Brasil
Moacyr Luz se une a grandes instrumentistas brasileiros em novo álbum de inéditas ‘A Música do Músic’
Graças a sua alma boêmia, Moacyr Luz conhece o Rio de Janeiro como poucos. Frequentador de botequins, das casas, becos e vielas, desde seus personagens mais ilustres aos estabelecimentos anônimos, mas não menos importantes para a vida pulsante da cidade, Moa lança, em acordes nada dissonantes, o álbum inédito “A Música do Músico”, dia 28 de outubro nas plataformas digitais e 23 de novembro em show na Sala Municipal Baden Powell. Antes do show haverá um bate-papo com Moacyr Luz contando sobre o processo de criação das músicas e as parcerias.
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Para compor o álbum, Moacyr Luz convidou 11 parceiros instrumentistas e compositores, moradores ou nascidos na cidade do Rio de Janeiro – aqui lê-se todos amigos – pois segundo ele “havia a necessidade de se ter intimidade”. Todos os envolvidos são amigos de estrada, de alguma parceria anterior ou de uma admiração muito grande. E, principalmente, têm algum vínculo com a cidade maravilhosa. Como Moa não é de poucos amigos, ele reuniu grandes nomes da música brasileira para cantar sobre o Rio de Janeiro. São eles: Carlinhos 7 Cordas, Ricardo Silveira, Cristóvão Bastos, que pela primeira vez mostra a sua voz em uma canção, Alaan Monteiro, Bebê Krammer, Hamilton de Holanda, Zé Paulo Becker, Rogerio Caetano, Paulo Malaguti Pauleira, Carlos Malta e Guinga.
“Eu acho que este disco é uma demonstração do amor que eu tenho pela música em si. A devoção e a minha entrega a um trabalho tem uma sintonia, modestamente falando, um pouco elevada, sem preocupação com modismos”, define o cantor. Completando 45 anos de carreira em 2022, ele fez parcerias que atravessam várias gerações, com poetas já consagrados como Paulo César Pinheiro e Aldir Blanc e com novos talentos como Alaan Monteiro, Bebê Kramer e Hamilton de Holanda.
Para Hamilton de Holanda, parceiro em outras melodias, é sempre uma alegria compor com o Moa, mas essa música traz uma história particular: Em “São dois irmãos, ele conseguiu captar um detalhe que faz parte da minha vida pessoal. Eu toco com o meu irmão, Fernando César, desde pequeno, e tem um momento na letra que cita sutilmente a música “Flor Amorosa” (de Joaquim Callado e Catulo da Paixão Cearense), um resgate de nós dois tocando choro. Moacyr sabe encontrar as palavras certas para as melodias”. Segue abaixo um trecho de “São dois irmãos”.
Já a parceria com Carlos Malta para o álbum surgiu de uma forma bem carioca, um encontro inesperado em um restaurante da cidade, que além da faixa “Índia Flor”, rendeu uma arte do instrumentista. “Era pra ser uma tarde comum, dessas que você sai pra almoçar com a cônjuge, mas o Moa adentrou o recinto e se sentou ao nosso lado. Durante a conversa, perguntou se eu tinha uma melodia “letrável”, eu disse prontamente que tinha, e já comecei a sonhar em ser parceiro musical do Moa…que lindo! Ao chegar em casa enviei a composição, um samba canção com melodia progressiva e modulante. Não tardou a chegar a letra, a lenda de “Índia Flor”, uma fábula fantástica. Minha emoção foi tamanha que me inspirou a desenhar o personagem Índia Flor. É arte virando arte: uma música letrável, uma letra desenhável”, conta Carlos Malta.
O que o motivou a fazer este projeto foi o desejo de aproximar o público do músico e compositor popular, mostrando que a música instrumental não é ‘fria’, nem mecânica ou intelectualizada demais. Dá a possibilidade do grande público conhecer a música diretamente das mãos e instrumentos dos compositores e músicos que alimentam a cena brasileira. “Sempre me identifiquei com instrumentistas, sejam brasileiros ou estrangeiros. Eles fazem do som a sua palavra, e às vezes com um lirismo de alta compreensão. Ao mesmo tempo percebi que o instrumentista não é encarado como um músico popular, ficou definido que música instrumental é música erudita, difícil. Foi então que eu pensei na ideia de popularizar esse trabalho. Trazendo uma expressão que o povo pudesse cantar, que pudessem ouvir uma outra visão desta música”, explica Moa.
Faixas como “O Barato do Lugar”, que abre o disco, “Dobrando a Carioca”, “Ladeira de Santa” e “Peladeiros” falam sobre o dia-a-dia e as paixões de quem vive a cidade, como a praia de Copacabana, as ladeiras de Santa Teresa, o carnaval e o futebol. Para desenvolver o projeto, que levou cinco anos para ficar pronto, Moa contou com uma diversidade de convidados e suas experiências que compõem um mosaico rico e único para a cidade do Rio de Janeiro. O público terá oportunidade de entender a cidade mediante outras vozes, acordes, tonalidades e cores. O álbum foi pensado para moradores da cidade do Rio de Janeiro, adultos e idosos de todas as classes e moradores de todas as regiões da cidade, amantes do samba, da MPB e da boa música.
O lançamento será realizado em dois momentos. No dia 28 de outubro o disco ficará disponível nas principais plataformas digitais. Já no dia 23 de novembro haverá um show de estreia, a preços populares, na Sala Baden Powell, em Copacabana, bairro do Rio de Janeiro. O projeto é realizado e patrocinado pela Prefeitura e Secretaria Municipal de Cultura da Cidade do Rio de Janeiro.