Rock

Glenn Hughes revisita clássicos da história do Deep Purple em show memorável

Glenn Hughes. Foto: PopNow/Clara Fotografia.

O inglês Glenn Hughes, ex-Deep Purple, se apresentou na noite do último domingo, 29, no Rio de Janeiro, com a turnê “Classic Deep Purple Live”. A ‘tour’ revisita os clássicos da consagrada banda de Hertfordshire, na Inglaterra, no período em que Glenn e David Coverdale*, atualmente líder do Whitesnake, eram a dupla dinâmica à frente do Deep Purple. Demorou cerca de quatro décadas até que Glenn aceitasse fazer uma ronda de shows que contemplasse sua exitosa passagem pela banda britânica, deixando de lado no set músicas que compôs e produziu com o Black Country Communion, superbanda que fundou, ou de sua carreira solo.

Foto: PopNow/Clara Fotografia.

Glenn Hughes, ex-Deep Purple, chega ao Rio neste fim de semana para encerrar a turnê

*Na época, o atual vocalista do grupo, Ian Gillan, se ausentou do Deep Purple e só retornou anos depois.

O Circo Voador, palco escolhido para a apresentação no Rio, ficou tomado por admiradores do bom e velho rock n’ roll. Entre o público, jovens entre seus 20-30 anos e adultos já beirando a faixa dos 40 se misturaram, suaram, pularam e bateram cabeça com o músico de 66 anos e sua banda, composta pelo guitarrista dinamarquês Soren Andersen, o tecladista – também dinamarquês – Jesper Bo Hansen e o baterista chileno, Fer Escobedo. A troca de energia entre ídolo e fãs foi algo marcante e único e deram o tom da apresentação.

O show:

Às 21h10, Glenn Hughes e seu time de rockstars subiram ao palco de uma das mais tradicionais casas de show do Rio, na região da Lapa, com “Stormbringer”, do nono álbum de estúdio do Deep Purple, lançado em 1974, emendando com “Might Just Take Your Life” e “Sail Away”. De cara, a potencial vocal do homem que é considerado “The Voice of Rock”, impressionou. Com técnicas de canto lírico acopladas à agudos precisos e afinação impecável, Glenn Hughes conduziu a plateia por uma viagem no tempo com música de muito boa qualidade e uma aula do que é o rock n’ roll. A vibração das guitarras, a marcação de compassos do baixo, a bateria na medida certa e um timbre de voz singular, impossível de não reconhecer.

Foto: PopNow/Clara Fotografia.

Mas não foi só a técnica vocal de Glenn que chamou atenção. Além de exímio vocalista, o astro inglês é um baixista que figura entre os melhores da história do gênero musical, o que, para efeitos de experiência sonora em uma apresentação ao vivo, faz uma grande diferença. Poucas bandas conseguiram marcar tanto seu nome na história como o Deep Purple e uma parcela interessante de todo esse prestígio se deve ao trabalho de Glenn Hughes.

“Vocês estão na minha alma, vivem no meu corpo, são meu coração e alma. Vocês não vieram para ver o Glenn Hughes. O Glenn Hughes que veio ver vocês. Eu amo vocês!” – Glenn Hughes.

Foto: PopNow/Clara Fotografia.

A histeria e adoração do público foi diretamente proporcional à entrega dos artistas em cima do palco, que foi digna de aplausos. Não só tecnicamente, mas de carisma e simpatia. Por muitas e muitas vezes durante o show, Glenn Hughes se dirigiu aos fãs com palavras de muito afeto e prezando o amor, o que definitivamente cativou ainda mais a multidão, que se entregou genuinamente a cada momento do show, com palmas e coros que pareciam de um estádio de futebol exaltando o cantor: “Ole, ole, ole, ole, Glenn Hughes, Glenn Hughes!”

“Eu posso ver cada um de vocês”, disse o espirituoso vocalista, antes de dedicar “This Time Around” aos fãs. “Essa música é dedicada a todos os fãs. Muito obrigada de coração!”, completou. A performance da canção, gravada em 1975 e escrita pelo músico quando tinha 23, rendeu reverências do público e uma dose de emoção ao roqueiro, que parecia já não ter frases o suficiente que expressassem a gratidão que gostaria de transmitir.

Amor à Seleção Brasileira e vinda à Copa de 2014:

Uma curiosidade revelada por Glenn Hughes durante o show diz respeito ao seu amor pelo futebol e, consequentemente, pela Seleção brasileira. O cantor, que nunca veio ao Brasil para tocar com o Deep Purple, já havia passado pelo país outras 6 vezes (1994, 1998, 1999, 2007, 2009 e 2010). Em 2014, segundo ele, veio apenas para aproveitar da Copa do Mundo, que teve sede em 12 capitais brasileiras.

Smoke On the Water e o bis que incendiou a plateia:

Foto: PopNow/Clara Fotografia.

Quem não conhece um dos riffs mais famosos do mundo? “Smoke On The Water” é um dos clássicos mais imponentes da história do rock n’ roll e, claro, não poderia ficar de fora do set do músico britânico. O hit de ’72 atiçou fogo de vez no ânimo das 2 mil pessoas presentes no Circo Voador, que fizeram um coro em uníssono da refrão.

Pra finalizar com chave de ouro, o bis veio com “Highway Star” e “Burn”, uma das músicas mais pedidas e queridas do público, que não teve a oportunidade de ouvi-la no Solid Rock, em dezembro de 2017, quando o Deep Purple – agora com Ian Gillan – fez shows no Brasil. Definitivamente, incêndio geral na galera presente, que se despediu dos músicos com aquele gostinho de ‘quero mais’, mas sem deixar de lado a devoção e amor que eles entregaram no show.

“Eu voltarei no próximo ano, vocês tem a minha palavra. Eu não consigo ficar longe de vocês. Eu amo vocês!” – Glenn Hughes

Veja a galeria de fotos do show: 

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