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Trazendo ritmos brasileiros em um projeto autoral, Giuliano Eriston comenta sobre lançamento do álbum de estréia ‘Universo em Si’
Giuliano Eriston, vencedor da 10ª edição do The Voice Brasil, lança seu álbum de estreia, ‘Universo em Si‘, que traz as colaborações de Mariana Aydar, Pretinho da Serrinha, Carlos Malta e Kassin. O disco é uma coleção de 14 musicas autorais do cantor que passeiam por suas inpirações em ritmos brasileiros como MPB, forró, xote, chacarera e outros.
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Ao lado de Mariana, Giuliano apresenta seu novo single autoral, ‘Devagar‘, que traz o estilo único da cantora, de suas interpretações únicas e arranjos inovadores. A canção é um xote, ritmo nordestino que traz uma atmosfera tranquila e uma letra que convida o ouvinte a se conectar com a necessidade de se desapegar do controle, sentir o presente e levar a vida mais lentamente.
‘A ideia do disco é mostrar a minha trajetória até aqui como compositor, cantor, violonista e arranjador. Nele, toco e canto músicas que estavam guardadas há bastante tempo, só esperando uma boa oportunidade para serem expostas ao mundo. A composição mais antiga do disco, ‘Conversa Calada’, foi composta há cerca de nove anos – quando eu tinha 16 – e não poderia haver uma oportunidade melhor do que através de uma das maiores companhias de música do mundo, a Universal Music. A sonoridade do disco foi pensada de maneira a não ofuscar a relação simbiótica que existe na minha maneira de tocar o violão e cantar ao mesmo tempo, pertencente de uma força própria, como foi apontada tanto pelo produtor musical do disco quanto pelo A&R da Universal, Victor Kelly‘, disse o cantor.
Giuliano se consagrou campeão pelo time de Michel Teló, alcançando a aprovação de 33.98% dos votos. Em todas as suas apresentações no programa, o cantor optou por um repertório genuinamente brasileiro, uma escolha pautada na sua experiência pessoal e em um desejo legítimo de mostrar a riqueza da música nacional. Nascido em Bela Cruz, no interior do Ceará, Giuliano Eriston é cantor, compositor e multi-instrumentista versátil que, desde cedo, teve contato com diversos estilos musicais, o que se refletiu em sua capacidade inata de improvisação.
Nesses 14 anos de música, a busca por aprimoramento e conhecimento levaram Giuliano a desenvolver uma personalidade artística própria, que se relaciona a diversas fontes de expressão musical e visões de mundo, o que transparece a riqueza de experiências de sua caminhada e em uma busca por sintetizar a caótica diversidade cultural, a qual a vida contemporânea expõe a todos.
Confira a entrevista com o giuliano Eriston:
1- Conta um pouco sobre a produção do álbum, como aconteceu?
Giuliano: O processo do disco vem desde o começo do ano. Assim que o programa acabou a gente teve um recesso, e logo após o recesso o pessoal entrou em contato comigo pra a gente começar a agilizar de assinar os contratos e começar a investigar qual seria a possibilidade de como seria esse disco e aí o A&R que ficou responsável por intermediar a minha relação com a Universal junto do Victor Kelly. E aí o Victor Kelly me apresentou o Kassin que foi o produtor musical do disco. E a partir do momento que a gente entrou em contato, a gente começou a definir o repertório. Eu já tinha músicas compostas, 17 músicas que eu cheguei na reunião e apresentei, e quando eu apresentei eles gostaram bastante, até da maneira como eu apresentei com a voz e o violão. E a partir dessa apresentação eles falaram que ‘poxa do jeito que tava sendo apresentado ali tava bem legal de colocar num álbum e vender’, então eles aceitaram a ideia e apostaram na ideia de a gente gravar 14 dessas músicas no meu primeiro álbum e assim a gente começou a gravar as músicas com voz e violão e a medida que a gente ia gravando a gente ia pensando em outros elementos que poderiam entrar, quais participações poderiam ser legais para dar uma incrementada no disco e assim foi. É um processo cheio de detalhes, um tanto longo e tenso, mas foi fluindo.
2- De onde surgiu o nome para o álbum ‘Universo em Si’?
Giuliano: ‘Universo em Si’ é na verdade uma frase, um trecho de uma frase de uma das músicas do álbum que é ‘Tua Linguagem’. Nessa música tem a frase ‘somos só nós no universo e nós um universo em si’ e na situação da música ela representa a sensação de um casal que tá apaixonado e naquele momento de estar junto e que o mundo ao redor não importa, que eles viram um universo em si mas no nome do disco essa expressão ganha o significado de que as composições são diversas mas que juntas formam uma unidade, então é como se traduzisse o que o disco é na verdade, embora seja baseado na música, e ela não foi a música de trabalho que a gente escolheu, essa frase resumiu muito bem do que se tratava o disco e é um desafio porque as composições não foram feitas com conceito anterior para ligar todas elas, então a gente tinha essa diversidade mas a gente viu que tinha uma cara entre as músicas que é o meu jeito de compor, então é isso, a gente tem uma diversidade que forma uma unidade portanto é um universo em si. Essa foi uma ideia do Victor Kelly inclusive.
3- Essa mistura de ritmos brasileiros, como aconteceu? Você já trabalha nessa pegada, né?
Giuliano: A minha formação é muito baseada na música brasileira, nos estilos brasileiros, tanto que no The Voice eu cantei só um repertório totalmente brasileiro e foi uma das coisas que mais falaram que foi o meu ponto forte, ter um tanto defendido o próprio país. Eu sempre toquei samba, sempre toquei forró, e cantei músicos da MPB como Caetano, Gil, Dorival Caymmi, então o disco expressa essa minha formação que é muito baseada na música brasileira.
4- As faixas vão ganhar clipes?
Giuliano: Sim. A gente na verdade vai ter seis clipes. A gente pode dizer que são como se eles fizessem parte de um pocket show, porque eles foram gravados no mesmo cenário, mas cada um com cortes diferentes e com uma estética própria.
5- Sobre a participação da Mariana na faixa ‘Devagar, Meu Bem’, como aconteceu o convite e como foi trabalhar juntos nessa parceria?
Giuliano: Nessa faixa ‘Devagar, Meu Bem’ ela foi uma composição que desde o começo quando eu compus ela, a voz da Mariana Aydar pareceu que seria a voz mais indicada para cantar essa música, ela é muito parecida com o som que a Mariana Aydar faz, então o Kassin já tinha trabalhado com a Mariana porque ela foi da Universal Music também e então ele intermediou esse contato com ela e aí com muita alegria eu soube que ela me acompanhou no The Voice, ela viu meu trabalho e que ela topou, gostou da música também. Então foi maravilhoso. Ela é uma querida, além de ser uma extraordinária artista, ela é muito sensível e muito acolhedora, então foi ótimo, excelente.
6- Como foi sua passagem pelo The Voice? Quais foram os ensinamentos, que sua passagem pelo programa agregou na sua vida e carreira?
Giuliano: No programa eu pude perceber que ser artista e conduzir uma carreira artística é muito maior do que o que eu estava imaginando, é muito mais complexo, e uma das coisas que eu aprendi muito no programa foi a questão da presença de palco, porque eu sempre toquei com um pedestal, eu tinha que ficar parado com o violão na mão e aí no The Voice me deparei com a situação de estar só com microfone e livre para andar no palco e isso me permitia e me demandava a utilização do espaço e dos braços que eu nunca tinha atentado para isso, então foi uma coisa que eu aprendi, que o programa me trouxe, além de muitas outras experiências que iria demorar para falar tudo aqui. Mas uma das principais foi essa.