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#PopEntrevista: Fernanda Schein destaca série sobre Neymar como porta de entrada para trabalhar com a Netflix
Do interior do Rio Grande do Sul para Los Angeles, Fernanda Schein se move através da arte. Ela coleciona premiações e um currículo de peso conquistados em uma ilha de edição, desde grandes produções da Netflix como “Neymar: O Caos Perfeito” lançado em janeiro na plataforma, até curtas envolventes como “I See You”, seu mais novo trabalho que já conta com dois grandes prêmios e está em exibição em Los Angeles.
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“Eu comecei minhas produções em criança, histórias mirabolantes encenadas pelas bonecas e curtas metragens gravados com uma câmera analógica venha da família aos 11 anos. Aos 14, meu tio que era produtor no Rio, me deu um livro sobre roteiro, o estopim para eu nunca mais pensar em fazer outra coisa. Eu enxergo histórias em absolutamente todos os lugares, é minha forma preferida de ver o mundo.” conta.
“A série do Neymar foi a minha porta de entrada para trabalhar com a Netflix. Eles procuraram o festival brasileiro de cinema em Los Angeles pedindo indicações de montadores que falassem português pra dar auxílio na montagem, já que apenas 1 dos 6 editores envolvidos era brasileiro. Eu tive uma experiência maravilhosa trabalhando com todos, mas destaco minha alegria de poder ter trabalhado com Affonso Gonçalves, montador brasileiro premiadíssimo mundo afora, e com o diretor David Charles, tbm brasileiro e um dos documentaristas mais sensíveis e talentosos que já tive o prazer de trabalhar. Nos ouvimos muito o Neymar falar sobre o sonho dele da Copa desse ano, a eliminação do Brasil me deixou ainda mais triste que o normal, pq além de torcedora da seleção, eu queria muito ver o Neymar ganhando a Copa. Ainda tenho muita fé nele e a nossa seleção pra 2026.”
No Brasil, uma editora atuosa em produtoras importantes do mercado publicitário. Em produções comerciais, trabalhou com Giovanna Antonelli e Alexandre Borges, além do ídolo do esporte nacional Gustavo Kuerten, o Guga. Em 2014, a gaúcha decidiu que precisava de novas experiências e partiu para a Califórnia.
“A minha experiência no Brasil sempre foi trabalhando com publicidade, até porque essa foi minha formação acadêmica inicial. O que me levou pra Los Angeles foi um sonho antigo de respirar os ares da capital mundial do cinema, eu queria muito viver aquele mundo, mas quando eu fui pra lá não imaginei que as coisas decorreriam daquela forma. Eu fui pra fazer um curso de um ano, e achei que voltaria para o Brasil, com o intuito de trabalhar no Rio ou em São Paulo. Mas um curta metragem que filmei lá e foi premiado acabou me abrindo algumas portas, inclusive a de um visto de trabalho, e acabei não voltando mais. Nos primeiros três anos eu trabalhei mais com produções independentes, um mercado tbm bem ativo em Los Angeles. Nem todo mundo trabalha para os estúdios, mas todos dão um jeito de contar suas histórias, é isso que eu amo em estar lá. Todo mundo tá sempre procurando um jeito de tirar algum projeto do papel. Vc senta em qualquer café e tem alguém discutindo um roteiro do seu lado. Vc acorda de manhã e pode ter uma carta da prefeitura avisando que vão fechar sua rua no dia seguinte pra filmar uma perseguição de carros. Tem um estacionamento perto da minha casa que eu já vi em uns 4 filmes diferentes. Depois de uns anos a gente até acostuma com essas coisas, mas eu acho que a minha empolgação sempre vai ser a mesma. Realmente espero que esse sentimento nunca passe.”
Além de uma premiada cineasta, Fernanda Schein também é instrutora de Yoga desde 2009. Sua paixão pela filosofia e pela prática começou por acaso em 2007, quando teve uma fratura grave que a impediria de dançar pelos próximos 2 anos. Em pouco tempo, a prática foi de sua última opção para sua nova percepção de vida.
Muito além do alongamento, o yoga se tornou o estilo de vida do cineasta. “Quando eu tinha 15 anos eu inventei de fazer aula de jazz, mas eu tenho zero coordenação pra dançar! Acabei caindo e fraturando o fêmur, fiz 6 meses de fisioterapia e fiquei 2 anos sem poder fazer atividades de impacto. Isso seria uma história triste se nao fosse o motivo que me levou a procurar o Yoga. Eu me apaixonei na primeira aula que fiz em 2007, e em 2009 fiz minha primeira formação, que venho atualizando e aprofundando desde então. Eu começo todos meus dias com exercícios de respiração, posturas corporais e uma sessão de meditação. Isso dita o ritmo do meu dia, e me lembra que nessa cultura tão louca de hiper produtividade que vivemos, eu não posso dar pros outros aquilo que eu não tenho pra mim. O princípio do Yoga é nós trabalharmos a elevação da nossa própria consciência, e cuidar da nossa própria saúde, porque a transformação do mundo ao nosso redor começa dentro da gente. É uma filosofia lindíssima de paz e conexão com a natureza, que rege os princípios da minha vida, é sempre meu norte na hora de tomar decisões difíceis.”
Sobre novos projetos, a editora adianta: “No inicio do ano sai no Netflix o documentário que venho trabalhando todo ano passado como assistente de montagem, sobre o sistema de produção alimentar americano. Agora, estou trabalhando como editora associada em uma série documental “true-crime”, também para o Netflix, e essa deve lançar só em 2024. Estou muito empolgada para o lançamento das duas!”