“Na veia nordestina, eu tenho a minha visão / Carrego emprestada a força do sertão…”, é assim que a cantora e compositora paulistana, Mariana Aydar, resgata sua história com a música nordestina, recomeçando o que nunca teve um fim.
Nessa paixão pulsa “Veia Nordestina” (Natura Musical), que será lançado ao longo de 2019. Com quatro EPs que formam um disco no final do ano e um minidocumentário de quatro episódios. No dia 5 de abril chega às plataformas digitais o EP, “Veia Nordestina I” com três faixas eletrizantes que carregam sotaque baiano.
“O forró pra mim é um modo de vida. Minha primeira banda profissional foi de forró, meus primeiros vinis, meu primeiro beijo, minha filha é fruto do forró e agora, finalmente, nasce o meu primeiro disco de forró, um forró feito do meu jeito”, diz Mariana.
A música homônima que abre o disco, composta por Mariana em parceria com a caruaruense Isabela Moraes, introduz o público ao universo de Veia Nordestina, mostrando a visão de uma paulistana apaixonada e inspirada pela força e grandeza da cultura do nordeste. O EP segue na segunda faixa com “Se Pendura” que ressalta o empoderamento da mulher numa envolvente mistura de pagodão com xote, composta por Duani, cheia de referências dos carnavais que Mariana passou em Salvador.
O primeiro volume do disco termina com “Forró do ET”, que combina elementos do galope, frevo, axé e kuduro, também de autoria de Mariana, que se afirma como compositora neste novo capítulo de sua carreira. A faixa conta com a participação especial de Elba Ramalho, forte inspiração e incentivo no caminho forrozeiro de Mariana, e uma das protagonistas da crônica vivida sob o céu de Caraíva-Trancoso.
O projeto foi selecionado pelo Natura Musical por meio do edital 2018, com o apoio da Lei Rouanet. “A música é uma das grandes expressões da Natura desde 2005, quando criamos o Natura Musical. Acreditamos na sua força para conectar pessoas, valorizar a criatividade brasileira, reverberar a diversidade e inspirar um mundo melhor”, diz Fernanda Paiva, gerente de Marketing Institucional da Natura. “É possível identificar esses fatores no novo disco de Mariana Aydar. Nele, a artista revisita gêneros como o forró e o xote e apresenta versões que geram identificação e conexão com diferentes públicos”, completa.
Os próximos EPs (também com três faixas cada), chegam em maio e julho, já o último, que completa o álbum, vem em outubro, todos com produção musical de Marcio Arantes. “Quero traduzir o meu forró, a minha maneira de ver o gênero reinventando, instigando, trazendo elementos contemporâneos, guitarras psicodélicas e a eletricidade da MPC sem perder a alma pé de serra do clássico power trio: zabumba, triângulo e sanfona”, explica Mariana.
O minidocumentário, dividido em quatro episódios, é dirigido por Dellani Lima e Joaquim Castro, parceiro de Mariana na direção do documentário Dominguinhos (2014), se baseia em quatro temas que rodeiam a história da cantora com o forró. O primeiro episódio estreia em maio e aborda a chegada do forró a São Paulo e a chegada de Mariana ao forró. Os próximos três episódios que estreiam no canal do YouTube da artista, serão lançados ao longo de 2019 em junho, agosto e novembro, respectivamente.
“Os temas deste projeto são muito de dentro do meu sertão, todo mundo tem o seu próprio sertão: suas tristezas, seus lamentos, suas questões. Onde quer que a gente esteja, não importa a região do Brasil e do mundo, a gente se encontra nesse sertão de dentro.” – Mariana.
Veia Nordestina vem para ressignificar esse sertão, da mulher independente que conduz na dança e na vida e para tratar as principais questões do mundo moderno, transformando a tristeza em alegria, como o forró sabe bem fazer.
Sobre Mariana Aydar:
O forró é a influência musical mais marcante no som de Mariana, que alia sofisticação e contemporaneidade às suas raízes da música nordestina. A paixão nasceu na infância, no colo de Luiz Gonzaga; percorreu a juventude como backing vocal de Daniela Mercury, passando por muitas casas de forró com sua banda Caruá. Ela sempre esteve em meio a xotes, xaxados e baiões.
A paixão pela cultura do Nordeste pautou a estreia como diretora de cinema – ao lado de Joaquim Castro e Dudu Nazarian – no filme “Dominguinhos” (2014), documentário sobre o músico com quem teve uma relação especial.
Para difundir a música nordestina, criou o bloco “Forrozin”. O bloco fez um debut inesquecível no carnaval de São Paulo, em 2018, ao lado de Gilberto Gil. No Carnaval de 2019, mais uma vez, arrastou uma multidão de foliões para a Avenida Ipiranga com São João.
Considerada um elo entre o novo e o tradicional, a cantora lançou-se sem medo às novas experiências, retomando suas origens forrozeiras e voltando a ser uma compositora atuante. Uma voz feminina empoderada, necessária e atual em um ambiente marcado pelo conservadorismo.
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