Brasil
Grande aposta no pop, João Napoli lança duas músicas autorais
A música sempre foi uma presença constante na casa de João Paulo Napoli Ferrari. O “manezinho da ilha” (denominação dada àqueles que, como ele, nasceram em Florianópolis, cidade do estado de Santa Catarina), lembra de almoços regados ao repertório de Tim Maia, Jota Quest e Lulu Santos, entre outros, que eram cantados em coro pela sua família. Mas desde os três anos que encara a música com seriedade.
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“Comecei aulas de musicalização, onde percebi que tenho facilidade com o ritmo. Depois estudei canto e violão”, diz. Atualmente, aos quinze, lança os singles Fala que me Ama, que chega acompanhado de vídeo nesta quinta (28), e Horas Iguais, que terá o audiovisual liberado em breve. Eles prenunciam o seu disco de estreia, batizado como João Napoli, que deverá ser lançado em setembro pela gravadora Sony Music.
Inicialmente, João Napoli ficou conhecido do público brasileiro por The Voice Kids, programa da Rede Globo. Ele integrou o time da cantora Claudia Leitte. Embora não tenha vencido a competição, foi ali que ele tomou gosto pelo palco. “Queria repetir a experiência de cantar para muitas pessoas”, anima-se. O período em que duelou com outros artistas mirins proporcionam ainda o encontro com André Vasconcelos, produtor que ajudava os jovens candidatos a superstar. Vasconcelos produz João Napoli, o álbum, ao lado de Fabrício Mattos.
O artista catarinense é um cantautor, termo que costuma ser usado mais para nomes da MPB do que da seara pop. Ele define os artistas que preferem interpretar suas próprias composições ao invés de apelar para criações de terceiros. Embora seja uma cria do YouTube, onde cantou covers dos autores de sua preferência, Napoli opta por músicas de sua lavra. “Vi que as pessoas ficam mais felizes quando cantam material próprio. E quando fazem isso, sabem o significado da letra, porque muitas vezes foi baseada em sua própria história”, explica. Seu disco de estreia traz muitas de suas experiências pessoais, que vão de romances (frustrados ou não) e palavras de apoio para uma amiga que foi vista chorando na classe. Djavan é uma de suas principais influências desde quando assistiu a clipe de Eu te Devoro. O suingue, a batida do violão e a melodia contidas ali fizeram com que ele se embrenhasse mais no repertório do compositor e cantor alagoano. Napoli tem ainda como principais influências o americano John Mayer, o inglês Ed Sheeran e o brasiliense Tiago Iorc.
As canções que integram João Napoli, o disco, foram compostas entre 2018 e 2021 e trazem muitas qualidades. Por exemplo: como letrista, o cantor e compositor fala muito para a sua geração e usa termos e assuntos que fazem parte do dia-a-dia dos adolescentes. A música, por seu turno, tem mais sutilezas do que o chamado “pop good vibes”. É uma sonoridade que faz referência ao folk dos anos 70 e ao pop sofisticado de John Mayer e Ed Sheeran. Há violões dobrados que lembram violas caipiras (Me Encantou), folk adulto (Menina do Interior) e reggae (Eu Confesso). Quando faz uso da linguagem pop, ele trabalha como um artesão do gênero: Napoli estuda sempre o verso certo, a “ponte” (aquela passagem entre os versos para o refrão) de maior efeito e parte para refrãos palatáveis – como se pode notar em Curto Circuito e Três Desejos, dois dos muitos destaques das onze composições que integram seu álbum de estreia.
No dia 28 de abril, chegou às plataformas digitais o videoclipe de Fala que me Ama, primeira canção de trabalho de João Napoli. Ao mesmo tempo será lançada Horas Iguais, outra faixa de apelo pop. Um relato de uma desilusão amorosa – e cuja melodia foi burilada a caminho da aula de fonoaudiologia – a canção ganhou elogios de Luísa Sonza, uma das divas do pop atual. Horas Iguais ganhará outro registro em vídeo: nele, Napoli interpreta a canção numa performance para as câmeras. João Napoli é um fenômeno das redes sociais. Seu canal no YouTube conta com 117 mil inscritos (e dezessete milhões de visualizações) e seu Instagram conta com 480.000 seguidores. Números que têm tudo para crescer, visto a qualidade das canções expostas em seu álbum de estreia.