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‘Quero que a mulher se sinta nesse lugar de poder ser o que ela quiser’: RUBY lança novo single e clipe ‘Dentro de Mim’

Ruby. Foto: Reprodução / Instagram (@eurubyoficial)

Para mostrar a que veio ao mundo, a cantora e compositora RUBY começa 2022 com novidades quentíssimas. A artista promete abalar o pop nacional com o lançamento do seu primeiro EP, “50 Tons de Preta”, que estreia com a música “Dentro de Mim” nas plataformas digitais. De presença imponente e voz poderosa, mas sempre com atenção às melodias, a jovem mineira apresenta seu novo projeto em parceria com a Universal Music Brasil e a GTS (Global Talent Service). O videoclipe também já pode ser visto.

RUBY mostra toda sua criatividade no single, que explora uma sonoridade envolvente, com influências do hip hop e da black music, ao mesmo tempo em que exalta suas origens e dá voz a pautas de representatividade. Na letra, a cantora e compositora fala de uma paixão arrebatadora, com toque de sedução latente. O clipe apresenta referências que transitam entre o cinema antigo, a sensualidade do pop e a ousadia do R&B contemporâneo.

“Em ‘Dentro de Mim’ eu busquei trazer o poder da vontade da mulher, o domínio que nós temos  ou deveríamos exercer sobre nossos corpos — e o consequente prazer. Neste lugar a mulher é a protagonista dos fetiches e não objeto dele. Meu objetivo foi descrever essa potência de ser feminina e dominar a situação, porque feminilidade não é sinônimo de sujeição, a vontade da mulher é real e latente. O que mais gosto nesse trabalho ‘EP Audiovisual’ é a oportunidade de falar dessa potência feminina em vários âmbitos diferentes, e em como a consciência e aceitação disso transformam nosso olhar sobre nós mesmas e sobre o outro”, analisa RUBY.

A composição é de autoria da artista, ao lado de Arthur Marques, DJ Thay e King. O vídeo foi criado e assinado por Rodrigo Pitta, que já trabalhou com Anitta, Arto Lindsay e Luisa Sonza. Na superprodução que ilustra a música, a história começa em um dos hotéis mais clássicos do Brasil: o Fera Palace. Ao longo da narrativa, RUBY representa algumas mulheres, que foram criadas em um processo que reuniu o fotógrafo Bob Wolfenson (participação mais do que especial no clipe), o figurinista e ator Theodoro Cochrane e o mago da beleza Max Webber.

Para os próximos meses, a artista promete lançar as demais faixas que irão compor o projeto.

Ouça:

Confira a entrevista da Ruby ao Portal PopNow

Como o novo single “Dentro de Mim” chegou até você?

R: O single foi criado em estúdio, dentro de uma narrativa que eu queria muito discorrer, do empoderamento feminino e foi um prazer poder falar sobre esse assunto. É um single que traz a mulher como protagonista da sua própria historia. E eu fiquei muito feliz com o resultado.

O clipe da faixa traz uma viagem ao cinema antigo. Você participou desse processo de criação? Como foi?

R: Eu sou um pouquinho “a terrorista dos diretores”, por que eu quero dar opinião em tudo, eu amo poder fazer parte do processo, eu amo poder, principalmente, aprender com o processo. E quando eu fiz a escolha do diretor, eu escolhi o Rodrigo porque eu me conectei com a verdade e com a arte dele. Ele é uma pessoa muito culta, uma pessoa que tem uma bagagem de trabalho muito grande. Ele soube trazer para o plano real tudo que eu tinha em mente. Ele criou varias situações legal que se conectam dentro dos clipes, mas eu também fiz parte desse processo dando elementos pra ele trabalhar, aí ele veio com o olhar artístico que eu ainda não aprendi a ter, como ele tem, porque ele é formado em direção artística. Então ele soube traduzir esse desejo que eu tinha perfeitamente.

O que pretende levar para as pessoas que ouvirem “Dentro de Mim”?

