Desapego com tons de liberdade. É o que Manu Kfouri oferece em lua man, single – o segundo de sua carreira. Decidido e observador, o eu-lírico aqui pondera sobre o tempo perdido com uma pessoa que não possui a inteligência emocional de admitir os próprios sentimentos, em letra escrita pela própria cantora.
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“A reflexão que existe aqui é mais sarcástica, com o intuito de ser leve. Relata uma situação pela qual muitas pessoas passam e por isso sempre imaginei a música sendo curtida em conjunto”, ela explica, deixando ainda o real sentido da composição em aberto para a interpretação de quem ouve, ao dizer que “a mesma pode ser sobre qualquer vivência para o ouvinte”.
“Se situa, eu lembro bem / Pra você eu era alguém”, canta Manu no refrão do novo som, produzida por Lucs Romero (que já trabalhou com artistas como Pabllo Vittar e Tuyo) e por seu pai, o produtor Dudinha. Ele também já colaborou com Manu Gavassi, Maria Gadú, Mahmundi e com a própria Kfouri em sua canção de estreia, “oh, sunshine”.
Nostálgica, a sonoridade aqui faz alusão ao indie rock do super grupo de musicistas boygenius, assim como ao dream pop dos anos 1980, em versão atualizada, com pitadas Still Corners (banda britânica) aqui e ali. Isso enquanto a cantora coloca em cheque o desespero (mascarado de confiança) de um ex-interesse romântico que não é totalmente sincero, sempre com doses elegantes de ironia e bom humor: “Tive que rir, não é possível / Até seu jeito de andar é previsível”, ela versa.
Manu celebra e relembra os encontros e colaborações que permeiam o projeto: “Meu pai, o Dudinha, me apresentou o Thales [Horovitz, co-compositor] e mais uma galera muito linda pra produzir música com a gente. Colocamos diferentes ideias na mesa e eu e Thales nos conectamos para construir essa, foi essencial!”. O novo som levou dois dias para ser escrito.
Esta é a primeira música escrita em português que a paulista, de 16 anos, lança. “Pra mim, o inglês é um ambiente mais espontâneo, no qual eu posso simplesmente falar o que quiser. É geralmente uma ideia que aparece do nada”, pondera. “No português, tenho menos ideias repentinas, mas sentar e escrever e ter ‘sacadas’ inteligentes de letras é muito divertido e leve”.
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