Rock

Sinfonia Samsung Rock chega à segunda edição com Orquestra Juvenil Heliópolis revisitando clássicos do gênero

Sinfonia Samsung Rock II. Foto: Divulgação.

Clássicos do rock em versões sinfônicas, feitas especialmente para uma grande orquestra e guitarristas renomados como parceiros de palco, compõem o Sinfonia Samsung Rock, um verdadeiro espetáculo a céu aberto e uma incrível experiência audiovisual. O evento, que no ano passado reuniu mais de 25 mil pessoas para celebrar o gênero musical, chega a sua segunda edição no próximo dia 27 de maio, a partir das 18h, na plateia externa do Auditório Ibirapuera, tendo como protagonistas a Orquestra Juvenil HeliópolisSamuel Rosa e convidados. A apresentação integra o calendário 2018 do Samsung Conecta, iniciativa da Samsung que tem por objetivo oferecer experiências únicas na música e no esporte, gerando inclusão, oportunidades e acessibilidade para que o público possa experimentar o novo e ir além.

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Primeira edição do Sinfonia Samsung Rock – Crédito Dead Pixel

Composta por 70 músicos, a Orquestra Juvenil Heliópolis irá se apresentar sob a regência de seu maestro, Edilson Venturelli, acompanhada de uma banda de músicos de rock e guitarristas que se revezarão durante o concerto. Além do convidado especial Samuel Rosa (Skank), que irá tocar guitarra e cantar algumas músicas durante o espetáculo, estarão no palco os guitarristas Rodrigo Suricato(atual vocalista do Barão Vermelho) e Lari Basilio (vencedora do Samsung E-Festival em 2014). Magno de Alcantara Brecht (bateria), João Bosco Fonseca Junior (baixo), Tiago Rodrigues Costa (teclado), Gustavo Barros Clemente (guitarra), Orlando Costa Marcolino (percussão) e Webster Santos dos Santos (guitarra) completam o time de instrumentistas.

Além de música, uma programação de videoarte foi especialmente planejada para acompanhar os números do concerto. A atração será projetada em toda a fachada do Auditório Ibirapuera, que se transformará em um grande e inesquecível telão. Os trabalhos levam a assinatura de alguns dos principais videoartistas do país, incluindo Gringo Cardia, responsável por criar uma nova linguagem nas áreas cenográficas de teatro, espetáculos de dança e shows; Eder Santos, um dos pioneiros na arte multimídia no Brasil; e Muti Randolph, referência na criação de ambientes interativos. Completam o time de artistas BatmanGrima GrimaldiAna Paula Carvalho, Anna Turra e VJ Vigas.

“O Sinfonia Samsung Rock é, mais uma vez, a Samsung mostrando para o público que barreiras podem ser transponíveis e que o novo é sempre uma possibilidade. Ao unir rock ao erudito, por exemplo, apresentamos algo que para muitos seria impensável. Para nós, que oferecemos muito mais do que tecnologia,o projeto é um modo de tocar as pessoas de uma forma única” – Andréa Mello,Diretora de Marketing Corporativo e de Consumer Electronics da Samsung Brasil.

O Repertório

A exemplo do ano passado, arranjadores renomados, como Nelson Ayres, Jacques Morelenbaum, Conrado Goys, Armando Ferrante, Rodrigo Morte, Tiago Costa, foram convidados em 2018 para fazer releituras de grandes sucessos do rock nacional e internacional para a orquestra sinfônica. O projeto foi desenvolvido por Monique Gardenberg, Jeffrey Neale, Tommy Kenny e Lourenço Rebetez e conta com a direção musical de Lourenço Rebetez e a curadoria de Marcus Preto.

Dividido em quatro partes, o espetáculo irá apresentar canções das mais aclamadas bandas e artistas da história do rock e ainda de representantes da atitude que envolve o gênero, como o R.E.MAlice in ChainsFoo FightersPearl Jam,  SoundgardenColdplayGuns n’ RosesAC/DCU2RadioheadBeatlesPaul McCartney e Amy Winehouse, que ainda terão a companhia de Raul SeixasCaetano VelosoRaimundosLos HermanosJorge Ben Jor e  Skank.

“Como quase não há letras, a não ser nas músicas que serão cantadas pelo Samuel Rosa, o roteiro tem que encontrar sustentação na musicalidade do rock. Ou seja: a famosa atitude roqueira, que em grande parte é criada pelo texto, precisa se manifestar integralmente pelo som, pela melodia, pelo ritmo, pela harmonia. Toda a seleção de repertório, portanto, partiu das possibilidades sinfônicas de cada canção”, comenta Marcus Preto, curador do Sinfonia Samsung Rock.

