Filmes
Jornal britânico destaca ambição e complexidade do novo filme de Kleber Mendonça
O Brasil voltou a ocupar lugar de destaque no Festival de Cannes com a estreia mundial de O Agente Secreto, novo longa de Kleber Mendonça Filho, aclamado diretor de Bacurau e Aquarius. Em exibição fora da competição principal, o filme arrancou mais de dez minutos de aplausos da plateia, reforçando o prestígio do cineasta no circuito internacional. Ambientado durante os anos de chumbo da ditadura militar, o drama político se destaca pela abordagem sensível e intensa de um período sombrio da história brasileira.
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Estrelado por Wagner Moura, o longa acompanha Marcelo, um ex-acadêmico forçado a viver no anonimato após confrontar diretamente um ministro do regime. Escondido no Recife de 1972, ele assume uma nova identidade enquanto investiga os mistérios por trás da morte de sua mãe, mergulhando em uma rede de silêncios, espionagem e memórias apagadas. A jornada do protagonista é atravessada por momentos de tensão, lirismo e crítica social, costurados pela assinatura estética e narrativa já característica de Mendonça Filho.
Com uma atmosfera que mistura o realismo político com toques de surrealismo e humor ácido, O Agente Secreto foi apontado pelo jornal britânico The Guardian como “uma obra mais ambiciosa e complexa” que Ainda Estou Aqui, de Walter Salles. A crítica internacional destaca ainda a riqueza visual e o simbolismo do filme, que coloca o Brasil novamente no mapa do cinema de resistência. Para o público e a crítica, a produção é mais do que uma lembrança do passado: é um grito urgente em tempos de revisionismo histórico.
“O novo filme do diretor Kleber Mendonça Filho se passa na ditadura brasileira da década de 1970 e seu brilho visual e intriga sensual de uma cidade grande, com comédia de cachorro desgrenhado e caminhadas horríveis e mistério épico epicamente lânguido se combinam para criar algo especial. É sobre a maldade cotidiana da tirania política, de alto e baixo nível, e com seu assunto e perspectiva atual, poderia ser comparada ao “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles. No entanto, isso é mais ambicioso, totalmente complexo e indescritível. À medida que o filme progredia, eu me vi comparando-o a Sergio Leone [cineasta italiano], a “O Passageiro – Profissão: Repórter”, de Michelangelo Antonioni [cineasta italiano], em seu progresso lento para algum terrível desfecho violento, passado por Elmore Leonard [roteirista], Quentin Tarantino, [Fernando] Meirelles e “Cidade de Deus”, e “Roma”, de Alfonso Cuarón [cineasta mexicano],” diz a nota do The Guardian.