Janice Combs, mãe de Sean “Diddy” Combs, defendeu seu filho após as alegações de abuso sexual que ele enfrenta. Em uma declaração à mídia americana, ela reconheceu que ele cometeu erros, mas afirmou que ele merece a oportunidade de se defender.
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“É de partir o coração ver meu filho julgado não pela verdade, mas por uma narrativa criada a partir de mentiras. Testemunhar o que parece ser um linchamento público do meu filho antes que ele tenha a oportunidade de provar sua inocência é uma dor insuportável demais para colocar em palavras. Como todo ser humano, meu filho merece ter seu dia no tribunal, para finalmente compartilhar seu lado e provar sua inocência”, diz o início do texto.
“Meu filho pode não ter sido totalmente sincero sobre certas coisas, como negar que ele já tenha ficado violento com uma ex-namorada, quando a vigilância do hotel mostrou o contrário. Às vezes, a verdade e a mentira se tornam tão intimamente interligadas que se torna assustador admitir uma parte da história, especialmente quando essa verdade está fora da norma ou é muito complicada para ser acreditada. É por isso que acredito que a equipe jurídica do meu filho optou por resolver o processo da ex-namorada em vez de contestá-lo até o fim, resultando em um efeito ricochete, pois o governo federal usou essa decisão contra meu filho, interpretando-a como uma admissão de culpa.”
Janice acrescentou que, mesmo que seu filho tenha mentido, isso não implica em sua culpabilidade nas “alegações horríveis e nas sérias acusações levantadas contra ele“.
“Muitos indivíduos que foram injustamente condenados e depois exonerados tiveram sua liberdade retirada deles não porque eram culpados dos crimes dos quais foram acusados, mas porque não se encaixavam na imagem do que esta sociedade considera ser uma ‘boa pessoa’; A história nos mostrou como os indivíduos podem ser injustamente condenados devido às suas ações ou erros passados”.
Janice expressou sua tristeza ao ouvir as “piadas” direcionadas a seu filho, ressaltando que ele não teve a chance de apresentar sua versão dos acontecimentos. “É realmente angustiante ver o mundo se voltar contra meu filho tão rápida e facilmente por causa de mentiras e equívocos, sem nunca ouvir seu lado ou dar a ele a oportunidade de apresentá-lo.”
“Peço aos seus apoiadores, fãs, colegas, amigos e ao público que não o julguem antes de terem a chance de ouvir o seu lado. Peço que pensem naqueles que foram injustamente perseguidos, que se lembrem de que nem todos que cometeram erros na vida merecem ter toda a sua existência julgada por uma única ação ou alguns erros. Meu filho não é esse monstro que o pintaram para ser, e ele merece a chance de contar o seu lado. Só posso rezar para estar viva para vê-lo falar a sua verdade e ser justificado”, encerra o comunicado.
Entenda o caso
Sean “Diddy” Combs, renomado rapper, produtor e empresário foi preso em 16 de setembro sob a acusação de liderar uma operação que organizava eventos em quartos de hotéis de luxo. Segundo relatos do jornal “The New York Times”, essas atividades incluíam situações de coerção, violência e uso de substâncias ilícitas, frequentemente se estendendo por dias. Os participantes, exaustos após esses eventos, teriam necessitado de fluidos intravenosos para se recuperar.
O caso das supostas orgias violentas envolvendo Diddy gerou bastante atenção na mídia e nas redes sociais, especialmente devido ao envolvimento de figuras conhecidas. As alegações incluem comportamentos abusivos e a participação de várias celebridades. Entre as vítimas mencionadas, algumas têm se manifestado sobre suas experiências, enquanto outras preferem manter o silêncio.
Os eventos em questão eram chamados de “freak-offs” pelos participantes e foram descritos pelo governo como autênticos “shows de horror”. De acordo com as denúncias, Sean Combs contratava pessoas para filmar os encontros, utilizando essas gravações como forma de chantagem para silenciar os envolvidos. As maratonas sexuais eram acompanhadas por equipes de limpeza que se encarregavam de ocultar os estragos nas suítes, que se espalhavam por várias cidades dos Estados Unidos.
Depoimentos da ex-namorada de Sean Combs, a cantora Cassandra Ventura, popularmente conhecida como Cassie, desempenharam um papel fundamental no processo. Ela o acusou de coordenar os encontros em hotéis de luxo e revelou que recebeu instruções para se cobrir com grandes quantidades de óleo, além de diretrizes sobre como interagir com os trabalhadores sexuais presentes.
“Ele tratava o encontro forçado como um projeto artístico pessoal, ajustando as velas que usava para iluminar os vídeos que gravava”, afirmou Cassie.
Segundo a reportagem, Sean Combs se declarou inocente das acusações. Seus advogados argumentaram que os encontros eram consensuais, sem qualquer uso de força, fraude ou coerção. Um dos advogados, Marc Agnifilo, afirmou ter conversado com homens que atuavam como trabalhadores sexuais nos “freak-offs” e não encontrou evidências de que houve qualquer tipo de coerção durante esses eventos.
“Alguém estava bêbado demais? Alguém estava drogado demais? Alguém expressou hesitação? Havia o menor indício de que, possivelmente, a mulher não estivesse consentindo?”, disse. Todas as respostas foram “não”, segundo Agnifilo.
Saiba as acusações contra o rapper:
Tráfico Sexual
Diddy é acusado de organizar eventos conhecidos como “freak-offs”, onde participantes eram forçados e drogados a participar de performances sexuais, frequentemente filmadas sem consentimento. As vítimas incluem tanto mulheres quanto homens envolvidos na prostituição.
Associação Criminosa (RICO)
A acusação alega que Combs liderava uma “organização criminosa” composta por suas empresas e associados, envolvidos em atividades ilícitas como tráfico sexual, coerção e suborno.
Sequestro
Diddy também enfrenta acusações de sequestrar indivíduos para forçá-los a participar dos eventos, exercendo controle sobre suas vidas pessoais e profissionais. Segundo as alegações, as vítimas eram ameaçadas de retaliação se tentassem escapar da situação.
Incêndio Criminoso
As acusações incluem sugestões de que Combs pode ter ordenado ou participado de incêndios criminosos, possivelmente com a intenção de destruir evidências ou intimidar testemunhas.
Suborno
O rapper supostamente tentou subornar seguranças e outras pessoas envolvidas para encobrir suas atividades ilegais, incluindo a ocultação de gravações que poderiam incriminá-lo.
Agressão Física
Um vídeo de 2016, divulgado pela CNN, mostra Diddy agredindo sua ex-namorada Cassie Ventura em um hotel. Além disso, ele é acusado de abusar física, emocional e sexualmente de várias vítimas ao longo dos anos.
Obstrução da Justiça
Diddy também é acusado de tentar obstruir investigações, destruindo provas e ameaçando testemunhas para evitar que seus crimes fossem revelados.
Coerção com Armas de Fogo
Durante os “freak-offs”, Diddy e seus associados supostamente portavam armas de fogo para intimidar e ameaçar os participantes, criando um ambiente de medo e controle.
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