Urias foi uma de cinco atrações que se apresentou na noite de quarta-feira (02 de novembro) no Cine Jóia em São Paulo, pelo circuito “Primavera na Cidade”, realização que antecede o “Primavera Sound” que chega ao Brasil pela primeira vez neste fim de semana.
Apesar de contar com apresentações sensacionais de Brime!, Lord Apex, Sidoka e Peroli, a noite foi inteiramente dela e o público em grande maioria estava ali para prestigiá-la. Com muito carão, coreografias e hits de sucesso, Urias deu o nome e entregou mais do que o esperado.
Contando com uma equipe só de dançarinas pretas e de padrões físicos variados, a performance já ganha outro nível com a sincronia e talento das dancers que tiverem até seu momento de brilhar sozinhas em um momento de freestyle no palco.
Mesmo sendo um show realizado em um local pequeno e com tempo limitado por ser um festival, Urias não decepcionou em nenhum momento e foi ovacionada diversas vezes durante sua apresentação que contou até mesmo com um solo de chair dance.
A artista se prova mais uma vez ser um dos principais nomes do cenário nacional com seu repertório conhecido por completo pela galera, a produção de alta qualidade de sua performance e equipe técnica que não deixou a desejar e entregou um verdadeiro show com sincronia de luzes e cenografia.
Sobre Urias:
Nascida e criada em Uberlândia (MG), aos 26 anos de idade Urias fala sobre representatividade com lugar de fala garantido. Os olhares enviesados que recebia na época do colégio, a perseguição dos “valentões” na saída das aulas e o estigma de “criança diferentona”, aos poucos foram constituindo uma postura de enfrentamento que tempos depois teriam reflexos em sua expressão artística.
O corpo esguio e lábios carnudos levaram Urias às passarelas dos eventos de moda. Como modelo participou do SPFW e Casa de Criadores, estampou a capa digital da Glamour Brasil em 2020, da Bazaar em 2021 e do manifesto “Moda com Propósito”. Sua incursão pela cena fashion a fez ser escolhida como uma das embaixadoras latino-americanas da marca Adidas Brasil, além de atestar que a suposta “esquisitice” dos tempos escolares hoje se transformou em matéria inspiracional. E, se “Narciso acha feio o que não é espelho”, Urias desestabiliza o conceito e responde: “vão ter que engolir por bem ou por mal” (letra de “Diaba”) ou “bonita assim, sem pressa” (letra de “Racha”). Aliás, é na música que sua veia rítmica começa a pulsar fortemente.
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