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Radicada nos EUA há quatro anos, Booker brasileira Jo Mouallem promove turnês de artistas nacionais no exterior

Jo Mouallem . Foto/Divulgação

Fazer carreira na indústria musical não é exatamente um dos caminhos mais fáceis de trilhar. Mas para Johayna El Mouallem, brasileira mais conhecida como Jo, a vocação falou mais alto do que o desafio. Hoje aos 30 anos, a publicitária de formação deixou uma promissora posição em uma startup de influenciadores digitais para “fazer acontecer” artistas brasileiros na gringa como agente musical, ou “booker”, no jargão do setor do entretenimento.

“À medida que conquistamos mais espaço, a ideia é levarmos mais da nossa cultura para a cena americana, ajudando a construir festivais e carreiras internacionais”, diz ela. Poucas semanas após realizar uma tour de sucesso com a banda Gilsons, formada pelos filhos e netos de Gilberto Gil. “O Brasil ainda tem muito o que mostrar ao mundo.”

Após realizar eventos com nomes como Jota Quest, Di Ferreiro, Preta Gil e Banda Eva , a booker se mudou para Los Angeles, na Califórnia, em 2020 com o sonho de se embrenhar na indústria musical dos Estados Unidos. A pandemia, porém, se impôs, e as dificuldades exigiram de Jo muito jogo de cintura e visão de longo prazo.

Enquanto estudava ”Music Business” na UCLA (University of Califórnia Los Angeles), surgiu uma oportunidade de emprego como assistente pessoal de Victoria Evigan, com quem forma a dupla Elephant Heart, de música eletrônica, com o marido Jason. “Eu só precisava de uma chance para entrar no mercado para me virar de lá”, diz ela.

Jason Evigan, porém, não era qualquer um na indústria. Músico, produtor e compositor, o americano ficou conhecido por trabalhar nas faixas “Girls Like You”, do Maroon 5, e “Heart Attack”, de Demi Lovato. Ele ainda trabalhou no álbum “Future Nostalgia” de Dua Lipa, vencedor do Grammy.

Do trabalho como assistente pessoal, Jô deslanchou. Ajudou a levar a dupla Elephant Heart aos palcos do Coachella e Lollapalooza, e, de lá, abriu portas para trabalhar na equipe de outra lenda da indústria fonográfica mundial e do showbiz internacional: Mike Caren.

Em mais de duas décadas no mercado, ele trabalhou com artistas como Beyoncé, Bruno Mars, Kanye West, Ed Sheeran, Charlie Puth e 2pac. Na gravadora de Caren, a APG (Artist Partner Group), Jo desempenhou um papel crucial e chegou até a participar da criação da trilha sonora de “Velozes e Furiosos 10”. Ela foi uma das primeiras pessoas a ouvir a canção “Vai Sentando” da cantora brasileira Ludmilla, em parceria com o DJ americano Skrillex.

“O que você vê e ouve morre com você nesse setor”, brinca ela. “Muitas coisas só serão lançadas anos depois.”

Olhando para frente, Jô quer trazer ainda mais brasileiros ao solo americano. “Hoje, infelizmente, muita gente tira vantagem dos nossos artistas que querem fazer uma turnê internacional e não sabem quais são os ‘protocolos’, e eles acabam aceitando propostas que só são benéficas para o contratante”, diz. Com ela, o jeitinho brasileiro fará sucesso na gringa –e sem tropeços.

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