Suspense e ação: Ton Prado explora novas facetas em ‘Rage Pill – Tempos de Ódio’

Ton Prado está longe de ser classificado apenas como humorista. Multifacetado, o ator que conquistou as telonas com Mamonas Assassinas – O Impossível Não Existe e Uma Advogada Brilhante, ao lado de grandes nomes da comédia como Leandro Hassum e Paulinho Serra, agora encara um novo desafio: um suspense com ação. Rage Pill – Tempos de Ódio é uma produção internacional que aborda relações tóxicas. Além de protagonista, Ton também assina a obra como produtor, junto com Pedro Sayão e o diretor Marco Matheus.

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A obra será exibida primeiramente em festivais de cinema a partir do segundo semestre de 2025 e, em seguida, chegará ao streaming.

“Rage Pill discute os diferentes tipos de homens ‘Pills’, que vemos muito em nosso dia a dia: homens abusivos e relações tóxicas nos romances, amizades e até na família. Eu interpreto Alex, um homem preso ao mito da mulher perfeita e da alma gêmea. É um anti-herói que vive no equilíbrio entre virtudes e defeitos da conduta moral”, explica Ton.

Além do desafio de um personagem totalmente novo, as condições de filmagem também foram extremas. O filme foi gravado integralmente no deserto de sal da Bolívia – a mesma locação de Star Wars: Os Últimos Jedi. A equipe enfrentou temperaturas extremamente baixas, restrições alimentares e privação de sono.

Ton revela que foram justamente essas dificuldades que contribuíram para o sucesso do projeto:

“Longe de casa e do país por 50 dias, em um lugar sem nenhum conforto, tivemos que nos concentrar totalmente na história. Era como um time de guerra entrando em campo. Foi necessário foco, silêncio e muita disposição”.

O diretor Marco Matheus, que está em sua terceira produção com Ton, também destacou os desafios enfrentados para alcançar o resultado desejado:

“Desde a pré-produção até a execução, foram muitos obstáculos. Além de estruturar a equipe e a logística de transporte, lidamos com temperaturas extremas. Os equipamentos simplesmente paravam de funcionar no frio intenso, e precisávamos esperar o sol nascer para retomar as filmagens”, relembra.

Outro desafio foi a adaptação à gastronomia local.

“Indisposições estomacais afetaram alguns membros da equipe durante as longas viagens. Poucas coisas são mais aterrorizantes do que uma diarreia em um percurso de mais de 20 horas”, brinca o diretor.

Já o produtor Pedro Sayão conta que, inicialmente, não estava escalado para o elenco:

“Essa foi mais uma das situações inesperadas. Um dos atores desistiu uma semana antes, e não havia tempo para encontrar um substituto. Então mudamos o perfil do personagem e eu assumi o papel. Foi uma experiência maravilhosa”.

Apesar das dificuldades, a equipe foi muito bem recebida pelos bolivianos.

“Mesmo antes do sucesso do filme Ainda Estou Aqui no Oscar, os bolivianos já tinham uma recepção incrível com nossa equipe. Todo contato que tivemos com parceiros comerciais foi positivo. Eles foram muito receptivos e animados com o projeto”, conta Sayão.

Além de Ton, Marco e Pedro, o elenco também conta com Felipe Osório, Alessa Canappele, Joice Almeida e Alphio Solar.

Assinando também como produtor, Prado destaca que o projeto permitiu que ele explorasse todas as suas facetas como artista.

“Acredito que meu lado produtor cresceu muito com esse projeto. Poder atuar e ter voz ativa sobre o que funciona ou não me torna mais versátil e preparado para futuros trabalhos”.

Fora do cinema, Ton Prado também faz sucesso nas redes sociais, com esquetes humorísticas que ultrapassam 1,5 milhão de visualizações.

“Ali, eu sou totalmente livre para criar e interpretar personagens. Nas redes sociais, meus seguidores são os diretores. Eu percebo o que eles gostam e crio conteúdo a partir disso”, comenta.

Além das telonas e das redes, Ton também está nos palcos. Até 1º de junho de 2025, ele se apresenta na peça O Marido da Minha Mulher, ao lado de Daniel Rocha e Fefe, no Teatro UOL, em São Paulo.

Confira a entrevista com Ton Prado:

“Rage Pill – Tempos de Ódio” marca sua estreia no suspense. O que mais te atraiu nesse projeto e nesse gênero?

Primeiramente a parceria com meu amigo e diretor Marco Matheus, onde já fizemos outras 2 produções internacionais juntos. Desta vez, a temática de suspense me despertou curiosamente em participar da produção por ser um estilo pouco explorado em nosso cinema brasileiro. O texto é cheio de surpresas, fotografia linda e um elenco super diversificado.

