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Peça A Valsa de Lili é inspirada em história real de vítima de pólio que viveu 45 anos em hospital
Eliana Zagui viveu quase toda a vida no hospital. Vítima de poliomielite aos 2 anos, perdeu os movimentos do corpo e teve que viver com um respirador artificial por 45 anos no Hospital das Clínicas, onde aprendeu a ler, escrever, estudou inglês e italiano e também se tornou pintora.
Em 2013, Eliana decidiu escrever contar sua história no livro autobiográfico Pulmão de Aço, onde relatou tudo o que viveu. Este texto foi inspiração para Aimar Labaki criar a peça A Valsa de Lili, encenado e dirigido por Débora Duboc e que está em cartaz no Teatro Eva Herz, em São Paulo. As últimas sessões acontecem neste fim de semana. Ingressos podem ser comprados pelo Sympla.
“Lili vive em uma condição muito singular, mas seus questionamentos, medos e verdades são os mesmos de qualquer pessoa na sua idade: a necessidade de amar e ser amada, a relação com a morte, o que fazer da vida, como conseguir o sustento com o trabalho, diz Débora Duboc.
“A luta de Lili para sobreviver em condições tão adversas, sem perder o humor e o amor, são a metáfora perfeita para os dias sombrios que vivemos, entre a violência e a desesperança”, completa o autor Aimar Labaki.
Eliana também assistiu ao espetáculo e ficou emocionada ao ver sua história representada no palco. “É mais que uma peça, é mais que imaginar. É entrar numa máquina do tempo, no mais profundo inconsciente. Reviver cada detalhe com muita saudade, risada, choro e ver que valeu a pena nunca parar de dançar ao meu ritmo”, afirmou.
A peça estreou em 2019 no SESC Ipiranga, em São Paulo, onde Débora Duboc ganhou o Prêmio APCA de melhor atriz. Em seguida, iniciou temporada nos Teatros dos CCBB’s Brasília, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Em julho de 2020, foi o primeiro espetáculo, no Brasil, a ser exibido num drive-in, que foi montado no estacionamento do Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília.