‘Unholy’: como o hino queer de Sam Smith e Kim Petras se tornou um sucesso da noite para o dia

O sucesso da noite para o dia demorou muito para Kim Petras. Depois de uma década navegando em todos os degraus da indústria da música, ela finalmente tirou a sorte grande com ‘Unholy‘. No início de outubro, a furtiva colaboração de Sam Smith se tornou a primeira entrada de Petras na Billboard Hot 100 e, para sua total surpresa, liderou as paradas um mês depois e ganhou uma indicação ao Grammy. ‘Houve muito choro’, diz o artista alemão.

• 
  Ariana Grande revela por que não fará turnê em 2025: ‘a música sempre fará parte da minha vida’
• 
  Rihanna recebe presente especial durante último show de natal de Mariah Carey
• 
  Beyoncé se torna a artista feminina com o maior número de certificações da RIAA

Seu choque está enraizado na dúvida sobre a disposição do público em abraçar uma estrela pop trans. ‘Os executivos diziam: ‘Você faz música para boates gays, você é um nicho e não sabemos como comercializá-lo’, comenta Kim Petras. Acontece que tudo o que ela precisava fazer era permanecer fiel a si mesma e unir forças com uma superestrela. 

Sam Smith lançou a ideia de trabalhar com Petras anos atrás. Eles têm enviado músicas de um lado para o outro desde então, mas nada parecia certo até que uma demo de ‘Unholy’ chegou na caixa de entrada de Petras. Ela sabia que era aquela imediatamente. ‘Simplesmente fazia sentido’, diz Petras. ‘Na verdade, eu tinha algo a oferecer ao enredo.’ Uma semana depois, eles se encontraram pela primeira vez no Capitol Studios de Los Angeles.

Kim Petras quebrou o gelo dizendo a Smith o quanto ela amava ‘Nirvana’ de ‘In the Lonely Hour’ de 2014. Em pouco tempo, eles eram amigos e colaboradores solidários. O processo de Petras envolve freestyle, o que Sam Smith incentivou fortemente. ‘Entrei e escrevi tudo muito rapidamente’, lembra ela. Eles então completaram a música juntos. ‘Sentamos no chão, bebendo uísque e fumando, e preenchemos os espaços em branco.’

A dupla foi assistida por alguns dos maiores compositores e produtores da música, incluindo ILYA, Cirkut, Omer Fedi e Blake Slatkin. No entanto, Smith assumiu o comando de forma criativa e insistiu que Petras fosse ouvindo e empoderando. ‘Sam disse, ‘Eu quero que Kim faça o que ela quiser. Eu quero que ela seja autêntica.’ No processo, ela expandiu seu grupo de colaboradores: ‘É muito legal porque ‘Unholy’ me apresentou à equipe de Max Martin.’ (O produtor superstar Martin co-escreveu e cantou em seu single ‘If Jesus Was a Rock Star’.) 

Enquanto Petras amou ‘Unholy’ imediatamente, ela não tinha certeza sobre suas perspectivas comerciais. Mas Sam Smith sabia que eles estavam em algo especial. ‘Sam realmente acreditou na música desde o início e lutou por ela’, diz ela. 

Quando ‘Unholy’ foi lançada, a resposta foi instantânea. Ele estreou em primeiro lugar nas paradas americanas e globais do Spotify e entrou no Hot 100 em terceiro lugar. De repente, Petras estava fazendo o tipo de movimento que ela sonhava desde que lançou seu primeiro single independente quando adolescente. ‘Faço isso há anos e nunca tive esse tipo de apelo em massa’, diz ela. ‘Foi minha primeira entrada no Hot 100 e foi para o número 1, o que é uma loucura. Isso realmente me deixou orgulhosa de todo o trabalho que foi necessário para chegar a esse ponto e de todos os anos se apresentando em clubes e agitando o público’, diz ela. 

Agora Petras espera inaugurar uma nova geração de talentos trans enquanto honra os pioneiros que vieram antes dela. ‘Espero estar abrindo as portas para novos artistas’, diz ela antes de voltar sua atenção para aqueles que a inspiraram, como a falecida Sophie. ‘Sinto que estou carregando a tocha para todos que vieram antes de mim, e é realmente lindo e incrível poder fazer isso.’