Brasil
IZA celebra origem e vida no subúrbio, no novo single ‘Gueto’
“Olha quem chegou, é fogo na babilônia…O som que despertou, de Olaria até a Colômbia”, é assim que IZA inicia no novo single, “Gueto”, que chegou nas plataformas digitais nesta sexta-feira (4). Celebrando a origem e vida no subúrbio, a cantora representa toda a sua história vivida em Olaria, Zona Norte do Rio de Janeiro, que abre os lançamentos do seu segundo álbum de carreira, previsto para o segundo semestre deste ano.
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IZA reuniu a imprensa em uma coletiva para falar mais sobre o trabalho. Considerada como umas das artistas mais influentes da nova geração, “Gueto”, é uma ótima introdução da nova fase do que quer mostrar. “É uma celebração do que está acontecendo na minha vida e não podia celebrar coisas incríveis que aconteceram, mesmo considerando 2020 e 2021. ‘Gueto’ é isso, celebrar de onde eu vim e todas as conquistas. Essa música não é só ostentação e sim, ocupação, de ser uma mina preta da Zona Norte, estampando vários comerciais, e onde não nunca tinha visto. É sobre uma alegria muito grande de tudo que está acontecendo, sabendo de onde eu vim, do lugar e como ele é especial, além de trazer esse sentimento de pertencimento para outras pessoas”
Composta ao lado de seus parceiros, Pablo Bispo, Ruxell e Sergio Santos, a música traz um pop carregado de referências e batidas de gêneros urban como dancehall, afrobeat e até momentos com o BPM mais elevado, enaltecendo toda essa cultura e mostrar que lá brota ouro e de lá que de lá do gueto, sai os sucessos de hoje. “A gente não pode se ver na TV, mas o que as pessoas têm consumido, vem desses lugares. A gente faz parte de tudo e deveríamos ocupar mais”.
Dirigido por Felipe Sassi, as cenas exaltam todo os símbolos presentes na beleza dos subúrbios, como o sacolé, o banho de mangueira na rua, o orelhão azul e a época de copa, que durante o bate papo IZA destacou como era. “Em todo subúrbio que morei, o que vem na cabeça é a copa e eu não entendia, como naquela época podia pintar o chão. Você descobria vizinhos que desenhavam muito bem e não fazia ideia disso. Fizemos questão de mostrar desenhando a bandeira, porque a nossa bandeira é linda e é nossa. Quis trazer esse sentimento de orgulho, estamos vivendo um momento difícil e a gente não pode esquecer que nosso Brasil é feito de brasileiros e nosso país é foda. Tá foda hoje? Eu sei que tá, mas ele é construído por nós e temos que ter orgulho e fazer parte desse lugar”.
Por conta da pandemia, os cenários foram reproduzidos em São Paulo, dentro de uma fábrica, na rua Bucolismo e ela contou que desenhou esse gueto colorido que existe na sua cabeça. “Eu lembro muito desse gueto colorido, bem cuidado, onde ninguém tinha medo de andar na rua. Aquele gueto que era lei fechar a rua de domingo e nem precisava avisar para a prefeitura. Era uma vontade muito grande de mostrar esse lugar e ao mesmo tempo, tornar esse lugar lúdico, por isso temos vários cenários. Esse videoclipe é o mais editorial que já fiz, porque ao mesmo tempo que veio da Zona Norte, eu quero que as pessoas enxerguem as suas origens sabe? Não queria desenhar totalmente como Olaria e sim, as pessoas também terem esse sentimento de saudosismo, quando assistissem o clipe e lembrar de coisas especiais que viveram”
No Rio de Janeiro, apenas usaram a Igreja da Penha e nela IZA traz a participação muito especial, que é de sua mãe, Isabel, que está escondida no miolo, sendo a mulher que sobe as escadas da igreja.
Em outra cena, a cantora aparece com um cabelo black, a bordo de um conjuntinho animal print, como se estivesse num comercial de jóias. E como é muito ligada na moda, ela destacou que começou a se vestir assim em Olaria. “Tinha a Feirinha de Olaria, que acontecia lá no clube, no final de semana e me montava com as roupas. Era assim que eu e minhas amigas fazíamos para ir para as festas. Queria mostrar as pessoas bem-vestidas no clipe, porque é assim que é no gueto e era assim que enxergava minha vizinhança”
O álbum está em um processo de construção final e apesar das especulações que já circulou na internet que o nome seria ‘Fogo na Babilônia’, ela deixou em aberto, revelando que o nome só vai decidir mesmo quando finalizar. A sonoridade chega com dance hall, reggae, R & B e Trap, ou seja, passeando por vários estilos musicais, assim como “Dona de Mim”. “Ele vai ser muito brasileiro e tem muito a minha cara e sim vamos ter parcerias nele”.