Trazendo uma letra escrita em momento de crise social política e militar do país africano Guiné-Bissau, “Kumpu kasa”, que traz significado especial na letra, é o novo single da banda kaleidoskope, liderada pelo músico David Borges, e é a primeira canção do artista na língua criolo. A faixa, que já está disponível em todas as plataformas digitais, é um lançamento do selo musical Marã Música.
O som é originado de um esboço escrito pelo cantor e seu amigo Naman Schwarz, há cerca de 20 anos, quando ainda tinham uma banda de música da Guiné-Bissau, país de onde vieram. “A composição da música foi um momento de retorno a uma época longínqua, onde a música que me chegava era essencialmente música de matriz africana”, afirma David.
Escrita em um delicado momento de crises vividas pelo país, “Kumpu kasa” chega com significado no nome. Em criolo, “Kumpu” significa “consertar” e “kasa” significa casa, ou seja: “consertar a casa, consertar o país”. “Apesar de ter sido escrito naquele momento, a mensagem continua válida, não só para a Guiné-Bissau, como, infelizmente, muitos países nessa nossa terra”, completa o artista.
Essa é a primeira faixa do artista que ele traz em Criolo da Guiné-Bissau, uma língua que mistura português com dialetos locais. Quanto à sonoridade e produção, ele conta: “Faz tempo que eu queria ter a coragem de cantar e gravar em criolo, quase a minha língua materna, junto com o Português. Depois de tentar algumas parcerias que não deram certo apenas por conflitos de agenda, decidi gravar e cantar a música. Pedi ajuda ao exímio Gregoree Jr. para aperfeiçoar o arranjo original e o resultado foi muito além de tudo que eu imaginava. Além do trabalho de produção dele ter sido fantástico, ainda adicionamos muitos outros instrumentos (sopros/metais, percussão e backing vocals maravilhosos das irmãs Loyd Moraes e Robenita Moraes), o que deu outra vida para a música”.
Para o lançamento, ele afirma estar ansioso e com grandes expectativas: “Com ‘Let the river Flow’, do 1º álbum, já tinha feito uma tentativa de som mais perto da minha raiz africana, até misturando com a vibe brasileira do samba-rock de que gosto muito. Mas sinto que desta vez foi mais genuíno, o mais genuíno que me foi possível fazer, sem voltar para a Guiné e gravar lá, com músicos de lá. Então a expectativa é alta, porque é mais uma ‘pedra no charco’, desta confusão chamada kaleidoskope. Será que quem gostou da porrada de ‘Who cares’ ou do pop mais leve de ‘Ritmo Traiçoeiro’ vai curtir ‘Kumpu kasa’? Espero que sim, porque todas elas saíram do mesmo lugar. E se ‘Kumpu kasa’ trouxer um público que nunca tinha escutado ou ouvido falar de kaleidoskope, melhor ainda”, finaliza.
Sobre kaleidoskope
Criada em 2017, a kaleidoskope é uma banda/projeto elaborado pelo músico David Borges, de Brasília, Distrito Federal. David começou a tocar guitarra quando ainda era novo, aos 16 anos. Suas primeiras músicas vieram aos 20, com sua primeira banda autoral na França, chamada FIB (Friends In Band). A partir disso, começou a viver intensamente fazendo música e hoje dá vida à kaleidoskope.
O nome “kaleidoskope” remete ao brinquedo óptico que produz padrões simétricos por reflexos múltiplos em espelhos inclinados encerrados em um tubo. As peças dentro do objeto refletem imagens bagunçadas, mas que com os espelhos, se transformam em imagens harmoniosas, o que é o verdadeiro conceito do projeto do músico David: a tentativa de harmonia no caos.
As músicas lançadas recentemente, como “Ritmo Traiçoeiro” e “Venha em Paz (Pacify Yourself…)”, integram o futuro segundo álbum da kaleidoskope, que será composto por 10 a 12 músicas, em maioria autorais. “Espero que os temas e a ordem façam sentido quando o álbum estiver completo. E está sendo fantástico fazer música com mais pessoas. Esse é o sonho”.
Um dos lançamentos do artista deste ano é a faixa “Blackout”, uma parceria com o rapper GOG, uma espécie de divagação raivosa do single “Comfortably Numb”, de uma das mais conhecidas bandas de rock do mundo: Pink Floyd. O último lançamento é “Dias Estranhos“, uma composição autoral e que traz uma mistura de diversos sentimentos, como raiva, tristeza, confusão, violência, mas também esperança, amor, memórias boas e anseios positivos. Os dois singles já estão disponíveis nas plataformas digitais.
Sobre suas referências musicais, ele cita alguns nomes como: Jimi Hendrix, Frank Zappa, FFF, Chico Buarque, José Carlos Schwarz, Zé Manel, Frank Sinatra, entre outros.
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