R: Eu quero levar empoderamento, reconhecimento, quero que elas escutem e se conectem com isso, que elas se sintam representadas de alguma forma, mas principalmente trazer o poder da escolha, a potencia da escolha, que a mulher se sinta nesse lugar de poder ser o que ela quiser, poder escolher o que ela quer. Acho que a principal mensagem desse single é isso, a nossa potencia como mulher.

Quais as expectativas para esse lançamento?

R: Eu sou uma pessoa que as vezes é ansiosa, então eu tento não criar muita expectativa sobre os trabalhos que eu faço, eu jogo pra o mundo. Acredito que eu plantei, dei o meu melhor e o que vier de resultado vai ser sempre um aprendizado, mas a expectativa ela não deixa de existir, então se eu pudesse falar de uma expectativa em especifico, é que as pessoas se conectem com essa verdade, que elas se sintam representadas e gostem do single, escutem bastante.

Essa é a primeira faixa do EP “Cinquenta Tons de Preta”. Todas são composições próprias?

R: A gente tem uma musica dentro desse trabalho que não foi escrita por mim, mas o meu irmão começou a fazer ela e a gente foi  pra um camping e ele terminou com um grupo de pessoas. Tem musica que eu já levei a letra praticamente pronto e a gente mudou algumas coisas, só que a grande maioria a gente fez em conjunto no estúdio. Levei pessoas que eu confio e que eu gosto de trabalhar. Fiz dois grupos de composições e foi muito legal por que a gente teve uma sinergia muito grande. Foram grupos de pessoas completamente diferentes, mas a gente estava ali em um objetivo incomum e saiu  muito bom.

Todas as faixas ganharão videoclipe?

R: Sim. A gente tem um EP audiovisual, onde são quatro videoclipes e quatro lyric vídeos. Os outros não são clipes mas também tem imagens bem bonitas e eu tive a oportunidade de nos lyrics vídeos fazer o stylists das roupas, então são vídeos que eu gosto muito também e me representam de alguma forma.

O novo projeto vem recheado de influencias da musica e representatividade. Além de sua vivencia, você buscou se inspirar em algo mais?

R: Eu sempre gosto de ter propriedade pra falar das coisas, então dentro desse lugar eu vou sempre falar de coisas que eu talvez já vivi ou que eu percebo. Mas como artista eu acredito que a arte não pode se resumir ao que eu vivo, ela tem que se conectar com outras pessoas. Obviamente pessoas vão se conectar com coisas que eu vivo, mas a arte não pode ter um fim em mim mesma, então eu tento sempre fazer uma leitura da sociedade, do que eu vivo, mas também do que amigas me contam. Então as minhas relações interpessoais também influenciam muito no que vai ser falado nas minhas musicas, porque as vezes eu tenho um ponto de vista, mas uma pessoa próxima a mim tenha um ponto de vista diferente do meu, então através disso eu posso me conectar e pensar de uma forma diferente, conseguir falar linguagens diferentes. Então eu sempre busco trazer uma pluralidade quando vou fazer musica, pra que não fique uma historia sobre a minha vida, pra que seja uma arte múltipla e que consiga se conectar com outras pessoas diferentes. Mas eu também fico muito feliz de falar sobre alguma coisa que vivi e transmutei para outro lugar.

O que podemos esperar da Ruby neste ano em relação a trabalhos?

R: 2022 já começou na loucura intensa. Eu espero que esse ano a gente consiga de alguma forma melhorar como pessoa. A gente sempre teve esse discurso no começo da pandemia, que esse momento que estamos vivendo ia melhorar  a gente, mas a cada dia que passa a sociedade tem refletido cada vez mais os seus problemas. Eu quero que nesse 2022 eu consiga trazer leveza, porque eu acho que os tempos já estão muito pesados, estamos vivendo momentos de muita tensão. Então a arte serve pra dar uma aliviada também, ela serve pra pensar, pra estimular,  mas ela também pode ser leve.

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