*por Tauan Asensi
No último sábado,15, o Teatro Mágico se apresentou na Fundição Progresso, centro do Rio, com o show de comemoração dos quinze anos da banda que encanta por onde passa.
A noite começou com uma abertura super especial, escolhida a dedo por Fernando Anitelli e a cia do Teatro Mágico. A banda Francisco, el hombre foi a responsável pelo início das festividades e, foi precisa na função de aquecer e animar a galera.
Com uma energia de palco incrível e consciência política e social, o grupo tirou o público do chão, abriu um corredor na platéia – representando as diferenças de cada um – e, num misto de euforia, celebração e animação, reuniu os dois lados aos pulos, com muita entrega e efusividade.
Francisco, el hombre misturou não só as pessoas de diferentes tribos numa mesma vibe de adoração. O quinteto que compõe a banda conta com mexicanos e brasileiros e leva essa diversidade também para seu repertório. No set, músicas que vão do estilo rock brasileiro à sonoridade popular mexicana. Pra completar a festa, a banda trouxe uma convidada ilustre para homenagear as mulheres: a grande Alice Caymmi.
Após o show, ouvia-se burburinhos rasgando elogios ao quinteto, que mostrou carisma e musicalidade de primeira, conquistando o público de maneira ímpar.
E o Teatro? Ah, foi Mágico. Celebrando os quinze anos de carreira na música independente, Fernando Anitelli levou pra Fundição Progresso os maiores sucessos dos sete álbuns. Mas nem só de música se faz o Teatro. O show contou com a participação super especial do Seu Odácio junto ao palhaço Toicinho que, em tom de brincadeira, comparou o retorno do Teatro Mágico ao Rio de Janeiro com o retorno de Jedi (Star Wars).
“I am your father”, disse o palhaço para Anitelli, criando um momento de descontração na apresentação.
Brincadeiras a parte, as mulheres representaram no palco, assumindo o controle da percussão. Além disso, a música “Quantas Mais” foi apresentada pela primeira vez. A faixa é uma crítica inspirada no caso Marielle – política, negra, ativista, que foi assassinada em 2018 e o caso permanece sem solução. Emocionado e aos gritos de Marielle Presente, o público aplaudiu e aprovou a nova canção.
E, pra quebrar o clima e animar a multidão, mais grandes títulos. Pena, Camarada D’água e um passeio pelos primeiro e segundo álbuns fez todos saírem do chão e cantar à plenos pulmões. No repertório, uma coletânea com os maiores sucessos da banda, percorrendo sua história sem seguir uma ordem cronológica. A transição de épocas foi marcado com outra esquete, novamente com a participação de Seu Odácio. Vindo do futuro, ele afirmou que lá não tem esses problemas com discriminação por gênero: que lá todas as pessoas são respeitadas igualmente.
Entrando numa onda mais sarau, os músicos saíram de cena e o espetáculo teve seu momento voz e violão, bem pertinho do público. Fernando Anitelli sentou na beirada do palco e pediu ajuda pra cantar. Mas foi do backstage que surgiu a ajuda principal: Ivan Parente, músico e amigo de faculdade, pra uma participação ilustre. Os dois relembraram histórias e cantaram juntos dali por diante, com a leveza que a apresentação vinha sendo conduzida.
Com a trupe de volta ao palco, as meninas Andrea Barbour, Nathalia Dias e Nayara Dias fizeram performances aéreas em tecidos e bambolês ao som de “Sonho de Uma Flauta” e “Eu Não Sei na Verdade Quem Eu Sou”. Espetáculo! Mais uma vez, o público pareceu suspirar tamanho o encantamento.
Já mais pro fim do show, a música “Amanhã Será” trouxe a multidão de volta à euforia. Mas foi no ato final que a celebração foi coroada (e encerrada) com chave de ouro. Em “O Anjo Mais Velho”, Anitelli convidou novamente ao palco a banda Francisco, el hombre pra todos juntos cantarem o hit juntos, encerrando uma noite marcada por magia e êxtase.
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