Rock
Pela primeira vez no Rio, The Neighbourhood atrai público apaixonado e fiel
Após uma estreia aguardada e bem-sucedida no Lollapalooza 2018, os meninos da banda californiana The Neighbourhood voltaram ao Brasil na última semana para shows em São Paulo (13 e 14) e no Rio de Janeiro (16). Na capital fluminense, a apresentação aconteceu no último domingo, 16, no Vivo Rio. A abertura ficou por conta da banda norte-americana HEALTH, que apresentou uma sonoridade bem explosiva e singular.
A pequena multidão aguardando por Jesse Rutherfod (vocais), Zach Abels (guitarra e backing vocal), Jeremy Freedman (guitarra e backing vocal), Mikey Margott (baixo) e Brandon Fried (bateria) era barulhenta e extremamente apaixonada pelo grupo, que percebeu isso logo nos primeiros acordes de “How”, faixa que abriu o show. Apesar de não se tratar de nenhum dos grandes hits da banda que estourou mundialmente, a plateia sabia cantar absolutamente o setlist todo, pedacinho por pedacinho, o que fez da atmosfera bastante intimista e lotada de emoções espalhadas por todo o canto para onde se olhasse. Uma bela maneira de estrear no Rio de Janeiro, com pé direito!
Com pouca interação verbal dos músicos com os fãs no início da apresentação, o que se viu foi uma sequência de grandes sucessos que fizeram o público se alvoroçar, com gritos histéricos e lágrimas incontroláveis. No palco, uma banda cheia de energia para performar os hits “R.I.P 2 My Youth”, “Afraid”, “Cry Baby” e “Prey”, dos álbuns “I Love You” (2013) e “Wiped Out!” (2015), que fizeram o grupo decolar e conquistar os quatro cantos do mundo.
Na estrutura do palco, havia uma plataforma montada que ia até o centro da plateia na área VIP. Jesse Rutherford, é claro, usou e abusou do espaço, brincando com os fãs com dancinhas, caras e bocas. Mesmo com a adoração devotada da plateia ao frontman, ele pareceu mais quieto do que durante sua performance no Lolla 2018, onde a energia do – na época – loiro contagiou o Autódromo de Interlagos a ponto da banda ter sido um dos principais destaques daquela edição do festival.
Mesmo assim, o agora moreno de 27 anos se dedicou a cumprir uma setlist muito bem escolhida de 20 músicas, mostrando mais maturidade e controle sobre o público. O set fez um passeio pelos oito anos de carreira desde que os rapazes de Newbury Park decidiram se unir para fazer música. De lá pra cá, já são três álbuns de estúdio, incluindo o mais recente homônimo, “The Neighbourhood” (2018), 7 EPs e a mixtape original “#000000 & #ffffff”. Musicalmente falando, nunca faltou ousadia, requinte, modernidade e temáticas profundas nos trabalhos do quinteto.
“Paradise”, “Blue”, “Living’ in a Dream” e “warm” foram apresentadas pela primeira vez para o público brasileiro e a recepção foi um tanto quanto interessante, com mãos sincronizadas no ar e coros em uníssono nos refrões.
Mas as músicas que, de fato, mais estremeceram o ambiente e mexeram com os sentidos e sentimentos dos fãs foram os hits “”R.I.P 2 My Youth”, “Prey”, “Wiped Out!”, “Daddy Issues” e “Wires”, com letras que tocam em assuntos delicados como depressão e levaram à plateia uma dose extra de emoção na noite de domingo. Dentro da casa, a maioria das pessoas reagiram à força com que essas músicas tocam com lágrimas.
Ainda teve espaço para faixas como “Scary Love”, “Void” e “Sadderdaze”. No grand finale, para fechar com chave de ouro, o single multiplatinado “Sweater Weather” tirou a todos do chão numa onda incrível de energia e good vibes e, em “Stuck With Me”, Jesse foi pra galera sem camisa e se despediu da multidão com sorrisos e um alto astral para ninguém botar defeitos.