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Clarice Falcão fala sobre depressão, ansiedade e sexo em entrevista

Clarice Falcão mostra que tudo na vida ‘Tem Conserto‘, mesmo naqueles dias em que não se consegue sair da cama – nem para escovar os dentes e tomar um banho. A artista fala abertamente sobre todas as angústias em seu 3º disco no Faixa a Faixa da Deezer.

Clarice conta que achou interessante pensar no álbum como se sua cabeça fosse realmente uma outra pessoa, que a sabotasse e com quem tivesse que conviver o tempo inteiro em conflito.

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Ela também confessa que tentou ser o mais honesta possível em todas as faixas gravadas na sala da sua casa. E tendo somente a ajuda do músico Lucas de Paiva nesse processo. Ao revelar os bastidores do conteúdo do disco ‘Tem Conserto‘, a artista expõe aspectos pessoais de sua vida, incluindo os mais negativos.

“Eu acho que fala muito da sensação de quando você tá mal e você olha as outras pessoas vivendo a vida delas e você pensa: como é que elas conseguem? Sabe, fazer coisas muito simples tipo escovar os dentes, tomar banho… Eu lembro que alguns momentos da minha vida eu tava a cinco dias sem tomar banho, deitada na cama e eu ficava olhando as pessoas vivendo a vida delas normalmente e pensando: meu Deus, como é que elas conseguem fazer isso? Eu peguei essa ideia de morrer várias vezes e segui com a ideia de porque as coisas são tão fáceis pras outras pessoas, elas fazem as coisas como se elas não morressem por cada coisa” – Clarice Falcão sobre a faixa ‘Morrer Tanto’.

Horizontalmente‘ trata, diz ela, daqueles dias que você não consegue sair da cama.

“Eu achei que era muito engraçado fazer uma música de pista sobre alguém que não quer sair da cama de jeito nenhum, achei que era um contraste bom. Aí depois eu até pensei: eu tô fazendo uma House Music, sobre uma pessoa que quer ficar na house” – Clarice Falcão.

Clarisse também pode reavaliar durante o processo de criação o quão profunda tinha sido sua imersão e, por isso, suprimiu da canção o seguinte trecho: “Hoje eu pretendo viver horizontalmente, como eu pretendo morrer horizontalmente“.

Mas o álbum também contempla o momentos de leveza como no caso da faixa ‘Dia D’.

“Eu fui olhando todas as músicas que eu tinha: morte, destruição, depressão, ansiedade… Eu falei: eu preciso ter uma música leve, o álbum precisa ser um pouco mais equilibrado do que isso. E aí eu queria muito fazer uma música de se arrumar pra sair, essa sensação que é muito boa, que às vezes é até melhor que a própria festa. É quando você ‘tá’ se arrumando, você acha que a noite vai ser maravilhosa. Você ‘tá’ tomando seu drink, ‘tá’ escolhendo sua roupa. E aí eu pensei: como é o melhor jeito de se arrumar pra sair? Cara é quando você sabe que naquela noite você vai dar. É muito bom” – Clarice Falcão

Ela explica que o disco não é sobre depressão e ansiedade, mas que tangencia esses temas.

“Eu tento pelo menos tratar desses assuntos de um jeito leve na minha vida, mas eu sei que é muito pesado e sério. E eu queria muito que as pessoas não glamourizassem estar péssimo e falassem sobre esse assunto, porque todas as vezes que eu não estava bem eu senti uma solidão muito grande”- Clarice Falcão.

A canção “Tem conserto“, neste sentido, é um gesto de solidariedade “Ouvir uma música que fala o que você está sentindo de ruim, é muito bom. É como se fosse a resposta. Depois de tudo isso, isso tudo faz parte da nossa vida, mas tem concerto. É a mensagem que eu quero passar no final das contas”, finaliza.

Ouça o “Faixa a Faixa” com Clarice Falcão:

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