Seu personagem, Alex, vive no mito da mulher perfeita e da alma gêmea. Como foi construir esse anti-herói e quais foram os maiores desafios?

O Alex é um reflexo de muitos homens e também destes homens em muitos relacionamentos, entre paixões, brigas, ciúmes e o medo de perder sua parceira. Mostra o lado inseguro na tentativa de agradar a namorada a todo o custo para não ser esquecido, e com todo movimento da história ele descobre a partir daí, o que vale ou não pra saúde de um relacionamento.

Já os desafios foi entender dentro destas classificações, onde meu personagem se encaixada dentro do seguimento denominado “Red Pill”.

As filmagens aconteceram no deserto de sal da Bolívia, em condições extremas. Como isso impactou sua atuação e o clima no set?

Escolhemos um período em que por lá não estava chovendo, possibilitando dias perfeitos para gravação, porém as madrugadas e manhãs eram extremamentes geladas, acordavamos com -20° e chegava a 0° durante as gravações. Tudo isso vinha com roupas pesadas e altitude da Bolívia. Tínhamos que estar muito das vezes concentrados para realizar as gravações nos primeiros takes e garantir a disposição para as próximas cenas. Foco e concentração foram importantes.

Além de protagonista, você também assina a produção do filme. Como foi equilibrar esses dois papéis ao longo do projeto?

Na realidade meu personagem é o Antagonista, um anti-herói que tem um embate com o vilão da historia. Já a parceira ela acontece de maneira muito organizada e efetiva, já que cada um tem sua função, eu além de entrar como ator parceiro na produção, colocava a mão na massa em diversas outras necessidades para a conclusão do filme. Como por exemplo neste momento de Pós-produção estou trabalhando com a divulgação e Assessoria de Imprensa do filme. O importante é saber separar o que é o Ton na hora da atuação, e o Ton como um parceiro de produção.

O filme aborda relações tóxicas e diferentes tipos de comportamentos masculinos. Como você espera que o público reaja a essa temática?

Na história podemos perceber as diferentes relações que os homens têm perante as mulheres, este misto de prazer e ódio. No caso do meu personagem existe uma skin muito sutil entre o tóxico e o protetor. O público vai perceber os diferentes estilos e poder se relacionar com sua vida real, podendo fazer seus julgamentos e preferências na história do filme. É uma temática cada vez mais falada e agora colocada dentro de uma temática no cinema.

Você já trabalhou com o diretor Marco Matheus em outras produções. Como foi essa parceria em “Rage Pill”?

Sim, já estivemos juntos em Soroche O Filme, disponível no streaming, Wanderlust que ainda não foi lançado, e agora Rage Pill. O Marco é um diretor muito tranquilo de se trabalhar, inteligente e criativo através das lentes, ele mistura muitos elementos que deixa a produção rica com seu olhar, isso casa com minha vontade em estar em projetos de cinema como Rage Pill – Tempos de Ódio. Nossa parceria vem de tempos atrás, sempre é discutida a ideia que ele está na cabeça no momento e a partir daí, os profissionais vão chegando para contribuir e fazer o cinema de maneira batalhada como gostamos.

Nos últimos anos, seu trabalho tem transitado entre o humor e o drama. Como você vê essa versatilidade na sua carreira?

Sim, minha carreia no teatro nasce através do humor e comédia, além das campanhas publicitárias com o mesmo viés. Já no audiovisual foi ao contrário, fiz personagens que tem um intensidade mais realista e séria, como o Rico em ‘Mamonas Assassinas’ e o Advogado em ‘Uma Advogada Brilhante”, eu vejo tudo isso de maneira muito especial pois mostra a versatilidade que trago na minha carreira, transitando em suas diversas formas de atuar. E já digo que gosto muito da experiência de estar em todos os lugares, seja no drama ou na comédia.

Além do cinema, você segue ativo no teatro e nas redes sociais. Como concilia essas diferentes frentes e o que mais te motiva como artista?

Sim, estou em cartaz com ‘O Marido da Minha Mulher’ no Teatro Uol em São Paulo aos fins de semana, e ao mesmo tempo trazendo conteúdos para minhas redes sociais com vídeos de humor, discutindo a contradição da vida. Eu sou um cara não que para, os meus dias são sempre corridos, quando não tô no palco, tô escrevendo roteiro, gravando e editando. Não paro um minuto, mas tudo isso é possível conciliar, as vezes cansativo porém possível. E minha motivação como artista é exatamente esse lugar, poder criar, pensar, executar e não parar um minuto inventando possibilidades dentro da minha profissão, isso me motiva muito como artista que fabrica entretenimento.