Filmes
Oscar 2018: Melhor Filme Estrangeiro
Não foi desta vez, de novo, que o Brasil conseguiu emplacar uma produção para concorrer a Melhor Filme Estrangeiro no Oscar. O escolhido para representar o país foi Bingo: O Rei das Manhãs, de Daniel Rezende, que disputou uma das cinco vagas com 91 filmes de 91 nacionalidades. Vale lembrar que o vencedor do ano passado foi o iraniano O Apartamento, de Asghar Farhadi. Vamos conferir quem está no páreo para levar a estatueta no dia 4 de março:
Uma Mulher Fantástica (Chile)
O diretor Sebastian Lelio conta a história de Marina, uma mulher transsexual, garçonete e aspirante à cantora, que tem uma reviravolta em sua vida a partir da morte do namorado, 30 anos mais velho. O filme teve sua estreia no Festival de Berlim, onde ganhou o prêmio de Melhor Roteiro, mas o burburinho veio mesmo por conta da elogiadíssima performance da atriz trans Daniela Vega, no papel principal. Esta é a segunda indicação do Chile na categoria; a primeira havia sido por No (2012), de Pablo Larraín.
Sem Amor (Rússia)
Este drama, de Andrey Zvyagintsev, retrata a história de um casal que, em meio a seu difícil processo de divórcio, precisa lidar com o misterioso desaparecimento de seu filho. O filme foi exibido no Festival de Cannes, levando o Prêmio do Júri. A Rússia já venceu esta categoria uma vez, em 1995, por O Sol Enganador, de Nikita Mikhalkov, e acumula outras 5 indicações; a última delas foi por um filme de Zvyagintsev também: Leviatã (2014).
O Insulto (Líbano)
Em Beirute, o cristão libanês Toni, ao regar as plantas de sua varanda, acidentalmente molha o refugiado palestino Yasser – inicialmente um desacordo, a situação acaba evoluindo para um julgamento de repercussão nacional. Esta é a trama do filme de Ziad Doueiri, cuja exibição no Festival de Veneza rendeu o prêmio de Melhor Ator a Kamel El Basha. Após treze submissões para a categoria, este é o primeiro ano em que o Líbano consegue a indicação a Melhor Filme Estrangeiro.
Corpo e Alma (Hungria)
A cineasta Ildikó Enyedi nos traz a história de Endre e Maria, funcionários de um frigorífico, que descobrem compartilhar o mesmo sonho, encontrando-se como cervos numa floresta – mas sua relação na vida real mostra-se bem mais complexa. O filme levou o prêmio máximo do Festival de Berlim, o Urso de Ouro, e agora representa a décima indicação da Hungria ao Oscar. O país levou a estatueta em duas ocasiões passadas: por Mephisto (1981), de István Szabó, e, mais recentemente, por O Filho de Saul (2015), de László Nemes.
The Square – A Arte da Discórdia (Suécia)
Christian, o curador de um museu, se vê envolvido em uma sucessão de crises pessoais e profissionais à medida em que tenta promover uma nova, e controversa, exibição. O filme, de Ruben Östlund, ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes. A Suécia tem uma sólida história com o Oscar e, curiosamente, suas três vitórias foram por filmes de Ingmar Bergman: A Fonte da Donzela (1960), Através de um Espelho (1961) e Fanny e Alexander (1983). Além disso, o país escandinavo coleciona outras 12 indicações; o próprio Östlund quase emplacou seu filme anterior, Força Maior, em 2015, mas acabou ficando de fora.