas histórias importantes para agregar à nossa ambientação e ligação mais visceral com aquela realidade”, afirma.
O ator destaca a parceria com o elenco, especialmente com Alex Nader. Os dois interpretam irmãos na trama, mas a conexão vem de longe. “Em 2016, ele foi o ator que interpretou o policial que prendeu meu personagem na novela Totalmente Demais. Foi irônico e divertido estarmos agora no lado oposto, como parceiros de crime.”
Daniel carrega um currículo bem diversificado. “Passei por 6 novelas, 3 séries e 5 peças até agora e cada trabalho teve seu motivo pra eu ter um carinho especial. Sou reconhecido até hoje pelo Fabinho, de Totalmente Demais, um personagem que o público não sabia se era pra amar ou odiar. Esses são os melhores de interpretar: os que têm camadas e complexidades.”
Ele viveu o protagonista Malquias/Luciér em Reis, da Record — um personagem bíblico com vida dupla e reviravolta digna de novela. “Ninguém no elenco sabia que meu personagem era o vilão, só a Pâmela Tomé. Depois de 11 episódios, ele foi revelado como o grande antagonista. A reação do público foi a que eu esperava: ‘Não sei se te amo ou se te odeio’.”
Filho e neto de compositores, fora das telas, Daniel prepara o lançamento de seu primeiro álbum solo, Left Behind. “Eu diria que minha relação com a música ainda é mais como um hobby que eu levo a sério do que como profissão, mesmo querendo mostrar pro mundo. Minha profissão é atuar, mas fazer música também é um ofício. O álbum foi produzido por mim, gravei quase todos os instrumentos. É 100% independente.”
No entanto, o artista destaca que quando o assunto é arte, sua prioridade é a atuação e inclusive, já tem o papel dos sonhos na ponta da língua: “Sonho em interpretar gêmeos. Dar vida a duas pessoas com a mesma aparência, mas personalidades diferentes, deve ser um dos desafios mais prazerosos para um ator.”
Além da versatilidade na arte, aos 31 anos Daniel é conhecido por sua disciplina e cuidado com a saúde, o que costuma lhe render o título de galã, mas com os pés no chão: “Antes de ser ator eu sonhava em ser atleta. Desde sempre o esporte esteve presente na minha vida também, então peguei o gosto pela endorfina desde cedo. Não abro mão desse estilo de vida por nada.”
E nem só de saúde física o astro vive e destaca a importância de cuidar da saúde mental. “Não abro mão de fazer terapia. Desde que comecei, percebo o quão importante é, não importa a fase da vida. Dar atenção à saúde mental é tão importante quanto cuidar do corpo. Tem gente que acha que ir pra academia é terapia, mas não é. Pode ser terapêutico, mas não exerce a função de cuidar ativamente da saúde mental.”
Mais do que cuidar do corpo e fazer terapia, o ator também destaca as conexões interpessoais como fonte de saúde. “São as minhas relações que mais me trazem vitalidade e uma sensação de propósito na vida. Malhar e correr dá trabalho, assim como trabalhar nas relações deve ser. Temos que nutri-las. Têm até estudos que comprovam a importância dos relacionamentos com a qualidade de vida, sendo elas ligadas diretamente à longevidade”.
Confira a entrevista exclusiva com Daniel Blanco:
Em “DNA do Crime 2”, o Gabriel ganha mais destaque. O que podemos esperar da evolução do seu personagem nesta temporada?
A gente vê o Gabriel mais participativo nas decisões do Isaac na nova temporada. Vemos que ele é o único que tem coragem de enfrentar a opinião do Isaac e a forma dele navegar os negócios. Gabriel passa a tentar abrir a cabeça do Isaac pra novas formas de ampliar nossos lucros e também passa a apontar pro irmão que certas decisões que ele tem como chefe da quadrilha são ambiciosas demais e sem pé no chão. Além disso Gabriel está apaixonado e começa a pensar numa vida em que ele pode começar uma vida mais calma e segura, criando uma família.
A preparação para a série foi bem intensa. Qual foi a parte mais desafiadora dessa rotina de treinamento?
Pra mim o maior desafio foi incorporar uma nova pele de ladrão profissional, que teve uma vida bem diferente da minha. Aprendi a manusear todo tipo de armamento e a me movimentar em situações de combate com a polícia. Eu nunca me interessei por armas e na preparação tivemos aula de tiro com armas de verdade. De início eu odiei a sensação de atirar, mas com o tempo eu fui tentando achar prazer naquilo, como o Gabriel com certeza teria e usei a adrenalina ao meu favor, porque é provável que meu personagem se apegava a essa sensação pra seguir aquele estilo de vida.
A série contou com supervisores criminais ex-detentos. Como essa experiência real impactou a sua atuação e a veracidade das cenas?
Fez toda diferença. Os jargões, as táticas, os negócios, as hierarquias, a lealdade, os tabus, tudo isso aprendemos em detalhes com os supervisores que realmente viveram esse estilo de vida. Sem essa ajuda nos bastidores, nossa representação seria fria, genérica e muito baseada na imaginação. Acho que o núcleo do crime da série se distanciou muito do imaginário de bandido das pessoas por termos tido uma consultoria baseada fortemente na realidade.
Você e Alex Nader, que faz o Isaac, foram “preso e policial” em “Totalmente Demais” e agora são irmãos criminosos. Como é essa inversão de papéis?
Meu personagem Fabinho de Totalmente Demais foi preso por tentar incriminar de propósito um colega de trabalho e foi o Alex que fez o policial que foi até minha casa pra me prender. Foi uma cena rápida e quem lembrou disso foi o Alex, semanas depois de já termos começado as preparações da primeira temporada. Foi um momento engraçado e irônico lembrar disso e perceber como os caminhos da vida são aleatórias e muitas vezes parece que são o contrário disso.
Você tem um histórico de personagens complexos que o público ama e odeia. O que te atrai nesse tipo de papel?
Esse tipo de personagem acaba tendo mais camadas e são menos monocromáticos. Mexer com o público dessa forma “elástica” é muito interessante. Como ator, ter o poder de causar emoções tão distintas nas pessoas com o mesmo personagem e mesmo assim entregar uma performance crível é um grande desafio, então acho que é isso que mais me atrai. O desafio de fazer o público ficar inquieto emocionalmente.
Além da atuação, você está lançando seu álbum “Left Behind”. Como a música se encaixa na sua carreira e o que os fãs podem esperar desse projeto?
A música sempre foi meu maior hobby, uma das minhas maiores paixões. Uso bastante do meu tempo de lazer com a música. O ofício de criar, compor, produzir e tocar música é um prazer imenso. É a forma que eu melhor expresso as emoções mais profundas e questionamentos mais complexos. “Left Behind” é meu primeiro álbum solo em que juntei músicas que falam sobre coisas que me fizeram ser o homem que sou hoje, mas que deixei no passado. Por exemplo, tem músicas que falam sobre sair da casa dos pais, começar uma vida nova e me virar sozinho, descobrindo meu propósito no mundo. Tem músicas sobre paixões e relacionamentos passados e outros questionamentos existenciais criados com o tempo que cresci e amadureci da minha adolescência até hoje. Fora esse projeto solo de músicas mais calmas, também tenho uma banda de rock em que sou baterista, chamada Muladhara. Já temos um EP lançado chamado Bender e esse ano também gravamos um álbum completo que pretendemos lançar até o final do ano.
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