Os Artistas

Orquestra Juvenil Heliópolis / Edilson Venturelli, maestro

Orquestra Juvenil Heliopolis – Crédito Dead Pixel

Orquestra Juvenil Heliópolis, formada por cerca de 70 músicos de 14 a 25 anos, é uma das formações resultantes dos programas socioculturais desenvolvidos pelo Instituto Baccarelli, organização social sem fins lucrativos, a qual oferece gratuitamente educação musical e artística de excelência para mais de 1.000 crianças e jovens, anualmente, em situação de vulnerabilidade social.

Sob a batuta do maestro Edilson Venturelli, a orquestra já se apresentou em algumas das principais salas de concerto de São Paulo, como o Theatro São Pedro, Sala São Paulo, Auditório MASP, Centro Cultural São Paulo e outros relevantes espaços, assim como já participou de grandes eventos, entre eles o Criança Esperança (2011) e a III Conferência Global Sobre o Trabalho Infantil, realizada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), em Brasília. O Instituto Baccarelli conta com a direção artística do maestro Isaac Karabtchevsky e o patronato do renomado regente indiano Zubin Mehta, que se encantou com a instituição ao visitá-la em 2005.

Samuel Rosa

Samuel Rosa – Crédito Divulgação

Samuel Rosa de Alvarenga, nas artes conhecido como Samuel Rosa, nascido em Belo Horizonte, Minas Gerais, é cantor, compositor, guitarrista e vocalista da banda  brasileira Skank. Parceiro de célebres compositores brasileiros, como Nando Reis, Chico Amaral, Fausto Fawcett, Arnaldo Antunes e Lô Borges, é autor da maioria das canções do grupo como os “hits” “Garota Nacional”,”Vou Deixar”, “Resposta”, “É Uma Partida de Futebol”. Foi convidado pelo artista Carlos Santana para participar do seu álbum intitulado CORAZÓN, interpretando a obra SAIDEIRA. Sua vontade de trabalhar com música surgiu na adolescência, por volta dos 14 anos. Formou-se em psicologia, por influência do pai, também psicólogo. Hoje, com mais de 6 milhões de discos vendidos e participação nos mais importantes festivais de música internacional, o Skank já faz parte da história da música brasileira e conta com inúmeros sucessos ao longo da carreira.

Rodrigo Suricato

Rodrigo Suricato – Crédito Julia Lorrane

Ganhador do Grammy Latino de Melhor Álbum Rock Brasileiro em 2015, com as composições do projeto que leva seu sobrenome “Suricato”, Rodrigo é um dos artistas mais atuantes e respeitados da nova safra da música brasileira. O núcleo criativo SURICATO, da qual é líder, compositor e multi-instrumentista, é apontado como uma das maiores expressões brasileiras do Folk/Rock e uma das gratas revelações da música nacional, com passagem em festivais internacionais como o Rock in Rio e Lollapalooza. Paralelamente à SURICATO, Rodrigo foi convidado em 2017 para assumir os vocais e guitarra do Barão Vermelho. Com a difícil tarefa de suceder Cazuza e Frejat, seu trabalho à frente da banda é aclamado pela crítica especializada e pelo público de umas das mais icônicas bandas de Rock nacional de todos os tempos. Nascido no Rio de Janeiro e autodidata desde os 8 anos de idade, já foi eleito o melhor guitarrista brasileiro de 2007 pela Gibson USA, Revista Guitar Player e IM&T.

Lari Basílio

Lari Basilio – Crédito Divulgação

Nascida em 1988, em São Paulo, Lari Basilio é guitarrista por vocação. Seu pai lhe ensinou os primeiros acordes de violão, suficientes para despertar em Lari a paixão pela guitarra. Amante da música instrumental, passou a compor suas próprias músicas. Em 2011, gravou seu primeiro EP instrumental, Lari Basilio, com as participações de Felipe Andreoli (Angra) e Adriano Daga (Malta). Lari Basilio tem se destacado pela sua técnica e versatilidade, inovando a música instrumental com seu estilo de tocar diferenciado, prova disso, é o reconhecimento público do seu vídeo postado para o 1º Concurso Cultural Santo Angelo de Música Instrumental Gospel, que obteve a maior visualização em tempo recorde. Além do seu trabalho autoral, Lari Basilio é produtora musical e arranjadora. Compôs e gravou as novas trilhas da 89 FM – A Rádio Rock (de São Paulo). Lari também fez tour em todo o Brasil como guitarrista do show “Tributo ao Rei do Pop”, de Rodrigo Teaser, com participação em diversos programas de TV. Atualmente, Lari Basilio mora em Los Angeles – CA, e tem se dedicado à expansão do seu trabalho. Suas vídeo aulas podem ser encontradas em Jam Track Central.

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Sobre a Samsung Electronics Co., Ltd.

