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“Eu sou um grande admirador do Tim Maia, fez parte da minha educação musical, por conta de meu pai colocando pra minha mãe ouvir. O nome da minha mãe é Cristina, e a música Cristina do Tim Maia, meu pai colocava dez vem em quando pra minha mãe como homenagem. Essa era só uma das formas do Tim Maia estar presente na minha vida musicalmente. Meu pai contava também, que na época que eles moravam no Macedo Sobrinho, (que é uma das Favelas que originou a Cidade de Deus), o Tim Maia às vezes chegava de madrugada, começa a trocar idéia, a beber, e saia pelos becos dessa favela, confraternizando com a rapaziada, mostrando que ele é um cara do povão.”
“Tim Maia foi o primeiro cara que lutou contra a indústria, por que ele foi pioneiro na independência, que é uma coisa que eu me identifico muito nos dias de hoje. Quando eu fico sabendo o que ele fez com o selo dele, pra poder ter controle sobre as vendas, e a batalha que ele teve depois que travar pra divulgar o próprio nome, sem internet naquela época, foi uma coisa que só um cara muito inteligente e grandioso artisticamente como ele, poderia fazer. E também pagou alto, por ser um cara de muita opinião, de sempre ter opinião forte, presença marcante. Foi boicotado em algumas paradas, em alguns casos, mas ele não deixou de opinar por conta disso, sempre com muita irreverência.”
“Então precisaríamos de um Tim Maia, para aparecer no clip, e ninguém melhor que o Babu Santana, que não é um imitador do Tim Maia, mas que ele soube interpretar muito bem o Tim nas telas. Quando eu fiz o convite, ele aceitou de cara, por que ele também é fã do Tim, gosta das minhas músicas, é fã do meu trabalho e ficou lisonjeado com o convite. E eu fiquei feliz pra caralho com a presença do Babu encarnando o Tim no nosso set de filmagem. A gente gravou o clip em três locações diferentes. Gravamos na praia de Grumari, na praia do Pontal, gravamos na Praça Tim Maia e coincidentemente, a dona do estúdio onde gravamos o chroma key, descobrimos durante a gravação, que ela havia sido assessora do Tim, inclusive ela tá no livro. E quando ela soube que era o nosso vídeo que tava sendo feito com essa temática, ela ficou animadassa, fez umas pequenas reformas no estúdio. Ficou muito feliz e pediu pra dar um abraço e tirar uma foto com a gente. Um curiosidade é que enquanto a gente gravava na praia, as pessoas chamavam o Babu de Tim, de tão real que a figura fica. Investimos num visual anos setenta, tem uma figuração com bailarinos, simbolizando os programa de TV daquela época, que também tinha um tipo de iluminação psicodélica que virou clássico dessa década….”