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Pela primeira vez no Brasil, Gavin James surpreende público e triunfa com show intimista e carismático

Gavin James. Foto: Reprodução/Instagram.

O cantor e compositor Gavin James desembarcou na última semana para dois shows de sua estreia no Brasil, no Rio e em São Paulo. O britânico se apresentou na noite de sexta, 4, no Blue Note, importante casa de jazz localizada na zona sul do Rio de Janeiro. O músico de 26 anos ganhou notoriedade no país após seus singles “Watch It All Fade” e “Nervous” entrarem na trilha sonora de duas novelas da Rede Globo, “Deus Salve o Rei” e “Pega Pega”, respectivamente.

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O ano de 2018 apenas começou agitado para Gavin, que recentemente lançou “Always”, sua atual música de trabalho, e há cerca de 5 meses havia disponibilizado “Hard To Do” nas plataformas digitais. O cantor, inclusive, gravou um clipe na Abbey Road, afirmando que veio para ser, de fato, um dos grandes nomes do pop mundial da atualidade. Segundo o próprio irlandês, a apresentação no Blue Note era sua primeira desde o Natal, o que mostra toda curiosidade e carinho demonstrado ao público brasileiro.

A entrevista que o PopNow fez, com exclusividade, com o músico irá ao ainda esta semana. Fiquem ligados!

Veja o recadinho que o cantor deixou para os fãs do PopNow:

O show:

Com um semblante leve e simpático, Gavin James conduziu sua primeira experiência de 1h30 no Brasil. Se lhe faltou vocabulário em português, sobrou em carisma e entrega ao momento. “Oi, tudo bem? Meu nome é Gavin James. Obrigado. Tudo bem?” foi o que ele mais falou na sua primeira noite com o público brasileiro, no Blue Note. A frase foi repetida tantas vezes que se tornou divertido e marcante ao show, sempre arrancando risos da plateia, especialmente pelo forte sotaque típico de um irlandês. “Meu português é horrível! Prometo melhorar quando eu voltar da próxima vez. Eu tento falar mais devagar quando eu venho pra outro país, mas eu estou há tanto tempo na Irlanda só falando rápido que fica difícil. Eu falo muito rápido”, comentou o cantor, brincando com o fato de este ser o seu primeiro show fora da Irlanda em cinco meses.

As letras profundas e cheias de sentimento que as letras de Gavin, essencialmente românticas, trazem são um reflexo de sua personalidade. O britânico encanta não apenas por sua barba ruiva, sorriso desprendido ou olhos azuis, mas pela doçura que sua voz emana pelo ambiente no qual está tocando. E seu carisma, então, é algo espetacular. O cantor é divertido, faz brincadeiras, caras e bocas, imitações e tudo o que é preciso para proporcionar à plateia uma experiência diferenciada e positiva, até cantar em cima de um banquinho ao lado do público, como aconteceu em “You Don’t Know Me”.

O triunfo de Gavin James não está em grandes hits ou músicas estouradas nas principais rádios brasileiras, mas em como ele se porta em cima do palco, transmitindo verdade e genuinidade no que faz, o que é fundamental. Nas primeiras cinco músicas, “Till The Sun Comes Up”, “Coming Home”, “Boxes”, “Cigarette Break” e “Watch It All Fade”, apenas a última teve grande repercussão no Brasil, muito pela transmissão televisiva. Isso, de maneira alguma, transformou o show em algo chato e desinteressante. Muito pelo contrário. Até as músicas que as pessoas não conheciam ou sabiam cantar, elas observavam com atenção, seguindo os coros de ‘oooh’ que ele puxava, encantadas com o timbre suave de Gavin e sua destreza com seu inseparável violão. Em certo momento, quando o músico tirou o violão para chamar sua banda para ajudá-lo na gig,  ele brincou que não sabia o que fazer com suas mãos.

“Essa é a mais triste de todas e espero que vocês gostem. Como se diz ‘sad as fuck’ em português?”, perguntou, para resposta imediata da plateia, que além de conectada musicalmente com Gavin, fazia questão de conversar e sugerir coisas para ele no transcorrer do show. O resultado de “triste para cara#@” no sotaque tipicamente enrolado do ruivo foi uma das coisas mais engraçadas da noite. Assim como a plateia se divertia com suas piadas e peripécias, ele parecia sentir o mesmo, sempre sorridente e comunicativo.

A verdade é que as músicas de Gavin, no geral, são tristes mesmo, mas uma tristeza com classe e doses que remediam a dor dos corações partidos. Segundo ele, mesmo quando tenta, não consegue tirar essa vibe ‘romântica melancólica’ de suas canções. “Eu poderia tocar piano, mas seria ainda mais triste. E eu também não sei tocar”, brincou. De fato, as notas do violão do irlandês aliadas ao ambiente intimista, decorado com velas sobre as mesas e iluminação com pouca intensidade, deram charme e requinte à apresentação, o que foi de encontro perfeitamente com o público presente no show.

Mas Gavin James não encarou o público brasileiro sozinho. Uma dupla de músicos locais, um pianista e outro baterista, acompanharam o irlandês em sua breve jornada musical com os cariocas com muita qualidade, apesar do pouco tempo que conheciam o vocalista: apenas três dias. Como forma de agradecimento, o músico pediu palmas, aplausos e fez piadas com os colegas de profissão diversas vezes. Um fofo, né?

O set ainda teve “Always”, seu single mais recente, “Nervous”, tema que embalou Luiza (Camila Queiroz) e Eric (Mateus Solano) em “Pega Pega”, a baladinha mais agitada “Hearts On Fire” e encerrou com “Tired”, já no bis.

“Muito obrigado por terem comparecido. Obrigado!” – Gavin James

Versões de hits com direito a imitações e dueto com a irmã, Emma Wiglesworth:

Gavin James demonstrou ser, além de artista, um showman. O repertório do músico incluiu uma versão um tanto quanto inusitada de “Sorry”, sucesso de Justin Bieber, cantada com uma imitação do cantor da voz do roqueiro Bruce Springsteen. O clássico “What A Wonderful World”, de Louis Armstrong, também não passou despercebido. Até um som de gaita feita apenas com a boca o músico conseguiu fazer. Ambas versões ficaram tão incríveis e a imitação tão fidedigna que só restou ao público, que se divertia, aplaudir de pé e cantar junto.

Um segundo momento que foi bastante marcante foi o dueto que Gavin fez com sua irmã, Emma Wiglesworth, da canção “Moon River”. O encaixe da voz dos dois foi tão perfeito, que rendeu mais uma ovação de pé. Uma das muitas recebidas pelo músico na noite.

Novo álbum e canções exclusivas:

“Hard To Do”, lançada em dezembro de 2017, foi apresentada ao vivo pela primeira vez no show do Rio. Tanto que o ruivo ficou receoso de não lembrar os acordes e errar a letra da música, que até então só havia sido gravada em estúdio. Gavin, é claro, aproveitou do momento para fazer brincadeiras com relação a um possível constrangimento.

“Put You Back Together”, que veio pouco antes do bis, foi ouvida pela primeira vez também pelos cariocas, já que esta nem lançada ainda fora. Foi quando Gavin revelou à plateia que seu segundo álbum de estúdio, sucessor de “Bitter Pill” (2016), será lançado em setembro deste ano.

Nos resta aguardar ansiosos, né?

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