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Sinfonia Samsung Rock,por Marcus Preto

Sobre a escolha do repertório, não adiantava ser apenas um grande clássico ou um hit delicioso. Era necessário, sobretudo, ter absoluta aptidão para se impor de maneira grandiosa perante uma orquestra sinfônica.

Em alguns casos, essas características sinfônicas já estavam à mostra nas gravações originais de algumas das canções do set list. “Live and Let Die”, o tema de James Bond escrito por Paul McCartney em 1973, é um exemplo claro disso. Trilha de cinema criada para orquestra. Ou ainda o trio de canções do essencial álbum “Sgt.Pepper’s Lonely Hearts Club Band” (1967), dos Beatles, que foi transformado em medley: “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”, “With a Little Help from my Friends” e “Lucy in the Sky with Diamonds”. Trata-se de um marco no casamento entre rock e orquestra sinfônica e as experiências feitas nele pelo maestro George Martin serviram de guia para todo o gênero nos anos seguintes e até hoje. Influenciaria, por exemplo, o arranjo original “Shiny Happy People”, do R.E.M., que também está no roteiro, ao lado de “Losing my Religion”.

Outras bandas contemporâneas, como Radiohead e Coldplay, geraram repertório ideal para arranjos de orquestra. “Creep” e “Paranoid Android”, da primeira, e “Clocks” e “Viva la Vida”, da segunda, têm a intensidade teatral e dramática de uma ópera. Os arranjos que o maestro Lourenço Rebetez e seus parceiros produziram irão garantir alguns dos momentos mais catárticos do espetáculo.

Amy Winehouse não era exatamente uma roqueira. Mas foi, sem sombra de dúvida, a mais completa tradução da tal ATITUDE “rock and roll” surgida nas últimas décadas. Por essa sua postura e pela influência de seu legado nas novas gerações do rock, dedicamos à cantora e compositora uma suíte que reúne três grandes canções do seu repertório: “Rehab”, “You Know I’m No Good” e “Back to Black”.

O rock simples, de poucos acordes e grandes riffs, vem representado, em três décadas, pelo AC/DC dos 1970, pelo Guns’n Roses do 1980 e pelo grunge dos 1990. A banda setentista é lembrada aqui por três de seus clássicos explosivos: “Back in Black”, “Highway to Hell” e “TNT”. Momento perfeito para os solos de guitarra de Lari Basilio. O Guns vem com seu hit absoluto, “Sweet Child O’Mine”, canção que só cresceu em significados com o passar dos anos. E o grunge e seus desdobramentos ganharam um medley, batizado de “Medley Seattle”, em referência à cidade-matriz do gênero. Nele, estão agrupadas bandas como Alice in Chains (“Man in the Box”), Foo Fighters (“The Pretender”), Pearl Jam (“Jeremy”), Soundgarden (“Black Hole Sun”) e Stone Temple Pilots (“Plush”). Nirvana, a banda de Kurt Cobain ganhou uma suíte inteira na edição do ano passado e, para evitar redundâncias, não foi repetida este ano.

Duas bandas de alto teor político em momentos amorosos-existencialistas entram no set list para defender o rock produzido nos anos 1980 – aqui e lá fora. O U2 ganha uma versão orquestral para “Withor Without You” e a Legião Urbana, para “Tempo Perdido”.

O rock brasileiro, aliás, ganha mais espaço nessa segunda edição, graças à calorosa resposta do público aos números nacionais no espetáculo do ano passado. Há desde “Tropicália”, experimentação tropicalista de Caetano Veloso fundindo guitarra elétrica e música brasileira até uma série de novos clássicos do pop-rock nacional dos anos 1990, criados por bandas-chave daquele período: “Anna Julia”, primeiro hit de Los Hermanos, “Mulher de Fases”, sucesso avassalador dos Raimundos, e “Dois Rios”, balada do Skank que fundia Beatles e Clube da Esquina.

Desde o movimento da Jovem Guarda, nos anos 1960, nosso país foi prodigioso em fundir o rock and roll com elementos da música nacional para encontrar uma identidade roqueira legitimamente brasileira. Tanto que, nos anos 1960 e 1970, o rock virou coisa tão nossa que era impossível de ser reproduzido, com o mesmo tempero, por qualquer músico gringo. Craque nessas misturas, Jorge Ben uniu rock e samba, dando origem ao samba-rock. Já Raul Seixas, outro gênio da alquimia, colou baião, maracatu e outros ingredientes nordestinos no som de Elvis Presley, Beatles e Rolling Stones, entre outros. Os dois cientistas estão no roteiro. Jorge vem com “Ponta de Lança Africano (Umbabarauma)” e Raul, com a dupla “Gita” e “Maluco Beleza”.

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